13 de jan. de 2013

{FIC} Falsa Lua-de-Mel


21 º e 22º Capitulos de Falsa Lua-de-Mel
Não Tenha Medo!!!!
Dedicado pra: Patricia @LuArMyLive1

— E por que eu faria isso? Você acha que quero ser abandonada a toda hora?
— Talvez por que dê menos trabalho do que você abandoná-los.
— Deixe-me ver se entendi: você acha que eu escolho homens que vão me abandonar, por que é a saída mais fácil?
— Talvez seja, sim. Ser cuidadosa é bom, Lua. Mas anular-se completamente porque tem medo de se machucar é um tremendo desperdício.
— Já disse: somos dois estranhos.
— Não somos mais. — Arthur chegou mais perto. — Você tem paixão pela vida, é muito atraente e terrivelmente sexy. Não jogue isso fora só porque está com medo. — Os olhos dele capturaram os dela, forçando-a a enxergar pelo menos aquela verdade.
— Eu só faço escolhas ruins e você vai ser a próxima.
— Mas e se desta vez der certo?
— Como é que eu vou saber se é?
— Você simplesmente sente que é — disse ele, acariciando-lhe o rosto com um dedo.

A tarde, Lua estava entediada e achou que fazer uma refeição ajudaria. Encaminhava-se para a cozinha, mas parou de repente no saguão ao ver um quadro na parede que não estava ali no dia anterior, pois se estivesse ela lembraria.
Era uma antiga lâmina de serra, para duas pessoas, de no mínimo um metro e meio, talvez mais, onde fora pintada a mais bela paisagem de um rio caudaloso, cercado de uma densa floresta, com uma tempestade em formação ao fundo. Lindíssima. Mas, de onde surgira?

Distraiu-se da peça ao ouvir a voz de Sophie vinda da cozinha. A cozinheira havia aparecido pouco o dia todo e Lua preocupara-se com ela. Mais aliviada, bateu à porta.
— Só um minuto! — Ouviu-a gritar do outro lado da porta e depois a abriu, corada e ofegante, mas arrumada como sempre. — Olá!
— Quer companhia? — ofereceu.
— Claro, entre! — respondeu Sophie após olhar rapidamente por cima do ombro.
— Com quem estava falando? — Lua perguntou olhando em sua volta. — Pensei que estava conversando com alguém.
— Como?! — Sophie dirigiu-se ao balcão no centro da enorme cozinha. — Ah, comigo mesma, eu falo sozinha. Está com fome? Sente-se. Eu aqueci água na lareira e posso fazer-lhe um chá enquanto preparo algo para comer.
Lua sentou-se numa banqueta no outro lado da bancada e examinou os tipos de chá na caixa repleta de saquinhos, escolhendo seu favorito. Sophie retirou vários legumes do refrigerador e começou a cortar cenouras com uma rapidez espantosa, fazendo o mesmo depois com um talo de salsão e um maço de brócolis.

Nenhuma das duas disse nada. Lua queria perguntar sobre Felipe, mas Sophie parecia refratária ao assunto. Então, ficou sentada ali, beliscando os legumes crus com a mesma velocidade que Sophie lidava com o facão.
— Você tem família, Sophie? Devem estar preocupados com esta situação, não?
— Somente minha irmã. Ela sabe que estou aqui. Mais legumes? — Ofereceu, passando-lhe o prato com mais cenouras cortadas. — Eu teria feito um patê, mas não dava para confiar no creme de leite, graças à falta de eletricidade. — disse, ligando uma pequena lanterna embaixo da bancada, sem iluminar muito. — E graças a Chay pela falta de um gerador decente.
— Um gerador seria ótimo — concordou Lua, olhando para a noite que se aproximava.
— O policial acha que foi um de nós que matou Felipe — disse Sophie em voz baixa. — Ele está por aí... Procurando por pistas.
Lua não pensara nele como um policial até o momento em que o vira na adega com uma arma na mão, pronto para protegê-la, se assim pedisse.— Talvez esteja tentando provar que não foi ninguém daqui — respondeu.

