Capítulo Quatro Parte 2
Março, 2006
- Como ela está? – Catherine perguntou, observando, da porta, a irmã
sentada na cadeira de balanço – Ela parece pior do que da última vez. –
Comentou, suspirando.
- Tenho esperanças que ela melhore agora que você veio. – Thur falou,
levando Catherine até o quarto de hóspedes.
- Obrigado por ter chamado, Arthur, eu não tinha ideia de que as coisas
tinham chegado a esse nível. – Suspirou – É claro que eu sabia que não estava
tudo bem, não é? Mas isso não é normal, mesmo considerando a situação. Ela
precisa ir a um médico. – Avisou.
- Eu tentei fazer com que ela fosse, juro que
tentei, mas ela nem ao menos fala comigo. Se eu a toco, ela começa a gritar,
mandando que eu me afaste. Antes, eu conseguia fazer com que ela comesse, mas
nessa semana ela está rejeitando tudo. Tive que obrigá-la a comer ontem, fazer
com que ela engolisse. Isso está me enlouquecendo.
- Imagino. Vou tentar conversar com ela, talvez ela ouça.
Tinham se passado quatro meses. Quatro meses que Lu não fazia absolutamente nada a não ser chorar. Thur não sabia o que fazer, já tinha chamado um médico, mas Lu nem ao menos o deixara chegar perto. Queria levá-la para o hospital, mas não conseguia, pensando que isso poderia apenas deixá-la mais infeliz.
Todos os dias, à noite, Arthur chorava. Rezava pela sua filha, mas aquilo não o reconfortava, nessas horas a fé não servia. Às vezes, tentava acreditar que nada era sua culpa, porém nem ao menos se iludir ele conseguia. Talvez fosse ele quem estivesse causando isso a Lu. Não, tentou tirar a ideia da cabeça, ele tentava ajudar, não era culpa sua se Lua se negava a aceitar a morte da filha.
- Imagino. Vou tentar conversar com ela, talvez ela ouça.
Tinham se passado quatro meses. Quatro meses que Lu não fazia absolutamente nada a não ser chorar. Thur não sabia o que fazer, já tinha chamado um médico, mas Lu nem ao menos o deixara chegar perto. Queria levá-la para o hospital, mas não conseguia, pensando que isso poderia apenas deixá-la mais infeliz.
Todos os dias, à noite, Arthur chorava. Rezava pela sua filha, mas aquilo não o reconfortava, nessas horas a fé não servia. Às vezes, tentava acreditar que nada era sua culpa, porém nem ao menos se iludir ele conseguia. Talvez fosse ele quem estivesse causando isso a Lu. Não, tentou tirar a ideia da cabeça, ele tentava ajudar, não era culpa sua se Lua se negava a aceitar a morte da filha.
Observou Catherine entrar no quarto de Stella, sentar-se ao lado da irmã
e falar com ela. Catherine não era psicóloga, mas conhecia Lua, podia ajudá-la.
Era estranho, Lua fora quem ficara forte após a morte dos pais, quem aguentou
tudo pela irmã, e agora se entregava à depressão.
- Lua, fale comigo. – Catherine insistia – Vamos comer alguma coisa,
você não acha que seria uma boa ideia?
- Não, quero ficar sozinha.
- Nada disso, venha comigo. – Ela puxou a irmã pelo braço – Vamos dar um
jeito em você.
- Para que? Por quê? – Perguntava, vagamente, sem se mover no lugar.
- Porque você ainda está viva, Lu. – Respondeu simplesmente.
Ainda não, era questão de tempo, Thur pensou. Catherine saiu do quarto,
arrastando a irmã, elas desceram as escadas. Lu não costumava descer, só quando
resolvia comer ou ia para o jardim, em uma tentativa de se congelar. Ele ficou
ali em cima por um tempo, então resolveu descer, ver se Catherine tinha obtido
algum sucesso.
Da sala, podia ouvir vozes. Vozes não, apenas uma: de Catherine. Ela
contava alguma coisa para Lu que, como Thur pôde perceber ao se aproximar, não
prestava a mínima atenção, mas comia o que estava à sua frente, como um robô.
