20 de abr. de 2013

{FIC} 4ever


Capítulo 6 e Capítulo 7

Capítulo 6 No outro dia, Lua, Arthur, Sophia e Micael acordam agarrados um no outro. Nem tinham tomado banho e já era quase meio dia.
– Ei! Gente, acorda! – disse Sophia. – Já são quase meio-dia, temos que tomar banho.
Lua e Arthur acordaram. Estavam abraçados, Lua estava com o rosto no peito de Arthur, que tirou a camisa no meio da noite. Acordou assustada.
– Meu Deus! – disse Lua.
– Bom dia pra você também, luz do dia! – Arthur falou rindo.
– Ah, desculpa , me assustei quando eu percebi... arhm... Esquece.
– Micael! MERDA, Micael, ACORDA! – gritou Sophia.
Micael estava abraçado à barriga da menina, que já tinha tentado tirá-lo de cima dela, mas não conseguia.
– Desgruda que eu quero tomar banho, Borges! – disse ela, empurrando-o da cama. O coitado caiu da cama.
– Nossa, bela maneira de começar o dia – respondeu Micael.
– Sério, saiam que a gente quer tomar banho!
– Por que a gente não pode continuar dormindo aqui enquanto vocês fazem isso? – perguntou Micael, como um zumbi.
– Porque vocês tão fedendo! – Lua falou.
– Não sei por quê! Tô tão cheiroso! – disse Arthur, cheirando a axila.
– Eu vou tomar banho, não to nem aí – Lua falou. – Mas quando eu sair, não quero ver nenhum de vocês aqui!
Lua foi para o banheiro e ligou a água da Banheira. Desastrada, ela girou demais a torneira e acabou quebrando.
– AAAAAAAAAAH! – Lua deu aqueles berros de menina em apuros. Um jato de água ia bem na cara dela.
– O que foi?! – Arthur perguntou.
– Ahh! Arthur, vem pra cá agora! – disse Lua, que estava no banheiro só de calcinha e sutiã, ensopada pelo banho que estava levando da torneira quebrada.
– É uma desastrada mesmo! – disse Arthur, olhando a menina só com roupas de baixo. – Que merda você fez, hein?
– Não sei, acho que girei demais essa porcariazinha aí –Lua falou, saindo do banheiro.
– O que aconteceu? – perguntou Sophia, tentando acordar Micael, que estava caído no chão.
– Acho que eu estraguei a banheira – disse a menina, olhando para baixo com o ar de “eu não tenho culpa”.
– Lua! Vai à recepção e pede para eles desligarem o registro da água! – gritou Arthur do banheiro, tentando controlar a água.
– Aha! Vou assim peladona exibir meus dotes pra todo mundo que quiser ver! – disse Lua gritando.
– Deixa que eu vou – falou Sophia, que estava de roupa. – Tenta acordar a bela adormecida do Micael.
Sophia voltou, já tinham desligado o registro e iriam consertar a banheira depois do almoço.
– É, parece que vocês vão ter que tomar banho no nosso banheiro, Abrahao! – disse Micael safado.

As meninas tomaram banho no banheiro de Micael e Arthur, almoçaram e foram para o salão de jogos.
– Quem tá afim de jogar sinuca? – gritou Arthur, para todos do salão ouvirem.
– Eu quero! – disse Lua, pegando o taco.
– Eu também! – respondeu Marcia.
– Tá, já que tem que ser de par, a gente precisa de outra pessoa pra jogar – disse Arthur.
– Eu quero jogar também! – falou Wagner, colega de Marcia, que também estava no primeiro ano.
Ele era baixinho, tinha cabelo raspado, usava óculos e aparelho. E ainda tinha CC. O quadro da dor.
– Tá, vamos começar logo. Eu fico com a Lua e Wagner, com a Marcia. Espero que você saiba jogar, Blanco – disse Arthur.
– Melhor do que você, gracinha. – Lua riu.
– Eu começo – disse Wagner.
– Minha vez –Arthur falou, encaçapando a bola 4. – Quem é o melhor? – ele perguntou, enchendo o peito.
– Você que não, fofo. – Lua riu. – É sua vez, Marcia.
Marcia começou a pegar o taco da maneira errada e sentou na mesa de sinuca. Estava de saia e cruzou as pernas.
– Eu acho que não vou conseguir.
– Anda logo! – Arthur disse.
– Arthur, pode me ajudar a pegar o taco? – perguntou Marcia.
– Deixa que o Wagner te ensina! – disse Arthur rindo.
Wagner, com seu talento em sinuca e CC inexplicáveis, segurou os braços de Marcia e tentou ensinar a menina a jogar. Ela fez uma careta, e Lua e Arthur começaram a rir.
– Tá bom, tá bom! Já aprendi! – ela disse estressada. Não aguentava mais o cheio ruim de Wagner.

Na mesa ao lado, Micael ensinava Sophia como jogar. Passou suas mãos suaves nos braços dela, que ficou toda arrepiada. Chay via a cena de longe, enquanto conversava com Melanie. Ele não sabia por quê, mas não sentia mais ciúmes de Sophia com Micael. Agora ele não conseguia parar de pensar em Melanie. Mais tarde, Chay chamou Sophia para conversar com ele na sacada do último andar do hotel onde dava para enxergar todo o spa.
– Sabe, Sophia... eu to começando a achar que a gente não vai dar certo – ele disse, encarando-a nos olhos.
– É, eu concordo com você, Chay
– Aham, eu percebi. E eu to achando que eu to gostando da Mel também. Não é nada com você, mas eu acho que a gente gosta de outras pessoas.
– Olha, Chay, o que nós tivemos foi ótimo, eu adorei passar o tempo com você. Mas acho que a gente não vai se dar bem como namorados.
– Exatamente! A gente pode continuar a ser amigos?
– Claro, Chay!
Eles se abraçaram e voltaram para o salão de jogos. Chay estava convencido de que iria pedir para ficar com Melanie aquela noite, e Sophia estava disposta a namorar com Micael.
– E aí, gata, como foi com o Chay? – perguntou Micael, quando Sophia chegou.
– Tranquilo – ela respondeu sorrindo. – A gente achou melhor não continuar... A gente não se dá muito bem como namorados, ficamos só amigos. E ele já está gostando de outra, e eu de outro. Não iria dar certo.

