Capítulo Quinze p.1 Ultimos Capitulos
Março, 2010
Lua caminhava em torno da mesa de jantar da casa de Sophia enquanto
carregava Noah de um lado para o outro. Desde que o sobrinho havia nascido,
duas semanas antes, ela procurava qualquer oportunidade para segurá-lo.
Catherine havia se provado uma mãe muito superprotetora e não gostava muito que
outras pessoas que não fossem ela ou Micael pegassem o bebê no colo; Lua,
porém, costumava ignorar suas reclamações. Só mais alguns meses e seria seu
próprio bebê quem ela estaria segurando, Lu mal podia esperar. No dia seguinte,
teria uma consulta no médico e esperava descobrir o sexo do bebê.
Era aniversário de um ano de Oliver e o quintal de Sophia estava cheio
de pais com bebês, e, dessa vez, Lu não se sentia deslocada. Não iria negar que
às vezes era um pouco doloroso ver certas crianças, também não negaria que se
preocupava com como ela reagiria ao bebê, quando ele a lembrasse tanto Stella
que chegasse a doer.
Não importava, ela daria um jeito, tinha certeza. Olhou rapidamente para
Thur, que conversava com Raffael do lado de fora da casa, eles não tinham
conversado muito sobre seus medos desde que descobriram da gravidez. Era melhor
focar no lado positivo, pensamentos negativos atraem acontecimentos negativos.
E nada poderia dar errado dessa vez.
Cansada de ficar andando de um lado para o outro, Lu sentou-se em uma
das mesas que estavam espalhadas pelo quintal, e rapidamente Catherine apareceu
procurando pelo filho, tirando-o dos braços de Lu e dizendo que já iria para
casa. Ela estava cansada, ainda se acostumando com a vida de mãe. Lua, por
agora, pensava que sentia saudade até mesmo desse cansaço, quando o bebê
nascesse, ela não tinha tanta certeza se continuaria pensando assim.
- Estou meio nervosa – Lua admitiu, quando pararam em frente ao
consultório.
Não sabia porque estava se sentindo assim. É claro que estava ansiosa
para ver seu bebê, mas não fazia sentido tanto nervosismo. Não se lembrava de
ficar assim durante a gravidez de Stella. Mas também, já havia se passado mais
de oito anos, detalhes desse tipo já tinham sido distorcidos em sua
mente.
- Não tem motivo, querida – Thur a acalmou, segurando sua mão – Vai
estar tudo bem.
Ela assentiu, repetindo a frase várias vezes na sua mente. Como Arthur
podia estar tão calmo? Ele não parecia nem um pouco nervoso, e Lua invejava sua
capacidade de não deixar-se afetar.
- E se for um menino? – Ela falou de repente, fazendo com que Thur
começasse a rir – Eu não sei criar meninos.
Ela não falou, porém, que tinha ainda mais medo que fosse menina. E que
fosse muito parecida com Stella. Preferia falar sobre seu medo secundário, era
mais fácil de colocar para fora.
- Não se preocupe com isso, Lu. Não importa se é menino ou menina, você
vai continuar sendo uma ótima mãe – Ele disse, saindo do carro e, depois,
abrindo a porta para Lua, obrigando-a a sair também.
- Certo, vamos começar. Ansiosos para ver o bebê? – A médica perguntou.
Lua não respondeu, apenas riu nervosamente, demonstrando que estava mais
do que ansiosa. Thur não disse nada, apenas apertou a mão da esposa, enquanto
olhava para a tela, esperando que alguma coisa aparecesse. A médica começou a
passar o aparelho na barriga de Lua e, apesar de ser meio confuso, Thur não
conseguia identificar nada parecido com um bebê na tela.
Lua observou que a médica parecia não conseguir identificar também, já
que fazia uma cara de confusão.
- O que houve? – Lu perguntou, começando a ficar preocupada e olhou de
soslaio para Thur.
- Calma, às vezes é mais difícil de conseguir uma boa visão – Ela disse,
mas parecia estar escondendo alguma coisa.
Eles ficaram em silêncio por algum tempo. A médica continuou procurando
por alguma coisa, olhando para tela como se estivesse vendo algo que não
gostasse. Lua apertava cada vez mais forte a mão de Thur, mas ele já não se
importava, estava preocupado demais tentando desvendar o comportamento da
médica.
- Sinto muito, - A doutora falou – Sra. Aguiar, o seu útero não está do
tamanho que seria o normal para 14 semanas, eu estava verificando se estava
tudo bem, mas... O coração do feto não está batendo – Ela continuou, com medo
de ser mais explícita – Você sofreu um aborto espontâneo. É comum isso
acontecer no início da gravidez...
Ela continuou falando, explicando as causas, mas já perdera Lua. Arthur
também já não escutava mais a médica, apenas olhava a esposa, reparando que ela
estava ficando pálida e seu olhar estava meio vago. A médica falou que teriam
que executar um processo de curetagem, para tirar o feto e a placenta,
entretanto ela teve que repetir para que Thur entendesse. Nenhum tentou falar
com Lu.
- Por quê? – Lua falou de repente – Por que isso está acontecendo
comigo?
