Capítulo Dezesseis p.2 (Penultimo
cap)
Lua continuou pensando
sobre o assunto até Catherine voltar para pegar Noah, que já estava dormindo
quase profundamente. Ela agora tinha a certeza que queria tentar mais uma vez,
apenas para ter certeza. Não iria colocar nenhuma espectativa, pelo menos não
até a gravidez estar bem avançada, mas tentaria. Todavia, não sabia o que fazer
com esse recém-adquirido conhecimento. Deveria falar com Thur ?
Ele fora um pouco oposto a última tentaiva de engravidar e veja no que aquilo havia dado. Ela duvidava que ele fosse ficar feliz com a ideia. Provavelmente acharia que aconteceria outro acidente. E que argumentos ela teria, afinal? Era verdade.
- Vamos lá para cima, querida, você está quase dormindo acordada – Arthur falou, cutucando Lua para despertá-la de seus pensamentos.
- Não estou dormindo, estou pensando – Respondeu, ainda meio perdida, mas acabou levantando mesmo.
- Pensando no que? – Ele perguntou, enquanto seguia Lua até o quarto.
Lua não o respondeu até chegarem no quarto, fazendo com que Arthur franzisse o cenho, ficando curioso para saber sobre os pensamentos da esposa.
- Eu quero ter um bebê – Ela falou fazendo com que Thur parasse na entrada do quarto – Eu quero tentar de novo, Arthur .
- Agora? – Ele riu, se aproximando de Lu , fazendo com que ela apenas revirasse os olhos – Isso é sério, Lu ? Você não só ficou com saudades hoje por cuidar de Noah? – Ele falou, sentando-se na cama.
- É claro que é sério, Thur – Ela respondeu irritada – Eu venho pensando nisso há alguns dias. Eu quero ser mãe. Nós podíamos tentar só mais essa vez... Se eu não conseguir engravidar, nós podemos pensar em adoção. Por favor, Thur – Ela pediu, se aproximando do marido.
- Você tem certeza disso? – Ele suspirou – Lu , nós acabamos de passar por uma perda, não sei se estou pronto para outra.
- Não vai ter outra – Ela falou – Nós vamos no médico o tempo todo e fazer de tudo para que dê certo essa vez. E vai dar! Vamos, Thur , eu sei que você também quer – Lua ficou apenas o encarando, até que Thur sorrisse e a puxasse mais para perto a beijando.
Ele fora um pouco oposto a última tentaiva de engravidar e veja no que aquilo havia dado. Ela duvidava que ele fosse ficar feliz com a ideia. Provavelmente acharia que aconteceria outro acidente. E que argumentos ela teria, afinal? Era verdade.
- Vamos lá para cima, querida, você está quase dormindo acordada – Arthur falou, cutucando Lua para despertá-la de seus pensamentos.
- Não estou dormindo, estou pensando – Respondeu, ainda meio perdida, mas acabou levantando mesmo.
- Pensando no que? – Ele perguntou, enquanto seguia Lua até o quarto.
Lua não o respondeu até chegarem no quarto, fazendo com que Arthur franzisse o cenho, ficando curioso para saber sobre os pensamentos da esposa.
- Eu quero ter um bebê – Ela falou fazendo com que Thur parasse na entrada do quarto – Eu quero tentar de novo, Arthur .
- Agora? – Ele riu, se aproximando de Lu , fazendo com que ela apenas revirasse os olhos – Isso é sério, Lu ? Você não só ficou com saudades hoje por cuidar de Noah? – Ele falou, sentando-se na cama.
- É claro que é sério, Thur – Ela respondeu irritada – Eu venho pensando nisso há alguns dias. Eu quero ser mãe. Nós podíamos tentar só mais essa vez... Se eu não conseguir engravidar, nós podemos pensar em adoção. Por favor, Thur – Ela pediu, se aproximando do marido.
- Você tem certeza disso? – Ele suspirou – Lu , nós acabamos de passar por uma perda, não sei se estou pronto para outra.
- Não vai ter outra – Ela falou – Nós vamos no médico o tempo todo e fazer de tudo para que dê certo essa vez. E vai dar! Vamos, Thur , eu sei que você também quer – Lua ficou apenas o encarando, até que Thur sorrisse e a puxasse mais para perto a beijando.
- Tem algo que eu preciso fazer antes de engravidar – Lua disse,
enquanto observava Thur quase dormindo, deitado ao seu lado na cama, ele apenas
grunhiu como resposta, fazendo com que Lu o cutucasse para que ele abrisse os
olhos – Eu preciso voltar para lá.
Isso fez com que ele acordasse um pouco, franzindo o cenho.