Todos estavam dançando no centro do salão a música Twist And Shout. Por incrível que pareça, o DJ daquela noite gostava de Beatles. Arthur foi falar com ele e pediu para que tocasse a música All My Loving.
Arthur segurou Lua pela cintura por trás e falou no seu ouvido:
– Tá sozinha, gata?
– Parece que sim.
– Essa é minha musica preferida dos Beatles – disse Lua.
– E você é minha garota preferida dessa festa – Arthur falou. – Quer dançar?
Começaram e se formar casais na pista de dança, e então Lua aceitou. Ela o segurou pelos ombros e ele se aproximou, segurando a garota pela cintura. Ela apoiou sua cabeça sobre o ombro dele, e ele fez o mesmo. Fecharam os olhos e sentiram como se pudessem ficar daquele jeito pra sempre.
Quando a música terminou, Arthur puxou Lua pelo braço.
– Vem, eu tenho uma coisa pra te mostrar – disse o menino sorrindo.
Ele tapou os olhos dela e a levou para um lugar escondido do spa que ele tinha descoberto quando estava escutando música e passeando pelo lugar. Era lindo, tinha alguns bancos e era cheio de plantas, com um chafariz no meio.

 Que lindo Arthur!
Arthur não disse nada, foi se aproximando da garota e a puxou pela cintura. Eles ficaram se encarando nos olhos com as testas coladas um no outro. Arthur sorriu, e Lua fechou os olhos. Era o que ela esperava a um bom tempo, um beijo de uma pessoa que ela realmente amasse. Arthur fechou seus olhos e encostou seus lábios macios nos lábios de Lua. Foi o beijo mais intenso e mais demorado de suas vidas.

Enquanto isso, Melanie e Chay estavam na borda da piscina com os pés na água.
– Então, você e a Soph não tem mais nada? – perguntou Melanie.
– Não, eu percebi que o Micael e ela estavam muito próximos. Logo, eu entendi que tinha alguma coisa rolando... E eu também percebi que não era dela que eu realmente gostava.
– Hum...
– É que eu conheci uma menina muito especial – ele disse, encarando-a. – Eu conheci você.
Melanie ficou sem jeito, mas olhou para os olhos de Chay.
– Eu também conheci uma pessoa muito especial. Engraçado e amigo. E tarado também. – Eles riram. – Ele é uma graça e eu quero muito ficar com ele.
Melanie segurou a nuca de Chay, e os dois se beijaram intensamente.
– Eu acho que eu te amo – disse Chay em meio de beijos e mordidinhas na orelha.
– Eu também.
Os dois passaram a noite conversando na piscina.

No outro dia, eles fizeram uma escalada, tirolesa, e foram para a piscina. À noite, eles combinaram de se encontrar no quarto de Chay e Harry para fazer verdade ou consequência e, claro, para beber as ultimas garrafas de uísque, que, por incrível que pareça, sobraram.
– Vai começar a azaração, dudes! – disse Micael, chegando com Arthur e várias garrafas de cerveja.
– Ainda tem uísque, né? – perguntou Arthur.
– Só mais uma garrafa! Mas calma que todos vão dividir, seu embriagado! – disse Harry rindo.
– Por onde anda aquelas meninas? Sempre se atrasam! – Chay falou.
– Eu bati agora pouco no quarto da Luh e da Soph e elas tavam se vestindo – disse Arthur, abrindo uma garrafa de cerveja.
– E a Melanie? – perguntou Chay.
– Nem sei, se ela vier, aquela despeitada nojenta da Marcia vem junto! – respondeu Arthur.
– Tarde de mais, dude... Já as convidei – disse Chay, olhando pra baixo.
– Chegaaaaaaamos! – Lua falou alegre, entrando com tudo.
– E aaaaaí! – disse Arthur, pegando a menina pela cintura e dando um beijo na sua boca.
– UUUUUUUUUUUUUUUUUH! – todos falaram.
– Não sabia que vocês tinham se resolvido! – disse Harry.
– Haha! Esses dois demoraram, mas finalmente se acertaram –Sophia falou, dando um beijo intenso em Micael.
– Você tá uma gata, xuxúh! – disse Micael.
– É pra você, meu tesão! – Sophia riu.
– Olá! – disse Melanie, chegando e indo beijar Chay.
– E aí, Mel! – Todos falaram.
– Oi, gente. – Marcia falou sem graça, entrando.
E o silêncio tomou conta do quarto.
– Erhn... Então, vamos jogar logo? – Arthur perguntou.
– Calma aí, dude, eu tenho que pedir batata frita! – disse Micael, pegando o telefone do quarto.
– Pede rápido que a gente já vai começar!
Todos sentaram em uma roda, pegaram uma garrafa de Orloff e giraram.
– Melanie e Micael – disse Lua.
– O que vai querer, primuxo? – Melanie perguntou.
– Consequência. Mas só porque eu sou MACHO – respondeu Micael, levantando-se e batendo no abdômen como o Tarzan.
– Olha, a batata frita chegou! – disse Chay, abrindo a porta.
– JA SEI! –Melanie falou. – Beija a teta do Chay!
– QUE ISSO, Melanie? – disse Chay espantado.
– NÃO, O MEU NAMORADO NÃO VAI FAZER ISSO! – respondeu Soph
– Namorado? – rodos perguntaram.
– Pô, eu tava pensando em te pedir em namoro num momento mais romântico – Micael riu.
– Ah... esquece – disse Sophia, rindo da bobagem que falou.
– Tá, então eu escolho verdade – Micael falou.
– Tá... É verdade que tu já transou com a Soph? – perguntou Mel.
– O QUÊ? – rebateu Micael. – Não! De jeito nenhum! De onde tu tirou isso?
– Ah, achei que quando vocês ficaram no armário, tivesse acontecido alguma coisa...
– Achou errado, primuxa!
– Tá, tá, gira essa budega de novo! – disse Harry.
– Arthur e Chay.
– O que vai querer, Arthur xuxusão? – perguntou Chay.
– Eu quero consequência – respondeu ele, achando-se macho.
– Tá, então mostra pra todo mundo como Deus te fez, gatuxo! – disse Chay.
– Ai, Chay, eu sou uma menina tão reservada! Não tenho certeza se eu posso! – Arthur brincou, imitando voz de mulher.
– Vai logo! – disse Lua.
– Ui, tá querendo ver meus dotes, Blanco? – perguntou Arthur.
– Claro, se não me deixarem excitada, eu não quero continuar com você! – respondeu ela, rindo.
– Ah, agora não vou mais! Fiquei com medo, só porque meu brinquedinho é pequeno. – disse Arthur, olhando pra baixo se fingindo de magoado. Todos riram.
– Eu tava brincando, tá? – disse Lua rindo. – Não quero que você fique nu na frente de todo mundo!
– Outra coisa, Chay gostosão! – Arthur falou, dando tapinhas na bunda.
– Lambe o ketchup na orelha da Luh! – disse Chay.
– Eii! Tu não vai colocar ketchup na minha orelha, Suede! – respondeu Lua zangada.
– Na barriga, então? – Chay perguntou, com os famosos “puppy dog eyes”.
Lua olhou para Arthur com uma cara que riu.
– Deixa de ser careta, Blanco! – disse Arthur.
– Aiii, tá bom! – Lua aceitou, achando aquilo muito estapafúrdio.
Lua deitou e levantou a blusa. Chay desenhou um coração com o ketchup, e Arthur se aproximou.
– Isso vai fazer cócegas! – disse Lua, preparando-se.
Arthur se aproximou e começou a lamber a barriga de Lua, e Marcia ficou olhando, morrendo de ciúmes.
– HAHAHAHAHAHAHA! Aaai, Aguiar, isso tá me fazendo coseguinha! – disse Lua, dando gargalhadas.
– Viu como é bom?! – Arthur riu. – Pronto!
– Eu não acredito que eu deixei você fazer isso! – ela falou.
– Ah, nem vem que você gostou!
– Tá, vamos pra próxima!
– Lua e Marcia.
– E aí, queridinha, o que você quer? – perguntou Lua irônica.
Marcia ficou pensativa, tinha medo do que iriam mandar ela fazer se ela pedisse consequência.
– Verdade! – ela respondeu.
– Uii, tá com medinho, é? – perguntou Sophia rindo.
– Não! Vai consequência, então!
– A consequência é você ir pelada tomar um banho na piscina térmica. Lá é fechado, e nessa hora não deve ter ninguém.
– Ai... Tá, eu aceito – disse Marcia com cara de bunda mole.
Ela queria se enturmar, apesar desse não ser o melhor jeito.
– Vamos lá, pessoal! – disse Harry, levantando-se e levando as batatas fritas junto.

