Na sua estante

Capitulo 2


Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar ♪


Tinha acabado de sair da escola, estava andando, indo pra casa. Passei em frente a lanchonete do Jaime para comprar um lanche quando vejo o Arthur e uma garota do colégio se pegando ali mesmo. Meus olhos se encheram de lágrimas, senti meu estomago embrulhar. Senti uma mão fria tocar meu ombro, me virei para olhar e era o Micael. O popular, amigo do Arthur. Eu já chorava freneticamente, ele me puxou para um abraço e eu deixei as lágrimas fluírem. 
Ele me levou pra uma praça ali perto, eu já estava mais calma, nos sentamos em um banco e ele sorriu.
— Porque você estava chorando Lua? — ele sabia o meu nome? Como assim?
— Como sabe meu nome? — o encarei confusa, ele riu.
— Todos sabem quem você é Lua, você é a garota mais inteligente de toda a escola. — por um momento me senti orgulhosa. Mas logo a imagem do Arthur com a aquela garota veio em minha mente.
— Porque me ajudou? Achei que não podia andar comigo. 
— É, ontem eu vi o que o Arthur fez com você! — abaixei a cabeça, com certeza ele ia me humilhar. — E ele contou pra mim e pro Chay toda a verdade...
O encarei assustada. — Que verdade? Não sei do que está falando Micael — falei me levantando. Ele me acompanhou e riu.


— Calma Lua, o Arthur contou sobre a amizade de vocês. — ele sorriu. Olha o progresso ai gente! — Eu e o Chay achamos uma idiotice o que ele faz...
Suspirei. — Pois é, mais eu respeito a decisão dele. Ele tem uma reputação a zelar — ri sem graça.
— Mais vem cá, porque você estava chorando hein? — ele me olhou desconfiado e eu sentei novamente. Eu não podia falar pra ele que sou apaixonada pelo meu melhor amigo né.
— Ah não é nada... Minha vô está com uns problemas de saúde e eu estou muito preocupada. — menti descaradamente.
— Ah sei... — ele riu desconfiado. Ficamos conversando por alguns minutos, ele era legal. Foi quando Chay e Arthur chegaram rindo. Encarei o Arthur com raiva e me levantei.
— Ei Micael! — o Chay fez um toque com ele e me olhou. — Oi Lua.
— Fala ai Micael — o Arthur falou sorridente. — Oi Lu.
— Oi — sussurrei e olhei o Micael. — Vou ter que ir, tenho que ir ao Strike Beer. Beijos! — acenei e fui andando em direção a minha casa. Ouvi alguns comentários de Arthur em que eu estava estranha e logo o Chay soltou um “Ela é estranha”. Suspirei e logo estava no portão de minha casa. Minha mãe estava encolhida no sofá, de fato, o motivo era o mesmo de sempre. 
Joguei minha mochila no sofá e sentei do lado dela.
— Mãe de novo? — falei com ar de reprovação, ela me encarou com os olhos avermelhados de tanto chorar.
— Filha eu sinto muita a falta dele... — suspirei e a abracei.
— Eu também mãe, mais ele quis assim. — falei com lagrimas nos olhos.
Ficamos alguns minutos abraçadas e ela foi cuidar do almoço e eu fui fazer a lição de casa. Pois a tarde eu iria ao Strike Beer, o Mike, dono da livrara disse que tinha uma vaga para recepcionista e como passo a tarde fazendo nada, resolvi aceitar.
Subi para o meu quarto, tomei um banho rápido, coloquei um short que eu só uso em casa, uma t-shirt branca com um casaco preto. Calcei minhas sapatilhas, coloquei meu óculos enorme e me olhei no espelho. Eu nunca usei short na frente de ninguém, somente da minha mãe. Tenho vergonha das minhas pernas.




Creditos: Manuella Lovelast
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