Capitulo 7
Acordei meio atordoada e ao olhar ao
meu redor constatei que realmente tudo não passara de um sonho.
–Tudo bem garota?-Perguntou a
enfermeira ao meu lado.
“Com a visão meio embaçada eu forcei
minha vista e pude ler seu crachá, ‘‘Marta”, era seu nome eu me sentei na cama
meio zonsa e com a mão na testa eu perguntei:
–Por quanto tempo eu dormi?
–Por umas quatro horas… -Disse em um
tom de voz tranquilo.
–Quatro horas?!-Disse surpresa
–Calma… Tudo bem!
–Mas minha mãe vai ficar o cão
eu tenho que ir… -Disse me levantando.
–Calma! Já informamos sua mãe ela
está vindo te buscar.
Senti-me, mas tranquila em saber que
minha mãe já sabia de meu caso e que não ia ligar para policia como ela fizera
da ultima vez que me atrasei pro almoço, mas por outro lado ela ia ficar louca
comigo por eu não ter contado sobre o machucado, e com certeza ia ficar
tagarelando sobre o quanto ela se preocupa comigo e que eu tenho que contar
tudo para ela. Nao há mais privacidade nesse mundo...
A enfermeira colocou os óculos, e
disse em uma voz doce e suave:
–Agora vamos ver esta mão. -Ao dizer
isso ela pegou minha mão com cautela e puxou com cuidado o esparadrapo com marcas
de sangue seco, ao tirar completamente o esparadrapo veio à surpresa, minha
ferida sumira completamente deixando apenas uma fina cicatriz no lugar, eu
sorri ao constatar que o sonho com a feiticeira não era apenas um sonho e sim
uma visita que ela fizera. Sorri
–Mas como… Estava aqui eu sei que
estava. -Disse ela dando passos para traz e esbarrando nas coisas. Ela me
olhava com um olhar de medo e eu so querendo rir da situação mas me
aproveitando so fiquei a encarando.
Eu me levantei peguei minha mochila e
sai correndo dali, deixando a enfermeira parada com cara de espanto e medo,
caminhando lentamente pelo corredor pude ver as salas vazias e um silêncio
tomar conta do ambiente, de repente eu senti como se alguém tivesse me
empurrado, eu cai no chão de joelhos apoiando as mãos no chão, falei um - Que
merda!- recolhi meus livros que saltaram de minha bolsa, me levantei e olhei
para traz para ver se realmente alguém havia me empurrado de propósito,a única
coisa que eu via era o faxineira passando um pano molhado no chão eu suspirei
com um sorriso e pensei comigo mesmo vendo aquele senhor tão longe de mim. ”não
pode ter sido aquele homem,eu devo ter apenas tropeçado sozinha”.
- Sou é muito lerda em ter tropeçado
sozinha! Acho que o efeito de pôs sono ainda esta...- reclamei e em seguida
borcejei
Virei-me para frente novamente e
comecei a andar lentamente em direção à saída, estava distraída curtindo aquele
silêncio todo e o som dos pássaros do lado de fora quando eu ouvi um
grunhido,quando me virei o faxineira não estava mais lá, seus materiais haviam
caído no chão,seu esfregão estava largado em um canto,e o balde com água havia
caído e enchido o corredor,engoli seco e senti o mesmo calafrios que sentira
quando passará no portal das almas perdidas,quando me virei,levei um susto e
dei um pulo para traz, Arthur estava parado ali na minha frente me encarando
com seu olhar de deboche como se estivesse rindo por dentro.
- Porra... Santa mãe de deus! Avisa
antes por favor! Faria uma enorme diferença! Que susto...- falei em me
importando com quem falava
–Tudo bem com você?-Perguntou ele.
Eu ouvira sua voz pela primeira vez,
era linda sedutora, romântica…
–Você parece estar com medo… - eu
realmente estava mas nem morta adimitiria!
-Eu não estou com medo merda nenhuma!