Elas foram até a piscina, Marcia se despiu e mergulhou. Lua pegou as roupas que a menina deixou na borda e saiu correndo.
– Voltem aqui! É serio! Por favor!Mel! – gritou Marcia.
– Tem uma menina pelada na piscina térmica pessoal! – Arthur gritou, quando passou na frente do salão de festa.
– O quê? Quem? – todos perguntaram.
– A despeitada da Marcia do primeiro ano! –responderam.
Todos correram para lá. Melanie, que ainda era amiga de Marcia, foi correndo pegar uma toalha. Demorou um pouco e acabou que todos viram Marcia pelada. Eles voltaram para o quarto rindo sem parar.
– Lua, não sabia que você era tão má! Pode confessar que é só porque ela dá em cima de mim! – disse Arthur rindo.
– Hehehe! Ah, não vou desmentir o que você disse –Lua falou, rindo envergonhada.
Eles passaram a noite jogando verdade ou consequência e acabaram dormindo todos uns em cima do outro no quarto de Chay. No outro dia, eles iam voltar para a cidade.

– Gente, acordaa! – disse Sophia, morrendo de sono. – Nós temos que arrumar as coisas pra ir embora!
Todos acordaram.
– Meu Deus, as minhas coisas tão todas espalhadas! – disse Lua, levantando correndo e deixando a cabeça de Arthur, que estava apoiada ao ombro dela, cair no chão.
– AAi! – disse Arthur.
– Desculpa, Arthurzinho, eu preciso arrumar minhas coisas!
Eles arrumaram as coisas e se encontraram para almoçar no restaurante do hotel.
– Ah, a parte ruim de ter que voltar pra casa é aguentar as comidas naturebas da minha mãe! – disse Chay, comendo uma carne sangrenta.
– A parte ruim de voltar é estudar, dude! – respondeu Arthur, pensando na professora louca de Matemática.
– Nem me fale! Só de pensar em Matemática eu perco o apetite – disse Sophia.
– Eu não vejo a hora de voltar! – Lua falou.
– O quêêêêê? – todos perguntaram.
– Ô, Aguiar , que droga você deu pra menina? –perguntou Harry assustado.
– É que eu vou acampar no final de semana – disse a menina animada.
– E nem nos convida! – Chay falou.
– Ai, Suede eu já ia convidar vocês! – disse Lua. – O meu pai me contou de um novo lugar que abriram, a umas duas horas da cidade. Ele perguntou se eu não queria ir acampar com ele, e eu respondi que eu só ia se eu pudesse levar meus amigos junto. E ele deixou.
– Opa! Eu vou conhecer o sogrão, é? – Arthur riu e beijou a bochecha de Lua.
– É bom se comportar. E outra... Você vai ter que se aguentar, porque o meu pai não pode saber que eu to ficando contigo.
– Por quê? Eu não sou nenhum tarado de esquina!
– Ele ainda pensa que eu sou BV, então segura seus hormônios, Arthur!
Todos riram. Depois do almoço, eles pegaram as malas e foram para o ônibus. Quando entraram, eles foram para a parte das mesas, mas já estava ocupada por Marcia e suas amigas fúteis e feiosas que se achavam as gostosonas. Eles acabaram indo pra parte de cima do ônibus.

Capítulo 7

(A Web vai falar que a lua vai fazer 15 , mais é 16 ok. E os meninos tem entre 17 e 18 a lua e a mais nova !)