— Eu não tenho álibi algum — queixou-se Sophie, pousando a faca na bancada com os olhos cheios de lágrimas novamente.
— Eu vi você ontem à noite e hoje de manhã — Lua tranqüilizou-a.
— Mas você não me viu entre esses dois momentos, ou antes de ter chegado aqui.
— E ninguém me viu também quando cheguei aqui ontem à tarde. Poderia ser qualquer um de nós. — Mal acabou de dizer e um estrondo as assustou. — O que foi isso?! — Lua disse assustada.
— Eu não sei — respondeu Sophie. — Até esta manhã eu achava esta casa o lugar mais aconchegante e relaxante do mundo. Mas agora é... assustadora.
— Onde está Mel?
— Ela disse que iria tirar algumas horas de folga.
Mais um baque surdo.
— Ah não, chega! Sophie, venha comigo.
— M-mas aonde vamos? — A cozinheira parecia estar assustada.
— Vamos descobrir o que é esse barulho.
— Mas está escurecendo.
— Não se preocupe, não há de ser nada.
— Então por que estamos levando estas facas de açougueiro?
— Só por precaução. — E com isso, Lua arrastou Sophie para fora da cozinha. O corredor estava escuro, exceto pelo brilho da lanterna. — O que fica ali em baixo? — perguntou, apontando com a faca para o corredor após a sala de jantar.
— A sauna, a academia, a banheira de hidromassagem e a piscina coberta — respondeu Sophie, com a voz meio trêmula. E ouviram mais pancadas. — Oh, meu Deus!
— Calma. Vamos lá. — As duas continuaram o caminho na ponta dos pés, facas em punho. As batidas estavam ficando mais fortes.

Entraram numa sala que parecia uma academia, com espelhos de ponta a ponta e aparelhos de ginástica de primeira linha. Havia uma imensa TV de plasma em uma das paredes com uma caixa de DVD aberta. Sophie respirou aliviada quando a luz da lanterna caiu sobre ela.
— Ah, é Chay — disse.
— Tem certeza? — questionou Lua  ainda em alerta.
— Sim, ele adora assistir a esses seriados. Ele deve estar por aqui tentando fazer a TV funcionar com baterias ou algo do gênero. Chay? — chamou alto.
Não houve outra resposta além dos golpes surdos que agora haviam ficado... cadenciados.
— Oh, meu Deus — Lua disse, aliviada, mas sem acreditar no que acabara de constatar: eram Cahy e Mel!
— O que foi? — sussurrou Sophie. E de repente ouviram um grito. Um grito de mulher. — É Mel! — exclamou e disparou em direção à sauna, antes que Lua pudesse segurá-la.
— Sophie, espere! Não acho que deve ir — disse, alcançando-a antes que chegasse à porta da sauna.
Nesse momento, a porta da sauna se abriu e Mel apareceu na soleira, segurando uma lanterna, vestindo apenas uma toalha enrolada no corpo e um sorriso satisfeito nos lábios. Quando viu as duas ali, ergueu uma de suas sobrancelhas, surpresa. Mas controlada como sempre, fechou a porta da sauna cuidadosamente atrás de si.
— Graças a Deus! — exclamou Sophie com uma mão sobre o peito e quase cortando o próprio queixo com a faca — Você não está morta!
— Eu pareço morta?! — retrucou.
Era impossível não notar a pele úmida de Mel e a expressão "acabei de fazer sexo" estampada em seu rosto.
— Claro que não — disse Lua, tirando cuidadosamente a faca da mão de Sophie. — Desculpe-nos, ouvimos um barulho e ficamos preocupadas.
— O que você estava... — começou Sophie.
— Eu lhe disse que iria tirar algumas horas de folga, não disse? — interrompeu a latina, marchando por entre as duas. — Agora se me dão licença, vou tomar uma ducha.
— Nós ouvimos você gritar — continuou Sophie, mas parou de falar quando Mel voltou-se para ela.
— Você está assustada — concluiu, enquanto prendia os cabelos num coque.
— Você não deveria ficar sozinha — ponderou Sophie.
Por um milésimo de segundo, os olhos de Mel se voltaram para a porta da sauna. Depois simplesmente sorriu.
— Não se preocupe comigo, sei me cuidar sozinha. — E entrou no banheiro.
Lua observou-a afastar-se, mas não sem notar a marca de uma mordida que tinha na parte de trás do pescoço.
— Sophie, ela não estava sozinha — sussurrou, apontando para a sauna.
— Como?!... — perguntou ela sem compreender.
Lua segurou as duas facas em uma só mão e abriu a porta da sauna. Chay levantou-se de súbito, segurando a toalha na frente do corpo.
— Olá mocinhas! — exclamou e viu as facas na mão de Lua — Deus do céu, o que houve agora?
— Nós ouvimos um baque e viemos investigar.
— Ah, era eu e... — Ele sorriu sem graça e passou o braço pela testa. — Está tudo bem — assim dizendo, passou por elas em direção ao chuveiro onde Mel estava. A porta estava trancada. — Droga — murmurou enquanto levantava a mão para bater. Nisso, sua toalha caiu. Sophie engasgou, mas manteve os olhos bem abertos.
Lua esticou o pescoço enquanto Chay soltava uma imprecação e se abaixava para recolher a toalha, dando a Sophie uma visão perfeita, a julgar pela segunda engasgada que deu.
Ainda enrolando-se na toalha, ele bateu à porta, chamando por Mel.
— Meu bem? Abra a porta, por favor!

