Barriga de aluguel

Capítulo : 15° Capítulo   e Capitulo 16

Lua entrou na sala, Sophia e Mel conversavam animadas. Assim que a viram ficaram caladas.

- Podem continuar... – disse Lua irritada – o assunto chegou.

Sophia olhou para Mel.

- Por que você não nos disse? – perguntou Sophia séria.
- Por que ele pediu... e você sabe como é o Arthur... – disse Lua jogando as coisas em cima da mesa. – Me desculpa... queria ter contado logo no começo

Dulce for coberta por quatro braços a abraçando forte.

- Estamos tão felizes por você Lua! – disse Mel pulando. – Ficamos brava por que você não nos contou... mas já tínhamos imaginada que era coisa do Arthur...
- Que bom que vocês me entendem... – disse Lua. – Tenho um convite...
- Já posso até imaginar! – disse Sophia com os olhos brilhando – Mas faça!
- Vocês querem ir escolher o vestido comigo?

Sophia soltou um gritinho estridente e Mel acenou que sim com a cabeça.

- Mas tem uma condição! – disse Mel.
- O que?
- Que sejamos madrinhas. – disse Mel com um sorriso no rosto.
- Claro que sim... agora vamos? O Chris – ela parou de falar.
- O que tem ele? – perguntou Sophia curiosa.
- Ah... ele nos deu o dia de folga. – disse ela forçando o sorriso.
- Então vamos para as compras! – disse Sophia empolgada.
- Parece quem tem quinze anos... – disse Lua gargalhando
- Seria bom voltar..
- Vamos garotas? – perguntou mel saindo da sala em direção ao elevador.

Lua entrou e apertou o 14º andar.
- O que nós vamos fazer lá? – perguntou Mel curiosa.
- Você já vai ver! – disse Lua.

Lua se dirigiu diretamente e sala de Arthur. Passou por Odete, a cumprimentou com educação. A secretária parecia não gostar nada dela. Bateu na porta e escutou a voz de Arthur pedindo para que entrasse.

- Oi amor... – disse Lua com um nó na garganta – estamos indo...
- Está bem... – disse ele se levantando – boas compras.

Lua sabia que tinha que manter a farsa. Se aproximou e depositou um selinho estalado nos lábios de Arthur que a mirou surpreso.
- Estou fazendo a minha parte Sr. Aguiar. – disse ela nos ouvidos dele.

Arthur a mirou, apenas lançou-lhe um sorriso.

- Boas compras amor... – disse ele enquanto elas entravam no elevador.

Arthur teve vontade de socar tudo o que havia a sua frente. Era demais aquilo. Agora a ironia dela o irritar. Mas era tarde demais para voltara atrás. Ela sabia de algumas coisas, ínfimas, mas sabia. Pegou o telefone.

- Me trás mais um café Odete. – disse ele irritado.

A secretária saiu deixando-o a sós com os próprios pensamentos. Os punhos cerrados sobre a mesa demonstravam seu estado de espírito. Será que seria uma guerra constante até o dia do divórcio?! Ambos estavam jogando e assim seria. Um jogo que os levaria até para cama.

Lua olhava para o lado de fora enquanto Sophia e Mel discutiam o melhor estilista da cidade para tirar as medidas de Lua.

- Vai ficar calada o tempo todo Lua? – perguntou Mel cutucando a amiga
- Me desculpa... estou pensando...
- Deu para percebeu Lua – disse Sophia – Pensando no Arthur neh?!

Lua engoliu a pergunta em seco. Em parte estava pensando sim nele, mas não da forma como as amigas esperavam que fosse. Quando o conheceu não sentiu nada por ele além de respeito por ser seu chefe, mas agora o repugnava, nutria odio.

- Claro...poxa, vou casar neh!? – respondeu Lua – Já decidiram a botique?
- Claro que sim noivinha apaixonada! – zombou Mel – Vamos no da avenida...
- Vocês são loucas!? É muito caro...
- Por favor né Lua?! – disse Sophia rindo – Para o Arthur não existe caro...
- Esqueci com quem estou me casando... – disse ela rindo
- Lua... trouxe os cheques? – perguntou Sophia
- Ah!? Cheques?!
- Claro Luh... – falou Sophia – tem que dar a entrada..
- Ah sim...

Lua começou a vasculhar a bolsa e tirou um envelope de dentro. Abriu e mostrou o cartão de credito dourado a elas. Mel olhou admirada e Sophia apenas o pegou e examinou.