A semana passou rápido, Marcia era a menina mais popular da escola agora, mas ela não estava gostando da sua “fama”. Sexta-feira de tarde,Sophia, Melanie, Micael, Chay, Arthur e Harry foram para a casa de Lua para arrumar as coisas para o acampamento.
– E aí, Luh! – Os meninos chegaram gritando.
– Baah, filha, é com esses marmanjos que você anda, é? – disse o pai de Lua, brincando.
– Calma, pai, eles são loucos, mas são legais – respondeu a menina.
Arthur foi cumprimenta-la e quase a beijou na boca, se Lua não tivesse virado a cara e sussurrado:
– Esse final de semana, não, Arthur!
– Ei, vocês parecem jovens fortes e saudáveis. Ajudem-me a colocar essas barracas no carro. Esse velho aqui já não ta podendo tanto – disse o pai de Lua simpático.
– Gostei do sogrão – Arthur sussurrou no ouvido de Chay, enquanto eles acomodavam as coisas.
Por incrível que pareça, todos entraram no carro do pai de Lua. Era uma Caravan, aqueles caminhonetes com dois lugares na frente, e atrás mais dois com um corredorzinho e mais três lugares atrás. Micael, Arthur, Chay e Harry tiveram que se apertar atrás para entrar quatro em um lugar de três. Lua estava na frente com o pai e Sophia e Melanie estavam confortáveis no meio.
– Aê, pai, se você não se importa, a gente vai coloca Beatles, okay? – perguntou Lua, pegando o CD da mão de Harry.
– Aê, Sr. pai da Lua, você curte rock? – Chay perguntou, gritando do banco de trás do carro.
– Adoro! Gosto de todas as músicas que a Lua escuta. Só não gosto de umas que tocam na TV, aquelas... Como se chamam mesmo? Aah, funk! – respondeu.
Todos riram.
– E se eu te contar que nas festas a Lua vai até o chão ouvindo essas musicas? – perguntou Arthur.
– Vai pastar, Aguiar! – gritou Lua. – Não liga pro que ele tá falando, pai!
– Se eu souber que ela faz isso, eu nunca mais a deixo sair de casa! – respondeu o pai de Lua rindo, mas falando sério.
– Ah, é mentira, senhor! Além do mais, uma festa sem a Lua não tem graça! – disse Arthur.
– Ô, Sr. pai da Lua, é sério, sua filha é a mais comportada de todas as meninas! – disse Melanie.
– É mesmo, tem umas amigas nossas que até já transaram, mas a Lua nem beijou na boca ainda! – disse Sophia rindo.
Todos os meninos tiveram um ataque de risos e Lua ficou vermelha de vergonha.
– Parem de falar mentiras, senão eu nunca mais convido vocês pra nada! – disse Lua, que não estava gostando das atitudes dos “amigos”.
– Pára, Lua! Deixe-os contarem o que você faz nas festas que eu sei que você não me conta tudo! Vem cá, os meninos dão muito em cima da Lua?
– Nossa, você nem imagina como, tio! Tem uns que ficam chegando já agarrando! – disse Sophia, rindo da amiga. – Mas eu sempre os mando embora, porque a Lua tem medo!
– É, até teve uma festa do Vila Ventura que um menino chegou por trás dela e começou a perguntar se ela tava sozinha... começou a falar que ela era a menina preferida dele na festa! – disse Melanie.
As meninas se viraram para o Arthur.
– Só porque o menino saca das técnicas de conquista vocês não precisam ficar com inveja! Vocês só tão falando isso porque não foi com vocês! – disse Arthur rindo.
– Eu já fiz coisa muito pior, não to nem aí pra isso, querido! – disse Sophia.
– É, fiquei sabendo de uma coisa muito feia que tu fez na festa do Harry, Sophia! – Chay falou.
– Nem vem que o menino adorou, tá?!
– Nossa, isso é muita informação pra minha cabeça! Não entendo nem metade do que vocês tão falando com essas indiretas! – disse o pai de Lua.
– Ei, ei, ei! Onde vocês fizeram isso, hein, Abrahao e Suede? – perguntou Harry desconfiado, porque quando ele foi se deitar, sua cama estava toda bagunçada.
– Erhn... A gente fez na sala! – disse Chay.
– Tá, vou fingir que acredito! – respondeu Harry.
– Lua, eu tô pensando em te mudar de colégio! – disse o pai dela.
– NÃO, PAI, ELES TÃO BRINCANDO! SE VOCÊ CONHECÊ-LOS MELHOR, VOCÊ VAI VER! – respondeu a filha.
– Acho bom mesmo.
– Ai, tio, não se preocupa que eu sou o guarda-costas da sua filha! – disse Arthur, passando pelo corredor do carro e chegando na frente se agachando para falar com ele.
– Ah, espero que cuide mesmo! Se quiser, até dou salário! – respondeu o pai.
– AAAAH, a gente também é guarda-costas! – gritaram os meninos atrás.
– Não, eu cuido muito mais dela do que vocês. Se algum menino se aproxima, perde um dente. – disse Arthur.
– Aha! Nem te conto, Arthur, mas não se preocupa, tio, eu não deixo nem o Arthur se aproximar da sua filha! – disse Sophia. – Mas vem cá, o salário é de quanto mesmo?
– Te pago cinquenta por mês!
– Fechado! Garanto que o senhor não vai se arrepender! Eu vou com ela pra tudo que é lugar mesmo! – disse Sophia.
– Ei, você não vai dá uma de guarda-costas pra cima de mim, hein! – sussurrou Arthur para Sophia.
– Claro que vou! To ganhando pra fazer isso! Tenho que proteger a Lua desses tarados como você, Aguiar! E ainda tenho que cuidar de mim também!
– Ah, que desgraçada! – disse Arthur rindo.
– Pronto, gente, chegamos! – o pai de Lua falou.
Todos desceram do carro já morrendo de frio. O acampamento era feito em uma montanha que tinha por perto e tinha um lago lindo.
– Eu quero mergulhar! – disse Harry, tirando a roupa e indo correndo para o lago.
– Ô, rapaz! Não faz isso, não, você vai se arrepender! A água ai tem menos zero graus! – tentou avisar o pai de Lua.
Harry nem ouviu e pulou do mesmo jeito.
– Ainda bem que eu trouxe conhaque. O menino vai precisar – disse o pai de Lua, indo no carro para pegar as barracas.
– São quatro barracas, pessoal, as meninas ficam em uma e os meninos façam duplas pra cada barraca. Vou dormir sozinho na barraca porque eu acho que ninguém vai querer ficar ouvindo o velho aqui roncar – disse o pai de Lua.
– Ah, eu quero ficar com a Sophia! – disse o Micael.
– E eu com a Mel! – disse Chay.
– E eu quero ficar com a Lua! – disse Arthur sem perceber o que disse.
– Só por cima do meu cadáver amigo – respondeu o pai de Lua.
– E do meu também! – disse Soph, rindo de Arthur.
– Eu acho melhor as meninas em uma barraca e o resto vocês se entendem! – disse Lua.
Cada um fez a sua barraca. As meninas tiveram alguns problemas pra montar a delas, mas nada que quatro garotões não possam resolver. Já era noite, e eles fizeram uma fogueira para se esquentarem. E como fogueira sem viola não dá certo, Lua e Arthur já estavam tocando e cantando. O repertório começou com Beatles, passou para The Who e chegou em Green Day.
– Ai, gente, eu já tô cansada – disse Melanie, indo para a barraca.
– Eu vou contigo, Mel – Lua falou.
– É, acho melhor a gente dormir – disse Arthur.
– Podem ir, eu vou ficar – Micael falou.
– Eu fico contigo, Micael – disse Sophia, aproximando-se do garoto.
– Só não façam coisas bagaceiras que o meu pai pode acordar e ver, viu? – Lua riu.
Todos foram para suas barracas, e Micael e Sophia ficaram conversando.
– Foi amor à primeira vista – disse Micael. – Você abrindo a porta da sala... eu fiquei encantado.
– E quando eu virei e vi o seu rosto – Sophia falou. – Eu quase desmaiei.
– Eu fiquei com muito ciúme quando você e o Chay começaram a ficar mais “íntimos”.
– Eu achava que eu gostava do Chay, mas percebi que era só uma quedinha. E eu achei que era só uma quedinha que eu tinha por ti, e percebi que eu gostava mesmo.
– Eu te amo – disse Micael, fitando os olhos de Sophia.
– Eu também te amo.
Os dois se abraçaram e ficaram conversando sobre vários assuntos... Acabaram dormindo.