Lua tentava olhar para qualquer lugar que não fosse para o faz-tudo da casa, e quando seu olhar se voltou para a porta da academia viu Arthur, que apareceu com uma lanterna.
Ele deu uma olhada rápida em sua direção e em toda a situação ali. Embora não tivesse movido um músculo sequer, Lua sabia que ele compreendera tudo: Chay, sem graça; Sophie, em choque; Mel, que não estava por perto, e ela mesma, segurando duas facas. Ele ainda as olhou e levantou uma sobrancelha, mas não disse palavra. Nem precisava, sua expressão dizia tudo.

Chay virou-se, viu Arthur e, com um grunhido, encostou a testa na porta. Infelizmente, ao mesmo tempo, Mel abriu a porta e ele entrou no banheiro, perdendo o equilíbrio e caindo. Mel olhou para baixo para o homem estatelado a seus pés, e depois para a pequena multidão que assistia tudo.

— Idiota — disse por entre os dentes. Todos ali sabiam que ela falava de Chay. Ela deu um suspiro, agachou-se junto a ele e completou — Pelo menos é o meu idiota.
— Sou, é? — indagou Chay, surpreso.
— É, sim... — sussurrou ela no que mais parecia um ronronar.
— Então é melhor fechar a porta, mocinha, porque eu quero privacidade — respondeu o escocês, com a voz carregada de sensualidade. Mel obedeceu prontamente.
— Oh, isso é tão romântico! — Sophie suspirou. — Não é a coisa mais romântica que já viu? — Sorriu para Lua.
— Você precisa sair mais e conhecer o mundo. — Foi o comentário de Lua.
— Já me disseram isso — respondeu Sophie, e virou-se para Arthur. — Posso ajudá-lo em alguma coisa?
— Não, estou bem — ele disse, olhando para Lua.
— Certo, então — disse Sophie para quebrar o silêncio desconfortável. — Vou voltar para a cozinha. — Pegou a lanterna que Lua lhe oferecia e desapareceu, deixando-a sozinha com Arthur.

Na penumbra daquela sala iluminada apenas pela lanterna, Arthur ficou calmo, confiante e sexy como nunca, aparentemente sem a necessidade de dizer alguma coisa.
Lua olhou à sua volta, para os vultos dos aparelhos de ginástica, o chão limpo, enfim, para qualquer lugar menos para ele, imaginando quanto tempo levaria até que um dos dois cedesse, ou melhor, antes que ela cedesse.

E então, como se o destino lhes pregasse uma peça, a luz da lanterna de Arthur apagou, deixando-os na mais completa escuridão.
Lua deu um gemido involuntário quando a luz se foi
— Calma, estou aqui, lembra-se? — disse Arthur baixinho. — Para que são essas facas?
— Ah, isso aqui? — Ela forçou um sorriso — E que eu queria picar alguns legumes e...
— Vai dar tudo certo, Lua. Você vai ver — assegurou ele.
— Como "vai dar tudo certo"? Estou numa casa com um cadáver e muito provavelmente também com o responsável por isso. — Segurou as facas com mais firmeza. — Odeio isso, odeio essa situação!
De repente ouviu um "clique" e logo depois um pequeno facho de luz brilhou no escuro: Arthur havia acendido uma outra lanterna.
— O que está fazendo aí atrás? — reclamou ele, puxando-a para seu lado. — Venha comigo.
— Vamos deixar Mel e Chay no escuro — ela comentou.
— Tenho a impressão de que estão exatamente onde querem estar.
Estavam de volta ao corredor principal, entre o saguão e a sala de estar.
— Você chegou a entrar em algum dos quartos ao lado da adega? — ela lembrou-se de repente.
— Os aposentos dos empregados?
— Isso, eu ouvi alguém lá pouco antes de encontrar Felipe.
— Ouviu quem?
— Não sei, pensei que fosse Sophie, mas ela veio correndo do andar de cima, então não deve ter sido.
— Você não mencionou isso antes. — Arthur estudou-a por um momento.
— Eu ouvi alguém cantarolando — disse ela na defensiva.
— Você tem ouvido muitas coisas, princesa.
— Eu sei — concordou, massageando as têmporas. — Estou perdendo a razão, eu sinto isso! Meu Deus, aqui anoitece às quatro da tarde e eu odeio o escuro!
— Você não está perdendo nada. Vamos dar uma olhada nisso.