- Ele abriu uma conta para você Lu... – disse Sophia com simplicidade – Cartão sem limite...
- Ah eu sei... ele me disse... – respondeu indiferente
- Ai se fosse eu... – começou Mel – poxa... você tem um cartão de crédito sem limite e um cara daquele na sua cama!
Sophia e Mel riram e Lua forçou uma risada que lhe pareceu bastante convincente. Pararam na frente da botique. Desceram e entraram em um ambiente ricamente decorado com lustres,estatuas e muitos manequins com vestidos, fraques, meio-fraques, vestidos de dama de honra.

- Isso é o paraiso... – disse Sophia
- Tá se sentindo em casa né Cinderella?! – perguntou Lua
- Nossa... faz tempo que ninguém me chama assim... – disse Sophia sonhadora- Foi aqui que eu comprei o meu vestido de casamento.

Um espasmo de tristeza passou pelos olhos de Sophia. Lua olhou a amiga, sabia que ela e Alfonso ainda não tinham voltado. Talvez isso nunca mais fosse acontecer. Mas quem sabe os caminhos do destino!?

- Vamos escolher o vestido? – perguntou Mel rapidamente.
- Claro! – disse Lua arrastando Sophia pela butique.

A manhã passou rapidamente entre provas de vestido e risadas. Fazia tanto tempo que Lua não se sentia viva, mesmo sendo ali que estaria selando a sua vida. Dali sairia o vestido branco que ela carregaria até o altar para se casar com Arthur. Isso parecia tão distante naquele momento, tão estranho, tão surreal.
- O que você achou do vestido? – perguntou Mel empolgada entrando no carro
- É lindo. – adiantou-se Sophia.
- Tem razão... é maravilhoso... – disse Lua sonhadora – Adorei o esboço que fizeram dele...
- Ficou lindo mesmo... – disse Sophia. – O que acha de um banho de loja Lu?
- Sem chance... – disse ela – to cansada demais para isso Soph...
- Não vem com isso vai o frescurenta! – disse Mel – Mas eu tenho que voltar para la... coisas a fazer...
- Como não!? – exclamou Lua – Alguém aqui lembra-se do primo chato ou algo parecido...
- O que aconteceu com ele? – perguntou Sophia fingindo interesse.
- Ele não é tão chato assim... – falou Mel envergonhada – Até que da para conviver sabe!?
- E como sabemos! – disse Sophia piscando para Lua.

Conversavam animadas. Chegaram a empresa pela porta dos fundos como Arthur avia mandando.

- Eu não entendi o por quê disso... – disse Lua resmungando
- Para sua segurança né futura Sra. Blanco... – disse Mel entrando no elevador.

Lua suspirou. Futura Sra Blanco?! Isso fazia com que ela estremecesse das cabeças aos pés. Sentia-se mal apenas de pensar que dali a apenas duas semanas estaria casada com Arthur Aguiar.

Entraram no escritório, estava vazio e arrumando. Arthur aparentemente já havia ido embora ou estava em alguma reunião fora dos arredores da empresa. Passaram pela sala sem tocar em absolutamente nada.

- Srta. Lua...

Lua virou. Era Odete que a chamava de sua mesa.

- O Sr. Aguiar pediu para lhe avisar que voltará por volta de cinco horas para pega-la e leva-la para casa.
- Ah sim... e onde ele está? – perguntou ela fingindo preocupação.
- Foi em uma reunião. – disse Odete indiferente.
- Claro... ele me avisou... esquece completamente dessa reunião...

Lua deus as costas a secretária. Não sabia de reunião nenhuma, na realidade mal sabia o nome do seu ‘noivo’ completo quanto mais saber a agenda dele.
- Essa vida de Sra. Aguiar é tudo que alguém pediu na vida hein!? – exclamou Mel sorrindo.
- Não é tudo o que parece... – disse Lua sem pensar
- Por que diz isso lu? – perguntou Mel encarando Lua.
- Que?! Por que o que Mel?

Sophia e Mel trocaram olhares sugestivos.

- Vocês brigaram? – pergutou Sophia.
- Eu e o Arthur?
- Claro que sim né Lua... – respondeu Mel – Vocês brigaram foi!?
- Não...
- Então por que esse comentário? – perguntou ?Mel.
- Sei lá... desde que nós assumimos o noivado minha vida é controlada...
- Ah... entendo. – respondeu Sophia vagamente.

A sala delas estava vazia, exceto por um lindo buquê de rosas em cima da mesa de Mel. Sophia e Lua sorriram ao ver a amiga correndo em direção as flores. Os olhos dela brilhavam enquanto lia o pequeno bilhete que foram encontrado no meio das flores.

