7 de set. de 2012

Barriga de aluguel


Capítulo : 43 e Capítulo : 44




Lua estava exausta, a consulta havia sido tranquila, porém o encontro
com Kuno havia lhe deixado tensa. Entrou no quarto de Arthur e
encontrou todas as suas roupas no closet. Germana era realmente
incrível, pensou Lua vendo suas roupas exatamente do modo que gostava
que fossem colocadas. Seus perfumes e maquiagem já se encontravam na
penteadeira do quarto. A porta do quarto se abriu e Arthur entrou.


- Achei que não iria subir tão cedo para o quarto. – disse ela.
- Não tinha muito o que fazer no computador. – disse ele tirando a camisa. – nada que eu pudesse resolver por ele entende?!

Listen to your heart – Roxette.
(link: 
http://www.youtube.com/watch?v=3sJPUTTfNbg )

Lua
o olhava sem saber o que falar. Era como senão o visse daquela maneira
a um longo tempo. Arthur sorriu ao ver que Lua o olhava tão
distraidamente. Aproximou-se dela colando seus corpos.

- Faz tempo que eu não sei o que é ter você Lua. – disse ele sussurrando no ouvido dela.
Lua
estremeceu, a voz rouca de Arthur em seu ouvido lhe tiravam
qualquer resistência que pudesse vir a ter. Tentou se afastar, mas as
mãos dele a seguravam pela cintura firmemente. Estavam numa distância
perigosa. Lua estava rendida desde o primeiro momento em que ele
entrara no quarto e Arthur sabia disso. Sorriu ao olhá-la nos
olhos.

- Tem certeza disso? – perguntou ele aproximando-se da boca de Lua.
- Não... – respondeu ela de olhos fechados.

Essa
era sem duvida a resposta que Arthur queria escutar, pois num
momento depois ambos estavam entregues a um beijo cheio de saudades e
desejo. A blusa de Lua foi tirada com delicadeza e perícia por
Arthur, seguindo por sua camiseta polo.

- Espero que ninguém nos atrapalhe dessa vez! – disse ele sorrindo.

Lua
apenas sorriu, queria tanto Arthur quando ele a queria. Trouxe-o
mais para perto, fazendo suas bocas colarem e seus corpos também. Com
uma das mãos Lua desabitou a calça do marido o fazendo rir.

- Ta rindo do que? – perguntou ela o olhando docemente.
- Eu to rindo porque era sempre eu quem dava o primeiro passo... – disse ele dando um beijo no pescoço dele.
- Tem horas que é preciso renovar. – disse ela de olhos fechados.

Miraram-se
por um curto instante antes de se beijarem novamente. As mãos de
Arthur percorriam as costas de Lua a procura do fecho do sutiã.
Quando finalmente o encontrou, soltou-o com delicadeza. Conhecia cada
centímetro do corpo de Lua, em apenas um toque ele pode perceber que
o corpo dela estava totalmente diferente do que na primeira noite.
Sorriu. Estava mais bonita do que antes. As calças de Lua faziam
companhia para as de Arthur num canto do quarto. Lua foi deitada
carinhosamente na cama, estavam sem roupa sem uma única peça de roupa.
Ele a olhou. Suas curvas estavam menos acentuadas e seu filho começava
a demonstrar que estava presente, a barriga dela estava mais
distendida. Arthur deitou-se e a puxou para cima dele. Não
colocaria seu peso em cima dela. Os cabelos Loiros de Lua caiam como
cascata sobre ele o fazendo ficar ainda mais excitado.

Mexiam-se
com cuidado e precisão. O nível de sensualidade que os corpos
desprendiam era algo que deixava aquele momento ainda mais mágico. Não
tinham pressa em terminar algo que os unia e os transformavam em um
único ser. Lua sentia-se completa e protegida quando estava nos
braços de Arthur. Ela riu para ele, beijando-o. O brilho nos olhos
de Lua estava entorpecendo-o, parecia um menina quando sorria para
ele.