Quando pararam em frente à porta da adega fechada, Lua tremeu ante ao fato de que Felipe pudesse estar lá dentro.
As duas portas à direita estavam abertas. O primeiro era um quarto onde havia uma cama imaculadamente arrumada, uma cômoda e um par de botas de saltos altíssimos no chão. Com certeza, era o quarto de Mel. O segundo quarto tinha uma cômoda e cama iguais às anteriores, mas a cama estava desarrumada. Não havia sinal de objetos pessoais.

Do outro lado do corredor, o primeiro quarto parecia intocado. E o segundo... estava trancado. Esse quarto era de onde Lua havia ouvido o cantarolar. Não havia nenhum som vindo de lá agora, e ninguém respondeu quando bateram à porta.
— Por que será que este está trancado e os outros não? — questionou Arthur, intrigado.
— Acha que devemos arrombar a porta? — Lua perguntou num sussurro, e ele negou com a cabeça. — Então vamos embora daqui — sugeriu, olhando para a porta da adega, respirando aliviada quando ele concordou que voltassem.
De volta ao saguão, havia um fogo aconchegante na lareira.
— Sei que está acostumado a esse estresse absurdo, mas eu não — disse ela aliviada.
— Nunca me acostumei ao estresse.
Quando seus olhares se encontraram, ela viu que era verdade. Ele já vira muito, fizera muito e isso o havia afetado. Ele não era invencível, não era imune ao medo. Lua estendeu a mão e tocou a dele. Ele a apertou.
— Mas sei que iremos sair daqui amanhã, quer saber como?
— Está brincando?! Claro!

Ele iluminou com a pequena lanterna uma área além do saguão. Dulce viu então uma porta atrás da mesa da recepção, que não notara antes. Arthur abriu-a e iluminou seu interior.
Era uma garagem. Entraram, e Lua não conseguia ver muito além da pouca luz provida pela lanterna, mas era uma garagem imensa, com três portas largas e inúmeros veículos estacionados. O local cheirava a óleo, pneus e gasolina. Ao erguer a lanterna, viram uma camioneta, uma picape e outros carros de passeio incluindo... duas motos para neve. Arthur chegou perto, passando a mão pelo tanque de uma delas.

