Capitulo 8
Após o jantar fiquei uma meia hora
ouvindo minha mãe tagarelar algo sobre seus pratos quebrados, eu apenas lançava
um olhar sério e dizia: pois é… Para tudo o que ela perguntava. Quando ela
finalmente parou de falar eu soltei um suspiro de alivio e subi as escadas em
direção ao banheiro, escovei meus dentes e prendi meus cabelos em um rabo de
cavalo, o calor aquela noite estava insuportável, Woold Rainy não era sempre
fria seu clima nunca foi estável ninguém sabia ao certo quando ia fazer calor
ou quando ia fazer frio, era sempre uma surpresa.
Vesti uma camiseta larga e calcinha
de renda caso o calor aumentasse, deitei-me em minha cama e fiquei um tempo ali
só ouvindo as corujas que ficavam a noite toda grunhindo de cima de uma arvore
seca ao lado da janela de meu quarto.
–Tudo bem querida?-Perguntou minha
mãe aparecendo do nada na porta.
–Tudo… Só estou sem sono.
–Então boa noite meu amor… -Disse ela
fechando a porta de meu quarto com um sorriso doce
Virei-me para o lado e aconcheguei
minha cabeça no travesseiro, meus olhos começaram a pesar e o sono finalmente
me alcançou, eu estava certa de que aquela noite seria normal, mas me enganei .
Por cerca de 00h30min um barulho que
vinha do andar de baixo, me acordou,sentei-me na cama e passei a mão na cabeça
ainda tremula de sono me,levantei e caminhei até o cabide,agarrei meu roupão
preto e desci as escadas lentamente,quando cheguei no último degrau ouvi o
barulho mas uma vez,era como se tivesse alguém arranhando a parede com as
unhas,era como se fosse um animal.De repente surgiu um barulho diferente que
vinha da cozinha,era como se estivessem batendo as unhas uma de cada vez na
pia,corri até lá e com um movimento rápido acendi a luz,e para meu alivio era
apenas a torneira pingando.
- Mais que caralho! Eu to com a
audição mais aguçada do que o normal!- Gritei baixo para nao acordar a minha
mãe.
Já ia subindo as escadas. Quando a TV
liga sozinha em um canal cheio de chuvisco, eu fechei os olhos e dei um
suspiro, me dava preguiça só de pensar que eu teria que descer até o andar de
baixo novamente só por que a porra da TV havia ligado. Quando desci as escadas
de novo só para desligar a TV percebi que ela estava desligada.
- Pensei em nunca iria dizer isso
mas...- me fingi de chorosa e voz embargada- Chamem o osmac pra mim, eu so
posso é estar ficando é louca! Ou isso tudo sera apenas sono? É... Eu opto pela
segunda opção...- sempre que estou com medo ou algo assim brinco ou dou patada
em mim
Mesma ou em alguém so para o medo
acabar ou demonstrar que nao estou com medo.
Um silêncio rondou a casa toda,
até as corujas que costumavam grunhir àquela hora estavam caladas.
Assustador...
Mas não adiantou eu continuava com
medo, eu fui andando de costas até minha mão encontrar a coluna da
escada,quando isso aconteceu eu corri o Máximo que pude em direção ao quarto de
minha mãe,as luzes do corredor piscavam freneticamente. Eu abria desesperada a
porta do quarto da minha mãe.
–O que foi meu anjo você parece estar
com medo… -
–Mãe?!
–Sim querida?-Respondeu com uma voz
doce.
A voz vinha de um canto escuro do
quarto.
–Venha cá meu amor… Abrace-me…
- Sei nao... To bem aqui, nao precisa
se preucupar. So queria mesmo me certificar que estava bem. E... Medo
coisíssima nenhuma!!
Eu me recusei a ir em direção ao
escuro, eu só conseguia ver sua sombra em uma parte iluminada na parede, era a
sombra de minha mãe, mas eu tinha medo de que não fosse ela.
–VENHA CÁ MEU BEM… -Disse, mas agora
a voz era grossa e rouca.
- Mais que porra é essa?! Serio...
Melhor aquela voz doce de antes do que essa ai...
Sua sombra foi aumentando até ficar
quase do tamanho da porta, o demônio era magro e tinha no topo da cabeça dois
enormes chifres, seus braços eram compridos e faziam um barulho de ossos
estralando quando se mexiam, suas mãos tinham compridos dedos pontudos, e no
lugar de seus pés havia patas de cavalo que faziam barulho de ferradura a cada
passo.
–KKKKKKKKKKKKKKKK! -Cai no riso- meu
pai...- falava ofegante pelo o ataque de riso- Tu é feio hein?! Deus me acuda!-
estava com medo mais o ataque de riso nao foi por que eu quis e sim por que o
bixo é feio que dói!- O que é que você quer?!
A criatura apontou seu dedo ossudo e
comprido para mim, eu abri à porta e fui para o meu quarto, tranquei a porta
dando milhares de voltas na chave, corri até a gaveta e joguei toda a papelada
e a tranqueira que tinha lá no chão até achar o colar que a Cigana havia me
dado,quando me virei,dei de cara com ele,mas estava tão escuro que eu só podia
ver seus olhos vermelhos brilhando.
– Menos mal assim... Assim nao gasto os
meus lindos olhos olhando o que acabei de ver em poucos minutos! E pra deixar
claro eu nao tenho medo de você!
Ele deu um grunhido ferós que fez
minhas pernas tremerem e fez meu cabelo voar, meu coração ficou acelerado a
ponto de sair pela boca quando eu vi sua cara horrenda e seus enormes dentes
pontudos e amarelados, seu hálito tinha cheiro de carniça! Além de horrendo tem
um hálito que há 10 metros mata qualquer um!
Créditos: Cecília
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