- Podemos saber quem é o admirador? – perguntou Sophia
- Apesar de já suspeitarmos não é Soph?! – falou Lua sorrindo.
- Bobas... – disse Mel com o buquê nos braços – é o Chay sim!
- Eu sabia! – disse Lua e Sophia ao mesmo tempo.

Continuo?

Capítulo : 16°

Lua encontrava-se sentada de frente para Arthur em seu escritório com a decoradora, organizadora, coordenadora do casamento que sairia dali a uma semana. Os dois desempenhavam o papel de casal apaixonada muito bem.

- O que você acha amor? – perguntou Arthur mostrando as decorações da mesa.
- Acho muito exagerado Arthur... – disse Lua examinando – Não será necessário tudo isso... serão quantas pessoas mesmo?
- Cerca de 300 pessoas. – disse a organizadora.

Lua mandou um olhar assustado a Arthur. Estava achando que seria uma coisa mais intima, mais simples. Mas não era o que estava lhe parecendo. 300 pessoas que Lua nunca tinha visto na vida.

- Não se preocupe amor... – disse Arthur calmamente – São apenas as pessoas mais intimas... você tem razão quando diz que não é necessário tudo isso...

Arthur virou algumas paginas do catalogo de decorações.

- Eu quero essa decoração aqui. – disse ele de modo decidido.

Lua crispou os lábios para conter sua irritação crescente. Ele tinha escolhido uma decoração suntuosa e de extremo requinte. Provavelmente era a decoração mais cara, mas o que importava isso para Arthur Aguiar?! Absolutamente nada.

- Está bem amor. – respondeu Lua seca. – Já que você faz tanta questão...
- Que bom que você me entende! – disse ele forçando um sorriso.
Estavam em guerra não declarada e era sempre Arthur que saia vitorioso em suas decisões. Lua mordeu os lábios com raiva ao ver a cara de satisfação dele. Não sabia ao certo como tinham chegado aquele ponto, não se odiavam, mas também não se gostavam nem um pouco. Se não tivessem envolvidos nessa trama toda talvez não tivessem essa repulsa que Lua acreditava ter.

- A senhora quer escolher os arranjos de mesa, as musicas e os detalhes da festa? – perguntou a organizadora.
- Claro que sim. – disse Lua sorrindo – Mas aqui homem não da palpite!
Arthur entendeu a indireta. Ela tinha acabado de colocar ele em cheque e não via outra saída a não ser concordar com ela. Pela primeira vez ela o tinha vencido e sem nenhum tipo de imposição.

- Claro que sim amor... você poderá escolher tudo. Não darei palpites... só quero que lembre uma coisa: dinheiro é o de menos.
- Está bem... quer ficar aqui para olhar?
- Posso? – perguntou polidamente.
- Claro que sim... afinal você é o noivo não!?
- Até agora acho que sim... – disse ele com uma pontinha de ironia.

A manhã toda havia passado quando finalmente todos os organizadores fossem embora. Arthur e Lua encontravam—se parados. Um de frente para o outro.

- Você poderia ser mais gentil. – disse Lua num tom de irritação.
- Eu não fiz nada querida.
- Pare de me chamar assim por favor!
- Está bem. Não me desafie na frente das pessoas Lua Blanco.
- E não me trate como um bibelô então. – disse levantando-se irritada.
- Você se trata assim... – disse ele provocando – Por que você não vai ao shopping fazer compras para dês estressar?

Arthur viu a raiva crescendo nos olhos de Lua. Ela parecia querer pular em seu pescoço a qualquer momento. Devia ter controlado as suas palavras, mas ela conseguia o tirar do sério com simples gestos.

Lua não respondeu. Pegou sua bolsa que estava em cima do sofá e se dirigiu a porta. Era de mais para ela ter que aguentar um cara presunçoso e arrogante como Arthur Aguiar, se não fosse por sua mãe nunca teria aceitado fazer esse papel que estava lhe sendo imposto: O de barriga de aluguel .
- Iremos hoje a uma recepção Lua. – disse Arthur mexendo em sua gaveta.

Lua parou e virou-se para encara-lo.

- Isso não está no meu contrato.
- Claro que está Lua. Você pode não ser ainda minha esposa, mas tem que cumprir o papel de minha noiva...
- E se eu não quiser? – perguntou ela desafiadoramente.
- Certamente eu também não irei querer bancar a cirurgia de sua mãe... – disse ele a mirando – Compre um vestido longo e passarei para lhe pegar as 8 horas em ponto.

Lua saiu pisando firme. Agora teria de acompanhar ele em coquetéis, festas, recepções e outras tantas coisas que não eram parte do seu mundo atual.