- Lá aonde?
- Califórnia – Respondeu – Eu preciso encarar aquela casa. Acho que nós
dois precisamos.
- Essa é uma péssima ideia, Lu – Ele falou, perdendo o sono e
sentando-se na cama – Nós não precisamos ir até lá. Nós já superamos isso, não
é? Irmos até os Estados Unidos só vai servir para deixar-nos tristes e vai
piorar tudo.
- Ótimo, então fique aqui você, eu vou até lá – Disse, estressada pela
rejeição de Thur, mas em seguida completou: - É importante, Thur. Eu sinto que
se não fizermos isso, nunca vamos nos despedir de verdade e vai ser como se
Stella sempre assombrasse nossas vidas.
- Isso é ridículo – Falou, encerrando o assunto e deitando-se novamente.
Mas, no fundo, ele sabia que não era. E mesmo se fosse, era importante
para Lu, então ele acabaria fazendo de qualquer forma. Não custava nada ir até
lá. Talvez fosse um pouco doloroso, mas talvez valesse a pena. Eles precisavam
se despedir. Eles precisavam, finalmente, começar a vida de verdade.
Thur fechou os olhos, dormindo imediatamente, quase como se fosse uma
defesa de seu cérebro para que ele não pensasse mais sobre o assunto. Naquela
noite, teve um de seus piores pesadelos há mais de um ano, sonhara com o
acidente. Não era raro que ele tivesse pesadelos com aquele dia, mas os piores
eram os que que eram tão reais que Thur precisava de alguns minutos para se
acalmar depois de acordar, lembrando-se que isso já tinha acontecido há muito
tempo. Já tinha acabado. Não tinha certeza se era reconfortante.
Outubro,
2010
Lua sentiu os seus olhos ficarem marejados só de olhar para a casa, que
parecia quase imutável. Fechou os olhos ao lembrar de sua última visita, quase
podia ver Stella correndo pela escada, apertando a campainha até o pai abrir a
porta e a pegar no colo. Lembrava como Stella estava animada para viajar, como
ela estava morrendo de saudades de Thur e contava os dias para chegar na
Califórnia. Lua lembra-se de como estava ficando irritada com as perguntas de
Stella, entristecia-se ao saber que não apreciara completamente todos os momentos
da pequena vida da filha.
Thur colocou as mãos nas costas de Lu , encorajando-a a andar. Meio
hesitante, ela subiu os degraus, esperando Arthur para abrir a porta. Ao
contrário do que secretamente imaginava, a casa não havia ficado completamente
abandonada nos últimos cinco anos. Na verdade, ela sabia disso, quase todos os
outros casais utilizavam a casa normalmente, nenhum deles relacionava a casa
com Stella.
Ela entrou na casa, deixando sua pequena mala no sofá da entrada. Eles
ficariam apenas pelo final de semana, Lua achou que seria o suficiente e, de
qualquer forma, ela não poderia tirar uma folga muito maior tão em cima da
hora.
Lu suspirou ao olhar para todos os cantos da casa. Olhando assim, ela
nem parecia tão assombrada, mas se ela pensasse um pouco mais cada canto
daquele local gritava Stella para ela. Lua estava acostumada com isso em sua
própria casa em Londres, ela tivera bastante tempo para se adaptar, entretanto
essa era a primeira vez que punha os pés na Califórnia, desde novembro de
2005.
- Nós podemos sair daqui? – Ela perguntou, procurando por Thur , que
ainda estava parado na porta.
- Pensei que o objetivo de vir era enfrentar as memórias. Isso não vai
acontecer se ficarmos fora de casa o tempo inteiro – Reclamou, mas abriu a
porta de novo.
Lua sabia daquilo, mas teriam muito tempo ainda para isso. Esses seriam
dois longos dias, ela previu.
Eles andaram pela rua em silêncio, procurando por algum lugar que
pudessem almoçar. Os dois estavam cansados na viagem de avião e queriam ir
tomar banho e dormir, porém qualquer alternativa era melhor do que ficar
naquela casa. Mesmo que todos os lugares contessem lembranças da filha. Pelo
menos, nem todas as lembranças eram ruins.
Acabaram parando em um restaurante que ficava próximo da casa. Já tinham
comido lá muitas vezes e o cardápio não havia mudado muito nos últimos anos –
era o tipo de local que o cardápio não mudaria nunca. Nenhum dos dois conversou
muito enquanto comiam, tentaram quebrar um pouco a tensão, mas parecia quase
impossível.
- Você quer voltar? – Thur perguntou, depois de pagarem a conta, ainda
sentados à mesa.