No outro dia, todos acordaram cedo e queriam tomar banho.
– Aê, tio, onde tem chuveiro? – perguntou Melanie.
– Fica a uns dez minutos de caminhada daqui – respondeu. – Mas antes de vocês irem, venham cá que eu preciso dar uma coisa pra vocês não ficarem com frio.
Ele tirou uma garrafa de conhaque da mochila e distribuiu.
– Lá não tenho água quente. Se vocês não tomarem, não vou conseguir tomar banho – disse o pai de Lua.
– Essa é a melhor viagem! Podemos beber à vontade até pra tomar banho! Chay falou, virando um copo.
– Depois que vocês voltarem, nós vamos fazer uma caminhada pela montanha, tenho certeza de que vocês vão gostar.
Todos foram caminhando até o chuveiro.
– Nossa, adorei o sogrão! Fica nos dando conhaque! Belezura, heeein! – disse Arthur rindo.
– Te prepara pra entrar no chuveiro. Mesmo com conhaque você ainda vai sentir frio –Lua avisou, dando um pedala em Arthur.
– Eu não aguento mais te ver e não poder te beijar – Arthur falou, segurando a cintura da menina.
– Então aproveita agora que dá! – disse a menina, colocando seu lábios macios juntos com os de Arthur, e se beijaram intensamente.

– AAAAI, isso tá muuito frio! – gritou Melanie.
– Quer que eu vá aí contigo te esquentar, xuxúh? – perguntou Chay.
– Deixa de ser tarado, Suede! – respondeu Mel.
Todos tomaram banho super rápido, não conseguiam aguentar aquela água gelada. Voltaram para o acampamento, e o pai de Lua já estava com uma mochila arrumada para mostrar a montanha.
Eles se divertiram muito, aprenderam sobre as plantas que poderiam comer e as que não podiam também, aprenderam a se guiar numa floresta. Para evitar que aconteça o que aconteceu no Vila Ventura. Todos adorando o dia e acabaram muito cansados.
– Tem carne aqui, o que vocês acham de um churrasco na fogueira? – perguntou o pai de Luh.
– Show de bola! – respondeu Micael, pegando um pouco de carne. – Tô morto de fome!
Arthur estava indo sentar ao lado de Lua, mas o pai dela fez isso primeiro. Ele não aguentava mais não poder ficar ao lado dela. Início de amor é fogo! Arthur passou atrás dela e cochichou uma coisa em seu ouvido:
– Daqui duas horas no lago.
Lua piscou para o menino, que mostrou um lindo sorriso. O pai de Lua ouviu, mas preferiu não se intrometer. A vida era dela, e ele logo soube que ela gostava muito daquele rapaz.
Duas horas depois, Lua e Arthur sumiram de repente e foram se encontrar. Todos fingiram que não tinham notado a falta dos dois.
– Você vem sempre aqui? – disse Arthur por trás, colocando a mão nos olhos da menina.
– Na verdade, é a primeira vez. – Lua tirou as mãos do garoto de seus olhos e se virou para fitar os lindos olhos de Arthur. – E você?
– Primeira vez também.
Os dois se abraçaram e se beijaram.
– Eu quero passar a noite aqui com você – disse Arthur, sentando-se à margem do lago.
Lua fez o mesmo e colocou a cabeça sobre os ombros do menino.
– A lua tá linda hoje – disse Lua.
– É nessa lua que os lobisomens aparecem para caçar garotinhas lindas como você. É melhor você se cuidar, eu posso ser um lobisomem – falou Arthur, com um tom de ironia, seguido de uma risada maléfica.
– Hahahaha! Muito engraçado, Aguiar!
– Tô falando sério! – disse ele, acariciando as bochechas da menina, que ficava encarando seus olhos.
– Sabe... A melhor coisa que eu fiz na vida foi ter mudado pra esse colégio. E ter te conhecido. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. E eu não quero que isso mude nunca! Eu te amo mais que tudo, Aguiar – disse Lua, olhando sério para os olhos de Arthur.
– Eu quero que você saiba que eu sinto o mesmo por você. O meu sentimento por você nunca vai mudar. Você é especial demais, e eu faço tudo por você. My love, my life, my breath. I can’t live without you anymore.
– Sabia que eu não conseguia admitir que eu gostava de você? –Lua riu.
– Eu sou tão ruim assim? – ele perguntou rindo.
– Não é isso! É que eu achava a gente nada a ver, sabe? Mas depois eu descobri que eu precisava te ter ao meu lado, Aguiar.
– Eu sempre te achei uma graça. – Ele deu um sorriso meigo. – Mas aí eu comecei a sentir umas coisas estranhas quando eu tava contigo, eu não entendia o que era. Eu nunca tinha me apaixonado antes.
Lua se deitou e apoiou a cabeça no colo de Arthur.
– Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado.
– Se depender de mim, pode ter certeza de que vai.
Lua deu um sorriso.
– Eu até nos imagino daqui a quinze anos... McFly vai ter estourado nas paradas britânicas, a gente vai tá morando juntos com um monte de filhinhos.
– Filhos?– perguntou Lua, levantando sua cabeça e encarando os olhos de Arthur.
– O quê? Não me diz que você não quer filhos!
– Não é isso... É que... Esquece.
– Eu quero dois filhos! – disse Arthur. – E quero ter com você!
– Tá bom, Arthur, que seja. Ainda falta muito tempo!
Eles ficaram em silêncio por algum tempo sem nem se olhar.
– Eu vou voltar pro acampamento.
– Ei, espera! Você não ficou bravo comigo, não é? – perguntou Lua.
Ele não respondeu e virou as costas.
– Não me deixa aqui sozinha no escuro, Arthur! Espera! – ela disse, correndo atrás do garoto.
Ele parou e a esperou chegar. Mesmo bravo com ela, o menino não tinha coragem de deixa-la sozinha no meio do mato. Eles chegaram e todos já estavam dormindo nas barracas. Amanhã eles teriam que acordar cedo para voltar.
– Boa noite – disse Lua para Arthur, que não respondeu e entrou na sua barraca.
“Merda” ela pensou. Lua entrou na barraca e percebeu que Sophia não estava lá.
– Onde tá a Soph, Mel?
– Ela foi dar uma fodidinha com o Micael e já volta – disse Melanie meio “zumbi”.
– Ah, que legal.