Pelo menos comia, e talvez, com o tempo, prestasse atenção no que a irmã lhe
contava.
- Thur? – Ouviu um conhecido lhe chamar e levou um susto.
Micael estava parado ali, ele nem ao menos tinha notado sua presença.
Ele tinha feito o favor de pegar Catherine no aeroporto e trazê-la ali, mas
Thur achava que já tinha ido embora, viver.
Mal vira seus amigos nos últimos meses, eles vinham lhe visitar sempre,
mas não tinham o que falar. Thur estava sempre ocupado verificando se Lu estava
bem e ainda sofria com a morte da filha, palavras de consolo não adiantariam e
conversas não fariam sentido. Ele também não tinha trabalhado, não tinham feito
nenhuma música nova, nenhum show, nada. Eles entendiam, os fãs também. Isso,
porém, não seria para sempre, estavam dando-lhe um tempo para se recuperar, mas
logo precisariam trabalhar.
Tinha se passado muito tempo. Não parecia.
- E aí, cara? – Ele cumprimentou Thur – Como está?
- O mesmo de sempre.
Micael não falou nada, não tinha nada a ser dito.
- É triste vê-la assim.
– Comentou, observando Lu e Cath na cozinha – E você também. Há quanto tempo
não sai de casa? – Thur não respondeu, Micael sabia a resposta – Eu imagino
como deve doer, mas vocês não podem se deixar levar, Thur. Vamos, saia com a
gente. Estamos preocupados com você. Agora Catherine está aqui para ver Lu por
você.
Thur aceitou, pois sabia que precisava daquilo. Não queria que a dor vencesse. Não queria morrer, precisava aproveitar sua vida. Se Lu não queria viver, ele não podia obrigá-la, mas não ia se submeter a isso.
De madrugada, ele chegara em casa. Estava completamente bêbado e cansado, e pior: a bebida não havia nem disfarçado sua dor. Sair fora inútil, sentira-se tão mal quanto sempre, mas pelo menos vira as ruas. Estava frio, tudo parecia igual.
Chay e Raffael pelo menos pareceram felizes ao vê-lo. Os amigos tentavam distraí-lo, conversar sobre assuntos do mundo, não falavam da própria vida, pois parecia injusto que estivessem tão bem, quando Thur estava sofrendo. Tampouco falavam sobre Lu ou Stella, estragaria a noite. Ao final, todos estavam bêbados e já não falavam mais nada com sentido. Thur chegava até a rir sem saber porque, o som da própria risada o assustou, já se esquecera de como soava.
Thur aceitou, pois sabia que precisava daquilo. Não queria que a dor vencesse. Não queria morrer, precisava aproveitar sua vida. Se Lu não queria viver, ele não podia obrigá-la, mas não ia se submeter a isso.
De madrugada, ele chegara em casa. Estava completamente bêbado e cansado, e pior: a bebida não havia nem disfarçado sua dor. Sair fora inútil, sentira-se tão mal quanto sempre, mas pelo menos vira as ruas. Estava frio, tudo parecia igual.
Chay e Raffael pelo menos pareceram felizes ao vê-lo. Os amigos tentavam distraí-lo, conversar sobre assuntos do mundo, não falavam da própria vida, pois parecia injusto que estivessem tão bem, quando Thur estava sofrendo. Tampouco falavam sobre Lu ou Stella, estragaria a noite. Ao final, todos estavam bêbados e já não falavam mais nada com sentido. Thur chegava até a rir sem saber porque, o som da própria risada o assustou, já se esquecera de como soava.
Autora:Juuh
Aguiar
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ResponderExcluirodeio vê-los sofrer
ResponderExcluirsuper viciada na web
ResponderExcluirposta maaaaaaaaaaaaaaaais
ResponderExcluirfaz eles reagirem e retomarem a vida deles, sei que nao vai ser facil, mas eles tem que viver
ResponderExcluirDuda
Mais!!
ResponderExcluirposssssssssssta maiiiiiiiiiiiiiis
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