Arthur a apertou fortemente e Lua deitou-se sobre
ele com um sorriso nos lábios discreto. Fechou os olhos e se aconchegou
melhor nos braços dele, adorava o cheiro que desprendia do pescoço do
marido. Ficou ali, sentia-se calma. Deitou-se ao lado de o mirando.

- Lu...
Ela colocou um único dedo sobre a boca dele o impedindo de falar.

- Não Arthur... não diz nada. – disse ela mexendo nos cabelos dele.
- Eu preciso...

Ela o mirou. Arthur tinha um semblante calmo, diferente de todos os que ela já tinha visto.

- Então diz...
- Eu quero te agradecer por ter voltado para mim... – disse ele.
- Não vamos falar nisso...
- Lu... por favor.

Ela apenas sorriu, lhe dando permissão para que continuasse.

-
Eu... obrigado por tudo o que você fez por mim até agora. – disse ele
passando as mãos pelo rosto dela – você tem sido maravilhosa e eu fui
um burro em todos os momentos... – ele sorriu – quero que a gente
conviva em paz até o final. Quando o bebe nascer... – ele colocou a mão
sobre o ventre dela – enquanto você viver comigo eu quero dar um lar
para essa criança e não apenas uma casa.
- Eu...
- Deixa eu continuar. – ele apenas a olhou – sei que vai ser por um curto espaço
de tempo, mas quero da uma coisa que eu nunca tive à ele. Nem que seja
por apenas 5 meses... quero sentir que eu não fiquei em total falta com
ele. Sei que nunca será a mesma coisa, mas enquanto vocês estiverem
aqui na minha casa eu preciso saber que ele será feliz.

Lua
sorriu e selou os lábios do marido. Teve vontade de falar que se fosse
por ela, nunca iria sair dali. Nem ela e nem o bebe que ela estava
esperando, mas ele já havia determinado. Após o bebe nascer apenas mais
cinco meses e ela estaria de volta a casa de sua mãe. Ela suspirou, mas
nada disse.

- Você concorda comigo Lu? – perguntou ele temerário.
- Claro que concordo. – disse sorrindo. – não tenho motivos para não concordar. Acho que você tem razão.
Arthur
puxou Lua mais para si, e a abraçou. Sentiu que a respiração dela foi
se normalizando. Ela estava dormindo tranquilamente em seus braços,
puxou a coberta para que ela não ficasse com frio durante a noite.

Tantas
coisas passavam em sua cabeça. Não queria que Lua saísse de sua casa
um dia, mas isso já estava determinado. Ela mesmo não ficaria, mesmo
que ele pedisse para que ficasse. Arthur tinha a certeza que ela
estava apenas com ele para que sua mãe fosse operada. Pela primeira vez
sentiu-se tentado em adiar a cirurgia de Claudia para que ela fosse
obrigada a ficar do seu lado mais tempo. Sentiu-se nojento depois de
pensar isso, como isso poderia ter passado por sua mente!? Jamais faria
isso com lua. Preferia tê-la longe dele, mas feliz do que perto e
infeliz. Além do que seu filho não tinha o porque passar por uma
situação dessa. Afagou os cabelos da esposa, ela era um anjo que tinha
caído em sua vida. Mais do que nunca precisava agora saber o que
realmente acontecera na noite em que seus pais e a irmã e o pai de
Lua morrerá. Tinha poucas pistas em suas mãos e todas tinham um
lacuna em volta. Nada encaixava-se e a única pessoa que o podia ajudar
estava em algum lugar distante e não o ligava já fazia alguns meses.
Seus pensamentos estavam girando em torno de Sol, ela poderia estar em
qualquer lugar. Certamente não estaria nem na França e nem da Suécia,
pois se estivesse já estaria sabendo. Isso o estava deixando inquieto.
Não tinha uma explicação plausível para o sumiço dela.



Capítulo : 44

Arthur acordou a manha já se fazia alta. Era segunda-feira. Tinham o feriado inteiro pela frente, mas antes tinha que resolver o ultimo empecilho para a cirurgia de Claudia. Conseguiria a data ainda naquele dia. Trocou-se e desceu para o escritório, em poucas ligações conseguiu agendar a cirurgia.

- Posso entrar?
- Claro que sim Germana. Aconteceu alguma coisa?