— Não têm combustível, já verifiquei. Meu palpite é que ainda não é época de serem usadas, mas os motores estão em ordem.
— E o que um policial de San Francisco sabe sobre esses veículos? — questionou ela, enquanto Arthur abria o pequeno capo de uma das motos e examinava.
— Eu entendo um pouco de mecânica — respondeu, misterioso.— Quando eu era pequeno costumava abrir qualquer aparelho para depois remontá-lo. Gosto disso até hoje — esclareceu, mexendo em algo dentro do compartimento.
— Mas esses veículos são inúteis para nós se estiverem sem combustível, não?
— Sim — ele respondeu, monossilábico, enquanto se dirigia a um dos vários armários na parede, abrindo um ao acaso.
— Droga! — disse baixinho, ficando imóvel.
— O que foi?! — Lua perguntou, alarmada, mas ficou imóvel também ao ver do que se tratava. — Oh, não!
Um sapato.
E não era qualquer sapato. Era o sapato de Felipe que estava faltando, guardado naquele armário.
— Não estou gostando nada disso — anunciou Arthur nervoso, o músculo em seu maxilar saltando. — Santo Deus, a casa inteira é a cena do crime.
— Thur? — pediu ela, colocando sua mão nas costas dele. — Eu quero muito ir embora daqui.
— Amanhã — respondeu ele, seco, enquanto abria outro armário. — Bingo — disse, quando viu as latas vazias de gasolina. — Sem energia, nós teremos que abrir a porta da garagem manualmente, não vai ser fácil, já tentei. E estão muito pesadas devido ao peso da neve acumulada do lado de fora.
— Isso é loucura. — Lua levantou uma mão para limpar o suor de sua testa, e quase se ferindo com as facas. — Isso tudo é uma loucura. A tempestade, esta casa, aquele homem morto...
— Eu sei — respondeu ele, o sorriso se esvaindo de seu rosto. — Que tal me dar essas facas antes que você se machuque?
— Eu sei cuidar de mim mesma. — Uma afirmação falsa, ambos sabiam.
— Você não foi capaz de matar uma simples aranha — disse ele suavemente. — Logo, eu presumo que usar uma faca, mesmo que para proteger a própria vida, seria muito difícil para você.
— Eu conseguiria sim — afirmou com voz trêmula.
— E o seu lado "durão" reaparece — murmurou ele, tocando-a no rosto.— Eu quase tive um ataque cardíaco quando não consegui encontrá-la ainda há pouco — continuou. — Pensei que fosse ficar na sala de estar.
— Não agüentei por muito tempo — defendeu-se Lua.
— Eu queria que ficasse em segurança — disse ele.
Ela engoliu seco, pois percebera que aquilo não era um jogo e nem se tratava de seu orgulho. Era sobre algo muito maior e ela também queria estar segura. Muito.
— Achei que seria mais seguro ficar com alguém, em vez de sozinha. Mas Sophie e eu ouvimos aquele barulho e...
— E foram ver o que era — completou Arthur, pousando as facas num banco de madeira no fundo da garagem. Depois, endireitou as costas e olhou para ela, sua expressão mostrando uma intenção clara e ardente.Lua sentiu os joelhos amolecerem, e ela deu um passo para trás. As mãos de Arthur se fecharam em volta de seu rosto e ele se inclinou, prendendo-a contra a parede.
— Precisamos tirar a neve. — Tentou distraí-lo.
— Sim, mas não agora. Amanhã de manhã.
— Mas se eu passar outra noite aqui...
— Mesmo se sairmos daqui e eu conseguisse fazer um desses veículos funcionar, seria preciso da luz do dia para encontrar a estrada e depois seguir até a cidade.
— Mas Micael ou Chay...
— Eles também precisam da luz do dia. Se qualquer um de nós sair agora, vai se perder no caminho, o que é uma péssima idéia. Isso vai ter que esperar até amanhã. — E assim, deu o assunto por encerrado, enquanto deslizava o queixo pelo ombro dela, afastando junto o tecido vermelho da blusa.
— Está bem — convenceu-se Lua. — Mas eu não sou louca por você.
— Eu sei, princesa, eu sei — disse ele, beijando-lhe o pescoço, fazendo com que ela fechasse os olhos. — Isso é coisa da minha cabeça.
— Isso mesmo!
Arthur mordiscou o ombro macio enquanto baixava o decote da blusa, desnudando os seios alvos. Lua inclinou a cabeça de encontro à parede, seu corpo transformado numa massa trêmula de desejo que não conseguia entender. Para tentar se recompor e ganhar força, virou-se para a parede, sentindo em seu rosto o contato frio do concreto enquanto respirava fundo.
— Diga o que quero ouvir — insistia ele, percorrendo as mãos pelo corpo esguio. — É só dizer que eu paro.
Quando viu que Lua não iria responder, ajoelhou-se e beijou-lhe a parte de trás das coxas.

— Você vai me fazer parar ou não? — perguntou com voz sexy, arrancando um gemido de Lua ao deslizar as mãos pelo ventre liso e acomodá-las nos seios onde se pôs a brincar com os mamilos entre os dedos.
Ainda de joelhos atrás dela, mordeu levemente a curva de suas nádegas por cima da saia para depois, com o nariz, empurrar o tecido para cima, deixando-a vulnerável no sentido mais literal da palavra.
— Lua, você tira meu fôlego...

Ela poderia tê-lo feito parar. E ele esperava que o fizesse. Mas em vez disso, pressionou-se contra a parede, fechando bem os olhos para bloquear a imagem que se formava em sua mente: ela, com a saia erguida até a cintura revelando a calcinha minúscula, as botas de fetiche, sabendo que ele a estava forçando a perder o controle. Querendo que ela perdesse o controle.
Arthur escorregou a mãos até suas pernas, para depois voltá-las para cima, espalmando em suas nádegas. Inclinou-se e beijou-lhe uma, depois a outra e então mergulhou os dedos no vão entre elas, arrancando um gemido de Lua

— É só dizer que eu paro — repetiu ele.
Diga logo, faça com que pare! comandava seu cérebro, mas era seu corpo quem ordenava agora, e ela empinou as nádegas ainda mais para trás.

Creditos: UR
QUERO MUITOS COMETÁRIOS.


8 comentários:

  1. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  2. faz eles se amarem pf e ela perceber que gosta dele de verdade

    Duda

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  3. eles se amam, isso vê-se nitidamente

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  4. Isso daqui e melhor q novela da globo u.u posta MUITO MAIS, AMO ESSA WEB, EU SOU SUA FA. A obrigada pela dedicatoria valeu mesmo. Bjs Patricia.

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  5. Nooossa... Tipo.. é uma mistura de Agatha Christie com novelas das 23 horas que passa na Globo! kkkkk To amaaaaaaaaaaaaando!

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