– Não dá, Micael! Eu tô morrendo de frio! – disse Sophia, colocando a roupa. – Outra vez, tá bom?
– Ah, quando é com o Chay você nem pensa duas vezes!
– É, mas não tava zero graus quando eu fui pra cama com o Chay, e eu tava BÊBADA!
– Tá bom... – disse Micael, beijando os lábios gelados de Sophia.

No outro dia, eles arrumaram as barracas e foram para casa. Arthur ficou escutando música a viagem inteira e não falou nada, Lua fez o mesmo. O pai de Lua largou todos em suas casas.
– Aconteceu alguma coisa, filha? – perguntou o pai preocupado. – Desde ontem à noite que você não fala nada. Desde que desapareceu de repente do churrasco.
– Não é nada, pai, não se preocupa.
– Eu vi que você saiu pra ficar com aquele menino. Se ele te fizer sofrer, tu sabe que eu quebro a cara daquele pivete.
– Não é isso, pai!
– Eu sei que é, não minta pra mim, Lua!
– Ah, pai, para com isso. Eu to assim porque eu... Porque eu descobri que eu vou pegar recuperação em Matemática!
– Eu sou seu pai! Você deveria se sentir à vontade pra me contar tudo!
– Tá bom, pai! O que você se esquece é que você espera que eu seja a filha perfeita, e talvez e não seja, por isso eu não gosto de falar de certos assuntos com você.
– Eu não espero isso, eu só quero a sua felicidade. Eu posso te ajudar, eu posso te proteger desses idiotas que te rodeiam!
– Ele não é idiota! Eu que pisei na bola. Esquece tá, pai? Eu só to triste por ter o magoado.
– Eu não quero que você fique triste, tá me ouvindo? Semana que vem, você vai fazer quinze anos e é uma data muito importante. Eu já te disse que você vai poder escolher qualquer coisa de presente, você deveria ficar feliz.
– Obrigada, pai – disse a menina com um sorriso no rosto.
– Já pensou pra onde quer ir?
– Já! Eu quero ir para o Brasil, pai! Eu quero fazer um cruzeiro pelo Nordeste nas férias!
– E vai com quem?
– Bem... Eu tava pensando em chamar o Arthur pra ir junto – ela disse sem graça.
– Se é o que você quer... Tu sabe que eu deixo, né, pequena? – ele falou com um sorriso.
– Eu sei, pai. – Ela retribuiu o sorriso.

O sinal tocou e Lua chegou atrasada.
– Quase não conseguiu entrar, Luh! – disse Sophia, mostrando que guardou um lugar para a garota ao seu lado.
– É, eu não consegui acordar hoje.
– Alunos, silêncio! – disse o professor de Matemática, entrando na sala. – Vocês terão um coleguinha novo para fazer bagunça. Entre, David.
Um menino loiro de olhos verdes entrou na sala.
– Que gatinho! – as meninas começaram a comentar.
– Ih, cara, já chega fazendo sucesso com as meninas! – Chay sussurrou para Harry e Arthur.
– Professor, onde eu posso me sentar? – David perguntou.
– Ah, sim, deixe-me ver... Pode sentar ali, ao lado da Lua – respondeu o professor, apontando para Lua.
Ele andava sorrindo para as meninas que estavam babando.
– Oi, Lua, prazer – David disse, sorrindo.
Ele estendeu a mão, e Lua ficou pálida.
– Er... Oi! – ela respondeu.
– Eu sou Sophia, prazer – disse a própria, estendendo a mão para David.
– O prazer é meu – ele falou, com um sorriso irresistível.
– Vocês aí atrás! Fiquem quietos!– mandou o professor.
Arthur passou um bilhete para Harry, que estava em sua frente.
“Quem esse cara tá achando que é?”
“Tá se achando muito, na minha opinião”
“Ah, eu queria te pedir uma ajuda. A Luh faz aniversário nesse sábado, eu tava pensando em fazer uma festa surpresa pra ela. O que você acha?”
Harry respondeu:
“Você não tava bravo com ela, dude?”
“Ah, eu to, mas eu gosto tanto dela *–* Eu quero uma festa surpresa pra ela! Mas não sei onde a gente poderia fazer... Tu que é o mais festeiro, dá uma dica”
“Olha, dude, pra ser surpresa, tem que ser na casa de alguém, e você sabe que eu adoooooro dar festas, não é? Alem do mais, meus pais não se importam, eles saem pra jantar e voltam como se não tivesse tendo uma festa em casa. Se você quiser, eu vou adorar fazer a festa dela na minha casa!”
“Valeu, dude! A gente só precisa armar um plano pra ser surpresa mesmo. Espalhar os convites sem que ela saiba. Me ajuda, já que você é o mais pop?”
“Claro, dude! Ainda mais pra uma festa pra Luh!”

No dia seguinte, eles já tinham feito os convites e iriam distribuir no final da aula, quando Sophia iria levar Lua para o shopping.
– Festa surpresa pra gata do segundo ano! Estejam lá, okay? – disse Harry, distribuindo para o time de futebol.
– Olha aniversário da Luh! Pode contar com a gente, Falcone! – falou o capitão do time.
– Aê, garotas, a gente tá fazendo uma festa surpresa pra Luh, apareçam lá na casa do Harry sábado, okay? – disse Arthur, distribuindo para as meninas da outra turma do segundo ano.
– Ah, você e os seus amigos vão estar lá? – perguntou Luiza, conhecida pela maior pegadora do colégio.
– Pode ter certeza! – disse Arthur, indo distribuir mais convites e mostrando o seu lindo sorriso colgate.