Germana fechou a porta.

- Ela ligou menino. – disse a senhora preocupada.
- Quem ligou?
- Sol.
- Por que não me chamou? - perguntou ele levantando-se
- Por que isso foi de madrugada e o telefone não tocou. Só vi hoje pela manha.
- Como sabia que era ela? – perguntou ele aflito.
- Por que eu vi no identificador de chamada. Era uma chamada restrita e internacional. – disse a senhora rapidamente – acho que ela deixou alguma coisa na secretária eletrônica.
- Posso entrar?
- Claro que sim Lua... – disse Arthur a olhando.
- Se estiver ocupado eu saio... – disse ela vendo a expressão séria de Arthur.
- Não estou Lu... estava apenas conferindo as mensagens da caixa eletrônica. – disse ele – Germana a gente vai tomar café agora tudo bem!?
- Sem problemas menino. – disse a senhora retirando-se. – Qualquer coisa podem me chamar.
- Lu... posso falar com você?
- Claro... posso te ajudar em alguma coisa?
- Eu consegui marcar a cirurgia da sua mãe definitivamente... – disse ele sério.
- Você ta falando sério?! – perguntou incrédula.
- Claro que eu estou. – disse ele sorrindo. – será semana que vem. Já tem tudo marcado.

Lua se levantou deu a volta na mesa e abraçou Arthur inesperadamente. Ele a principio achou estranho aquela atitude dela, no primeiro momento ele não conseguiu retribuir o abraço, mas em seguida abraçou-a com força.

- Eu não sei nem como te agradecer Arthur... – disse ela chorando.
- Não precisa me agradecer. – disse Arthur afagando os cabelos de Lua – por que você ta chorando?
- Eu to muito feliz. Não sei nem o que lhe dizer...
- Já disse que não precisa me dizer absolutamente nada. Quero apenas que sua mãe volte a andar logo.
- Eu preciso ligar para ela. – disse afoita.
- Usa esse telefone aqui Lua. – disse Arthur entregando o objeto.

Lua pegou o telefone com as mãos tremulas. Discou os números e colocou o telefone na orelha. Parecia uma eternidade a cada toque que o telefone dava.

- Alô!?
- Mariana? – perguntou Lua.

Arthur engoliu em seco quando Lua disse aquele nome. As lembranças se mostraram forte em sua mente, o nome ‘Raquel’ ecoava em seu cérebro.

- Sou eu. Quem é? – perguntou Mariana do outro lado da linha.
- Sou eu, Lua. Minha mãe está ai?
- Sim... eu vou chama-la.
- Brigado.

Lua batia os pés no chão. Arthur analisava cada detalhe de Lua. Os cabelos estavam presos de modo displicente, usava uma batinha branca que deixava a barriga de Lua quase escondida e uma calça jeans clara. Constatou que ela apenas havia ganho o peso da barriga e seus seios terem tido um aumento considerável. Ele sorriu. Eram mudanças realmente magníficas, jamais imaginou que desejaria uma mulher grávida como desejava Lua. As mudanças da gravidez haviam sido tão cuidadosamente extraordinária que haviam deixado Lua com uma beleza totalmente diferente.

- Mamãe?! – perguntou Lua.

Arthur saiu de seus devaneios e voltou a prestar atenção na conversa de Lua.

- Que voz é essa filha? – perguntou Claudia do outro lado da linha.
- Tenho uma boa noticia para a senhora.
- Me diga filha. – disse ela aflita. – que noticia que tem para me dizer?
- A sua cirurgia...
- O que tem ela afinal?
- Será semana que vem. – disse Lua andando de um lado para outro
- Tem certeza querida? – perguntou Claudia com a voz fraca.
- Claro que tenho mãe... o Arthur acabou de me dizer isso... – disse Lua – Será semana que vem. Está tudo pronto.
- Como ele conseguiu isso filha?! O médico disse que só sairia...
- Mãe... eu não sei como ele conseguiu. – disse ela interrompendo. – só sei que semana que vem a senhora estará sendo operada.