So me assustei por que um garoto me assustou!. - Menti.
Ele me lançou um olhar sério com
aqueles perfeitos olhos castanhos esverdeados, eu parecia hipnotizada, não
conseguia tirar os olhos de seu belo rosto.
–Posso ver sua mão?-Perguntou ele
estendendo sua mão. Sei nao oh... Inclinei a cabeca pro lado o encarando e o
olhando desconfiada nao disse nada apenas entreguei a minha mão a sua o
encarando.
Ele pegou minha mão com delicadeza,
sua pele era muito quente.
–Sua mao é Quente… Ta com febre? -Ri
fraco e ele nao esboçou nenhuma expressão.
Ele me lançou uma rápida olhada e
depois virou minha mão, e com seriedade disse como se pra ele fosse normal:
–Vejo que sua mão cicatrizou rápido…
- É, pelo visto sim
–Mas… Como se machucou mesmo?-Ele
perguntou com um olhar de quem já sabia a resposta…
– Hum...- o encarei de novo- Você
parece que sabe a resposta. Já que ate usou a palavra mesmo.- ele me olhou meio
chocado por eu estar dando uma de ignorante pra ele e nem liguei- Eu nao me
lembro muito... Devo ter me cortado...- menti.
–Mas… Do jeito que estava esta manhã…
Não parecia um corte…
– Já disse que nao me lembro muito!-
me zanguei
–Sei… -Disse ele soltando minha mão.
–Eu acho que você tem que tomar mais
cuidado, quem mexe com o fogo se queima… -Disse ele com uma voz sombria como se
ele estivesse ameaçando.
- To sabendo ta? Poupe suas
palavras...
Ele olhou no fundo de meus olhos e
inclinou a cabeça para o lado como se estivesse me analisando, depois com uma
voz macia e sedutora ele disse:
–Preciso ir.
- Avontade...- dei espaço para ele
passar
Quando ele passou por mim, senti um
calafrios percorrer cada centímetro de meu corpo até chegar a minha nuca,
quando já estava atrás de mim eu o ouvi sussurrando:
–Bons sonhos Lua …
- ESPERO TER MESMO!- gritei pra ele
ouvir e ouvi uns risinhos atras de mim.
Eu me virei e ele não estava, mais
lá, havia sumido do nada, o corredor estava novamente vazio, então eu me virei
pensativa e comecei a andar novamente, eu finalmente sai da escola, eu senti o
ar fresco e o pássaros cantarolando, eu olhei para o estacionamento e o carro
da minha mãe estava estacionado,eu bufei sabendo o que ela ia falar e caminhei
até o carro,chegando lá minha mãe Maria Cláudia estava sentada no banco me
esperando ansiosa,quando me viu deu um grito de felicidade,saltou do carro e me
apertou em um abraço.
–Mãe! Eu estou bem!-Disse puxando uma
mecha de cabelo pra traz da orelha.
Mas ela continuava a me apertar.
–Ai meu amor você esta bem
mesmo?-Disse ela me olhando nos olhos.
–Eu to bem… Não se preocupe. -Eu
disse sorrindo pra ela.
Não adiantou dizer que eu estava bem,
assim que entramos no carro ela começou a tagarelar dos montes como eu previra,
quando chegamos em casa ela disse mas calma:
–Vá tomar um banho meu amor, eu vou
preparar a janta.
–Mas e seu emprego, você vai faltar?
–O emprego que se dane, você é, mas
importante. -Eu achei aquela frase um tanto exagerada, mas fiquei feliz em
saber que ela apesar de não me dar muita atenção me ama e se preocupa muito
comigo.
Já no segundo andar me preparando
para o banho a ouvi gritar:
–Quem quebrou meus pratos de
porcelana?
Eu tapei a boca para não rir e entrei
no banheiro as pressas antes que me culpasse. Sabia que ia sobrar pra mim...
Sempre sobra
Créditos: Cecília
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