Sabendo que não eram explicações científicas que ela queria, a médica
optou pelo silêncio. E sem ter nenhuma resposta para a esposa, Thur fez o
mesmo. Uma lágrima escorreu pelo rosto de Lua, ela não se deu o trabalho de
limpá-la. Ficou calada pelo resto da consulta, apenas obededendo à médica.
Lua não falou nada até chegar ao carro, quando desmoronou em lágrimas.
Thur não disse nada, apenas dirigiu até a casa. Ele queria abraçar Lua, queria
dizer que estava tão triste quanto ela, mas tinha medo que ela fosse reagir
igual quando Stella morreu, afastando-o.
Lu estava preocupada demais com seus pensamentos, para notar qualquer
tentativa de afeto de Arthur. Ela não conseguia parar de pensar “Por quê?”.
Todos, literalmente todo mundo, havia lhe dito que tudo ficaria bem dessa vez.
Que ela estava certa de continuar, de tentar ter outro bebê. Que nada de errado
aconteceria. Para que? Só para que ela tivesse todo esse trabalho de se
reerguer, colocado suas esperanças lá no alto, apenas para vê-las desabando em
um segundo.
Não era justo. Não era justo que ela perdesse tudo o que ela queria. Não
era justo que ela não pudesse ao menos ter seu filho em paz. Não podiam tirar
isso dela. Não de novo.
Ela saltou do carro rapidamente, ao estacionarem na garagem de casa. Ignorou
os chamados de Thur, apenas subiu para o quarto, fechando a porta antes mesmo
que o marido tivesse subido ao segundo andar. Ela queria ficar sozinha. Em
algum lugar, no fundo de sua mente, sabia que não deveria. Sabia que estava
cometendo os mesmos erros duas vezes.
Ora, se podem errar
tirando-lhe sua felicidade duas vezes, ela também tinha direito de errar
novamente, não é? Ela não queria saber se seus pensamentos tinham lógica ou
não, apenas queria se enterrar no meio dos lençóis e chorar até morrer. Um
pensamento muito positivo, é claro.
Ela queria seu bebê de volta no seu útero. Queria seu sorriso se volta no seu rosto. Queria sua esperança de volta.
Mas ela não podia ter tudo o que queria. Na verdade, não podia ter nada do que queria, aparentemente.
Ela só tinha um pedido na vida, tudo o que ela queria era ter uma família, tudo o que ela queria era ser mãe. Por que, por mais que tentasse, não conseguia? Por que continuava falhando e falhando, sem nenhum motivo aparentemente? Deus realmente não gostava dela, pensou. Ou isso, ou o universo estava realmente tentando lhe ensinar uma lição: ela não nascera para aquilo, era melhor desistir.
De fato, ela estava cansada de continuar tentando. Estava cansada de tentar ser feliz. Ela estava cansada de achar que tinha conseguido, para depois descobrir que se enganara. Estava cansada de ver todos seus sonhos escaparem por suas mãos. Era melhor não ter sonho nenhum, do que ter e perdê-lo.
Com as perguntas rolavam por sua mente e as lágrimas por sua face, Lu acabou adormecendo, mesmo ainda estando de manhã.
Ela queria seu bebê de volta no seu útero. Queria seu sorriso se volta no seu rosto. Queria sua esperança de volta.
Mas ela não podia ter tudo o que queria. Na verdade, não podia ter nada do que queria, aparentemente.
Ela só tinha um pedido na vida, tudo o que ela queria era ter uma família, tudo o que ela queria era ser mãe. Por que, por mais que tentasse, não conseguia? Por que continuava falhando e falhando, sem nenhum motivo aparentemente? Deus realmente não gostava dela, pensou. Ou isso, ou o universo estava realmente tentando lhe ensinar uma lição: ela não nascera para aquilo, era melhor desistir.
De fato, ela estava cansada de continuar tentando. Estava cansada de tentar ser feliz. Ela estava cansada de achar que tinha conseguido, para depois descobrir que se enganara. Estava cansada de ver todos seus sonhos escaparem por suas mãos. Era melhor não ter sonho nenhum, do que ter e perdê-lo.
Com as perguntas rolavam por sua mente e as lágrimas por sua face, Lu acabou adormecendo, mesmo ainda estando de manhã.
Creditos:
Juuh Aguiar
Nossa isso n é justo nem com o Arthur mt menos com a Lua... Poxa smp foi o sonho DELA, td mundo tem e ela n, primeiro a filha morre, cara a coisa mais dificil do mundo é perder um filho, dai ela entra em depressao dai qd ela consegue se estabelecer td mundo resolve ter um filho e agr q ela tava conseguindo ela perde?!! Aah eu vou choraaaar :‘(
ResponderExcluirPoxa, tão triste :( Agora que tudo estava começando a ficar bem! Ela não pode deixar o Arthur de novo!
ResponderExcluirporque é que tinha que acontecer isso com eles, nao é justo eles sofrerem tanto assim, eles só querem ser felizes e tem todo o direito. por favor faz com que eles fiquem juntos e nao se separem e tentem outra vez e que consigam a familia que eles tanto desejam e merecem
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