Lua falava animada com a mãe e Arthur apenas observava. O vestido que ela vestia balançava deixando a barriga dela em evidencia. Ele apenas sorriu. Não conseguia deixar de reparar em Lua, principalmente agora. Ela desligou o telefone e sorriu.

- O que sua mãe disse Lua?
- Ah Arthur... ela não conseguiu falar direito. – disse Lua sorrindo. – pediu que fossemos hoje la... a menos que você tenha algum compromisso...
- Não tenho nada hoje Lua. É domingo lembra ?! – Arthur sorriu.
- É verdade... eu acho que perdi a noção de tempo ultimamente. – disse ela sentando-se novamente – eu preciso voltar a trabalhar Arthur...
- Mas para que Lua?
- Como assim para que!? Eu não posso ficar em casa só por que meu marido é dono da empresa. Isso não tem nada haver. – disse ela séria. – amanha estarei trabalhando normalmente.
- Eu não sei se...
- Eu vou trabalhar! – disse Lua decidida – você querendo ou não. A Sophia ta com o mesmo tempo de gravidez que eu e está trabalhando normalmente.
- Eu não vou dizer nada Lua. – disse Arthur encarando-a – e sei que se eu não concordar você brigará comigo e irá do mesmo jeito.
- Você tem toda a razão.
- Por isso amanhã se quiser pode ir comigo para a empresa. – disse ele enfim vencido.
- Acho que eu vou acertar a carona. – disse sorrindo.

Lua ficava tão angelical sorrindo daquele modo. Estava tão radiante que nem parecia a mesma Lua quando estava de mau humor ou irritada. Era simplesmente outra, tinha o dom de cativar e atrair atenções daquele modo. Tornava-se repentinamente uma garota no corpo de uma mulher.
- Arthur!!!! – falou Lua alto.
- O que foi?
- Estava me escutando?
- Não... – disse ele rindo. - o que você estava dizendo?
- Eu queria saber se podemos ir almoçar na minha mãe. – disse ela sorrindo.
- Claro que sim..
- Lá não tem comidas finas e nem requintadas então...
- E quem disse que eu me importo com isso Lua?! – perguntou Arthur encarando-a. – acho que você realmente não me conhece nem um pouco.
- É que você ta sempre acostumado com comidas chiques e em casa a minha mãe faz comida do tipo: arroz, feijão... – ela sorriu – essas coisas. Não tem nada de carneiro...
- Não me faça rir. – disse ele de modo juvenil – estou louco para comer uma comida decente.
- Então vamos?! – perguntou ela mais animada repentinamente.
- Claro que sim Lu. – disse ele sorrindo e levantando-se.
- Posso te falar uma coisa? – perguntou ela um pouco acanhada.
- Claro que sim. – ele volteou a mesa e parou em frente dela. - O que quiser.

Lua respirou fundo e por breves seguintes perdeu-se na mirada de Arthur. Seus olhos eram de um castanho tão profundo e misterioso que era impossível não parar para reparar e tentar decifrar a alma daquele homem que ainda lhe era uma incógnita.

- Lu... o que você quer dizer afinal? – perguntou indagador.
- Ah sim... – disse ela voltando a si – por um momento você parecia o Arthur que eu conheci em Paris.
Ela virou-se sem dizer mais nada. Arthur ficou parado apenas olhando Lua afastar-se. “ por um momento você parecia o Arthur que eu conheci em Paris” ecoou em seu cabeça. Lua subiu as escadas sob o olhar de Arthur, aquela afirmação tinha mexido com ele, será que ele estava voltando a ser como antes?! Antes de toda a tragédia se abater sobre ele!? O único e verdadeiro Aguiar que restou. Arthur passou as mãos pelo cabelo lentamente, saiu do escritório e subiu as escadas, entrou no quarto vazio. Trocou apenas a camisa que o estava incomodando.

- Você já está pronto Arthur? – perguntou Lua entrando no quarto.
- Já. – disse ele pensativo.
- Ta acontecendo alguma coisa?
- Não. Por que?
- Você parece pensativo. – disse Lua.
- Estou bem... podemos ir?
- Claro que sim. – disse Lua colocando uma sandália rasteira.

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