- Ainda não – Respondeu
– Eu queria ir até o lugar que você a levou. O morrinho perto da praia – Disse,
com uma voz quase inauditível.
Thur não respondeu nada, apenas encarou a eposa como se ela fosse maluca. Por que ela iria querer visitar o local em que Stella morreu? Por que ela iria querer fazer uma coisa dessas? Arthur não poderia voltar lá, era mais fácil simplesmente enfiar uma faca em seu peito. Entretanto, ele sabia que Lu estava falando sério, ela realmente queria ir até lá. Era fácil para ela pedir algo assim, ela não estava presente, não tinha memórias do acidente de carro, não levava consigo a culpa de ter provocado a morte da filha.
- Vamos, Thur , já estamos aqui mesmo.
- Não lá, Lu , eu não posso – Ele disse, levantando-se da mesa sem aviso prévio, fazendo com que Lu ficasse alguns segundos atrasada.
- Pode sim, Arthur . Eu vou estar lá com você. Se você quiser voltar, eu vou voltar sem dizer uma palavra.
Thur não queria, aquilo era pedir demais. Mas ele havia concordado em vir com Lu para a Califórnia, não tinha? O que estava esperando, uma viagem a turismo? Se eles realmente queriam fazer isso, iam fazer direito. Apenas assentiu com a cabeça, pegando a mão de Lu e indo em direção a tal praia.
Como resolveram fazer o caminho todo a pé – nenhum dos dois teria coragem de fazer aquele caminho de carro – acabaram demorando mais tempo do que o planejado subindo, já estava quase na hora do pôr-do-sol quando chegaram. Era ironico, é claro, que fora com esse objetivo que Thur levara Stella até lá, para ver o sol se pôr.
Os dois ficaram apenas olhando a vista ao chegarem. De fato, era muito bonita. Talvez fosse bonita o suficiente para ser o último lugar que alguém veria na vida. Se o “alguém” não fosse uma criança. Se o alguém não fosse sua filha.
Lua não tinha nenhuma lembrança do local, não era tão doloroso assim. Ela conseguia imaginar Stella nesse lugar. Ela imaginava que a filha tivesse gostado, que ela tinha morrido feliz, pelo menos. O sol já começava a descer em direção ao mar e Lua se perdeu na beleza da paisagem. Sim, era uma bonita imagem para ser a última. Sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto, mas não chorava especificamente de tristeza.
Thur não respondeu nada, apenas encarou a eposa como se ela fosse maluca. Por que ela iria querer visitar o local em que Stella morreu? Por que ela iria querer fazer uma coisa dessas? Arthur não poderia voltar lá, era mais fácil simplesmente enfiar uma faca em seu peito. Entretanto, ele sabia que Lu estava falando sério, ela realmente queria ir até lá. Era fácil para ela pedir algo assim, ela não estava presente, não tinha memórias do acidente de carro, não levava consigo a culpa de ter provocado a morte da filha.
- Vamos, Thur , já estamos aqui mesmo.
- Não lá, Lu , eu não posso – Ele disse, levantando-se da mesa sem aviso prévio, fazendo com que Lu ficasse alguns segundos atrasada.
- Pode sim, Arthur . Eu vou estar lá com você. Se você quiser voltar, eu vou voltar sem dizer uma palavra.
Thur não queria, aquilo era pedir demais. Mas ele havia concordado em vir com Lu para a Califórnia, não tinha? O que estava esperando, uma viagem a turismo? Se eles realmente queriam fazer isso, iam fazer direito. Apenas assentiu com a cabeça, pegando a mão de Lu e indo em direção a tal praia.
Como resolveram fazer o caminho todo a pé – nenhum dos dois teria coragem de fazer aquele caminho de carro – acabaram demorando mais tempo do que o planejado subindo, já estava quase na hora do pôr-do-sol quando chegaram. Era ironico, é claro, que fora com esse objetivo que Thur levara Stella até lá, para ver o sol se pôr.
Os dois ficaram apenas olhando a vista ao chegarem. De fato, era muito bonita. Talvez fosse bonita o suficiente para ser o último lugar que alguém veria na vida. Se o “alguém” não fosse uma criança. Se o alguém não fosse sua filha.
Lua não tinha nenhuma lembrança do local, não era tão doloroso assim. Ela conseguia imaginar Stella nesse lugar. Ela imaginava que a filha tivesse gostado, que ela tinha morrido feliz, pelo menos. O sol já começava a descer em direção ao mar e Lua se perdeu na beleza da paisagem. Sim, era uma bonita imagem para ser a última. Sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto, mas não chorava especificamente de tristeza.
Creditos:
Juuh Aguiar
posta mais pf
ResponderExcluiramando muito a web
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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