- OI Luh! – disse Sophia levantando-se ao ver a amiga entrando na sala. – Escolheram tudo?
- Finalmente sim... aquilo me irritou – disse Lua sentando-se em sua cadeira.
- Como foi? – perguntou Sophia
- Nada demais... arranjos de flores, guardanapos, cardápio, decoração... essas coisas de sempre! Até parede que não conhece...
- Você vai com o Arthur na recepção de hoje?
- Por que?! Você vai? – perguntou Lua interessada
- Vou... vou eu, a Marcelle e o Mica... – disse Sophia sorrindo
- Vocês se acertaram?
- Estamos tentando novamente... parece que as coisas vão melhorar!
- Claro que vão Soph! Eu sabia que vocês iriam voltar! Estava na cara! – disse Lua sorrindo.
- Nem me fale... é tão bom ter ele em casa novamente! – disse Sophia exultante.
- Você pode me ajudar a comprar um longo?
- Claro que sim... vamos na hora do almoço! – disse ela olhando o relógio.

Lua entrou em casa apressada, colocou as sacolas de compras em cima de mesa. Tinha exatamente uma hora para se arrumar. A casa estava vazia, sua mãe certamente estaria em algum lugar com Mariana. Tomou um banho rápido, arrumou o cabelo transformando-os em grandes cachos que caiam próximos a sua cintura. Estava terminando de por o vestido quando a campainha tocou. Deu uma rapida olhada no visual, o vestido levemente decotado acentuavam o colo e suas curvas de uma maneira suave e sensual.

- Boa noite Lua... – disse Arthur a medindo de cima a baixo. – você está muito bonita.
- Obrigado. – disse ela indiferente.
- Podemos ir?
- Claro... me desculpe pelo atraso.
- Claro, nenhum problema. – disse ele lhe depositando um selinho nos lábios.
- Por que você fez isso? Não tem ninguém aqui! – disse ela com raiva.
- Se você não percebeu tem fotógrafos ali atrás daquele carro. – disse ele entre dentes.
- Mais um motivo para você não me beijar.
- Não seja infantil... logo logo farei mais do que lhe beijar. – disse ele oferecendo-lhe o braço.

Um tremor percorreu a espinha de Lua. Estava tentando esquecer esse detalhe. Arthur estava sem o seu chofer e ao invés do habitual Jaguar preto ele estava com sua Ferrari preta. Ele abriu a porta para Lua entrar e em seguida a fechou.

- Gostou do carro? – perguntou Arthur.
- Sim... é muito bonito. – disse ela tentando parecer indiferente.
- Podemos ir?
- Claro.
Foram em silencio até o local da recepção. Lua as vezes reparava em Arthur. Estava usando um meio fraque de modo displicente. Mel tinha razão ao falar de Arthur, ele era realmente bonito. Tinha um rosto perfeito, com traços delicados e marcantes. Seus olhos demonstrava que ali apesar de pouca idade tinha um homem que fora obrigado a amadurecer muito rápido. Ele era sedutor até mesmo quando não queria. Lua detestava pensar que ele a atraia.

Arthur tentava se concentrar ao volante, mas a mulher que estava ao seu lado não permitia. Conseguia ver através do decote do vestido o colo de Lua sobindo e descendo a cada respiração. Era sem duvida uma mulher estonteante que qualquer homem queria ter por esposa um dia. Ela não era o tipo de mulher para curtição e sim para se casar. Talvez por isso tivesse à escolhido, não sabia ao certo o motivo pelo qual estava enfrentado isso, teriam tantas mulheres que se disporiam a casar com ele.

Ele parou em frente ao local, logo abriram a porta para ele e Lua saírem. Arthur entregou as chaves ao motorista e deu a volta no carro, oferecendo os braço a Lua.

- Não ficaremos muito tempo. – disse Arthur.
- Não me importo...
- Não fale com os repórteres... – disse ele sério
- Do que você esta falando?
- Apenas faça o que eu te disse. Não fale nada.
- Ok... não falarei nada Sr. Aguiar

Lua reparou que aquela não era a entrada principal. Logo que apareceram no portão todos vieram os cumprimentar felizando-os. Lua não sabia o que estava acontecendo e logo vieram inúmeros flash. E reportes em cima deles, Arthur os tirou rapidamente dali. Era um jardim enorme, muito bem decorado. Todos muito bem vestidos, assim como ela e Arthur. Lua viu um rosto família.

- O que a minha mãe está fazendo aqui Arthur? – perguntou ela rangendo os dentes.
- Você gostou da nossa festa de noivado?

Continua....

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