As meninas voltaram para casa e Lua ligou o computador para entrar no MSN. Em vários nicks, tinham escrito de uma tal festa sábado que ia ser o máximo. Ela não se importava, não tinha sido convidada e nem queria ir em festa alguma agora que estava brigada com Arthur.

Luh (L) disse:
Oi
Arthur :( disse:
Oi
Luh (L) disse:
E aí, tudo bom?
Arthur :( disse:
eu tenho que sair , vou jantar com meus pais.
Luh (L) disse:
ah , bom jantar :*
Arthur :( ficou offline.

– Alô? – disse Sophia.
– Oii, Soph! Como foi hoje no shopping? – Perguntou Arthur entusiasmado.
– Ah, eu a fiz comprar um vestido lindo!
– Que bom! Ela não suspeita da festa, né?
– Não tem nem idéia!
– Espero que ninguém fale nada da festa perto dela! Ah, e eu ainda to me fazendo de triste, apesar de já nem pensar mais na nossa conversa do acampamento.
– Hehehe! Deixa assim, fica mais surpresas pra ela no dia da festa.
– Aha! Tenho que desligar, Soph. Beijos.
– Tchau, Arthur!

A semana passou rápido, apesar das provas que tiveram. Arthur ainda não falava com Lua, o que deixava a menina muito chateada. Era sábado e ela sabia que ia passar a noite trancada no seu quarto ouvindo musica e futricando na internet. Ela ouviu um barulhinho de pedras no vidro.
– Mas que porra é essa?
– Ei, rapunzel, desce aqui! – disse Arthur, sorrindo para menina.
– Arthur! Que bom te ver!
– Desce aqui eu quero te levar pra um lugar!
– Tô indo, espera só eu pegar um tênis!
– Tênis nada! Vai é colocar um vestido e uma sandália!
– Vai me levar pra um lugar chique, é, Arthur?
– Você vai ver! Se arruma que eu to esperando! – disse Arthur sorrindo.
A menina colocou uma roupa rápida e desceu as escadas correndo. Seus pais estavam assistindo à televisão.
– Mãe, pai, eu vou sair. Não sei nem que horas eu volto! Tchau!
– Heeeei, pode ir parando aí, mocinha! Onde a senhora pensa que vai? – perguntou a mãe.
– Pra falar bem a verdade, eu não sei. Mas, qual é, mãe, é meu aniversário!
– E você vai com quem?
– Er... O Arthur tá lá fora , ele tá falando que quer me levar pra um lugar. Ah, mãe, deixa, vai! Eu já tenho quinze anos!
– Me liga avisando que horas você volta. Se você não me ligar à meia noite para me dizer onde você está, eu chamo a policia!
– Calma, querida, Arthur é um bom garoto. Vai cuidar bem da nossa filha! – disse o pai, dando uma piscadinha. – Pode ir, pequena!
– Obrigada, pai, eu te amoooo! – disse Lua, abrindo a porta de casa e encontrando Arthur.
– E aí, demorou, hein!
– Desculpa, tiver que convencer minha mãe a me deixar sair! – disse sorrindo.
– Não tem problema. Vamos lá? – perguntou Arthur, beijando Lua.
– Pra onde?
– Você é muito curiosa, xúh!
– Claro, não sei pra onde um gigolô como você pode me levar! – disse Lua, entrando no carro de Arthur.
Arthur parou o carro uma quadra antes e mandou uma mensagem para o celular de Harry. Ele ligou o carro novamente e foi indo para a casa de Harry.
– E aí, Luh! – disse Harry, enquanto Lua e Arthur abriam a porta.
– Ué, Harry, por que tá tudo escuro?
– Ah, é uma surpresinha que a gente preparou! – disse Sophia.
– Mas você não ia pra festa da sua família, Soph? – perguntou Lua confusa.
– Tá na hora, pessoal! – gritou Arthur.
As luzes foram ligadas, mostrando o cenário de festa que Harry tinha montado na sua sala e todos os convidados que tinham chamado.
– Supresaaaaaaaaaa, Luh! – todos gritaram.
– Eu não acredito que vocês fizeram isso por mim! – disse Lua espantada.
– Ah, nem olha pra gente, Luh, foi tudo coisa desse teu peguete aí! – Chay falou, abraçando-a.
– Aiii, Arthur, você é muito fofo! Eu te amo mais que tudooooo! – disse Lua, pulando no colo de Arthur.
– Você merece, meu amor! – Ele beijou a menina.
– Hei, Luh! Parabéns! – disse David, interrompendo o clima de Lua com Arthur.
– David! Bom te ver, pegador! – Lua o cumprimentou.
– Pegador nada! Tô na seca desde que entrei no seu colégio.
– Garanto que essa noite você desencalha – Lua disse, dando uma piscadela.
– O que esse prego tá fazendo aqui? – Arthur perguntou baixinho para Harry.
– Ah, eu distribuí os convites pra todo mundo, dude! – Harry respondeu.

– Micael, não bebe tanto, porra! – disse Sophia, pegando uma garrafa de cachaça que estava na mão de Micael.
– Você tá é com inveja da minha Catiaça! – falou Micael, que começou a cantarolar a música do Latino. –Eu vou zoando na balada com a Cátia! A danada da catchaça faz eu ser quem eu não sou! Eu viro a mesa quando alguém me olha torto, dou-lhe um tapa, levo um soco e no final levo a pior! Tenho ciúmes se alguém chega na Cátia, ela é como namorada, companheira de deprê! Se eu dirijo, eu bato na madruga, eu saio e apareço em frente ao Love Story, geral, doidão, na pista, perdição à vista e no final eu pareço um cão sem dono!
– Pára, Micael, me dá isso aqui! – Sophia pegou a garrafa e tomou tudo que restava em um só gole. – Tá achando que você vai tomar toda bebida da festa, né, Latino?
– Eu tô achando que quanto mais eu te deixar bêbada, mais coisas interessantes você vai fazer comigo essa noite! – disse Micael bêbado, olhando Sophia com seus olhos penetrantes.
– E eu to achando que você anda muito abusadinho! – ela falou, apertando as bochechas dele.
– Você sabe que você mexe comigo, gata!
– Ah, é? – ela perguntou, com sua mão na nuca de Micael.
Os dois ficaram se encarando.
– O quarto do Harry tá vazio? – perguntou Micael
– Tá, sim! Bora lá? É a melhor cama que eu já “usei”! – respondeu Sophia.
Os dois subiram a escada se agarrando. Abriram a porta do quarto de Harry, enquanto os amigos ficavam olhando para eles.
– Aaaai, a Sophia vai transar de novo na MINHA cama! – disse Harry. – Essa menina gostou mesmo do meu quarto!
– Se você soubesse como ela faz bem, iria querer que ela fizesse de novo da sua cama, Harry... e ainda com você! – disse Chay.
– Deixa de ser tarado, Chay! –Melanie falou, dando um pedala no garoto.

– Não acende a luz, não! De luz apagada fica mais sexy! – disse Micael, já tirando a blusa de Sophia.
Sophia não disse nada, foi seguindo os movimentos do garoto, que agora beijava a barriga de dela, subindo para seus peitos. Sophia tirou a camisa de Micael e deu uma leve mordidinha no mamilo do garoto.
– Gata, você é muito HOT! – disse Micael, gostando do que a menina estava fazendo.
– Cala a boca e deixa a coisa rolar. – Sophia riu.
Ela sussurrava algumas palavras no ouvido de Micael enquanto o despia, o que o deixava ainda mais exitado. Ela jogou o garoto deitado em cima da cama e o prensou com seu corpo. Micael pegou uma camisinha de Harry que tinha embaixo do colchão. Micael sabia que lá era o esconderijo de Harry.
– Proteção, gata! – disse Micael, colocando a camisinha.
Sophia não conseguia parar de beija-lo, não sabia se aquilo era efeito da bebida ou era atração. Não importava, estava adorando o momento.

Quatro horas depois...
– Isso deve tá muito bom ou eles entraram em coma alcoólico! – disse Harry impaciente.
Ele não queria que quebrassem o quarto dele, como tinha sido da outra vez.
– Vou pegar uma vodka – Lua falou, sendo impedida pela mão de Arthur em seu braço. – Qual é, Aguiar, vai me proibir de beber na minha festa? – Ela riu.
– Não mesmo! – Ele riu. – Eu tenho um lugar pra te levar.
– Que sexy! – ela disse rindo, enquanto seguia o menino que a puxava pelo braço delicadamente. – Pra onde a gente vai, Aguiar?
– Surpresa! – ele falou, com um sorriso lindo no rosto que cativava Lua.
“Como ele pode ser tão perfeito e ainda GATO?” ela pensava sem entender. Eles entraram no carro.
– Desembucha, Aguiar, vai me levar pra onde? – perguntou Lua.
– Eu vou te seqüestrar, te trancar em um sótão de uma casa de campo e ir todo dia te visitar, pra você ser só minha.
– HAHAHAHAHAHA! Nossa, isso foi a coisa mais romântica que já falaram pra mim. Aguiar, você realmente tem O dom!
– Ah, eu tento! – disse Arthur rindo, e ela riu junto. – Mas é sério, é pra ser uma surpresa. Apesar de que eu acho que você só vai chegar em casa de madrugada, Luh.
– Ah, não tem problema. Sabia que você ganhou o meu pai? – Lua disse rindo. – Então, se não fosse por isso, eu nem poderia ter ido pra festa.
– Sogrão é fodão, Luh!
Eles já estavam no carro há trinta minutos, ouvindo Beatles e cantando.
– Se você quiser, pode dormir, você parece cansada.
– Vai demorar muito pra gente chegar?
– Umas duas horas.
– Então eu vou dormir um pouco – disse Lua , com um sorriso meigo, deitando sua cabeça sobre o ombro de Arthur. Arthur virou um pouco a cabeça e beijou da testa de Lua.

– Ahn? Eu to com frio – Lua resmungou sem abrir os olhos.
Arthur tirou seu moletom e colocou sobre a garota. Ele se deitou ao lado dela e começou a admirar como o rosto da menina era perfeito. Começou a acariciar os cabelos macios da menina. Ela abriu os olhos e sorriu.
– Ou eu to muuito bêbada ou eu to na praia, Arthur? – perguntou a menina confusa.
– Você tá na praia – ele respondeu sorrindo.
Lua se levantou correndo.
– Eu to na praia?! – A menina estava confusa.
– Heeeei, calma, Luh! – disse Arthur rindo. – Eu te trouxe pro lugar onde eu queria te trazer, você dormiu no carro e eu te trouxe no colo pra praia. Só isso. – Ele sorriu e ela retribuiu com um sorriso abobado.
– Que horas são?
– São quatro e meia – Arthur respondeu, sorrindo e acariciando as bochechas da menina.
Ela se sentou na areia e deu um sorriso meigo.
– Eu nunca tinha vindo aqui – disse ela, olhando para o mar.
– É que é a praia do meu pai!– Ele sorriu.
– Seu pai tem uma praia? – perguntou ela confusa.
– É, ele disse que queria um lugar só pra ele e comprou aquela casa em cima do morro – ele falou, apontando para a casa. – Daí, ele aproveitou e comprou o terreno da praia. O único jeito de entrar nela é pela casa.
– Hum, é muito lindo.
– Eu sei, por isso eu te trouxe aqui, queria te trazer pra um lugar especial pra te pedir uma coisa especial – disse ele, pegando a mão de Lua e sorrindo.
A menina corou.
– Quer namorar comigo, Luh? – ele perguntou, encarando os olhos de Lua.
Ela não respondeu nada, ficou em transe com aqueles olhos. Ela o beijou e dei um sorriso.
– É o que eu mais quero!
– Então, vem! – disse o menino, levantando-se e puxando Lua pelo braço.
– Pra onde? – ela perguntou, levantando-se confusa.
– Pro mar! – Ele sorriu.
– Mas de roupa?
– É, vem!
– Não quero me molhar!
– Deixa de ser fresca! – disse Arthur, pegando a menina no colo entrando no mar.
Uma onda passou e encharcou os dois.
– Ahh! – Eles riram.
– Tem toalha no carro, não se preocupe.
– Eu to preocupada com o vestido! O que eu não faço por você, hein, Aguiar?
– Eu sei que eu sou muito especial pra você – ele disse convencido.
– Que bom que sabe. – Ela sorriu. – Mas agora me tira daqui, eu não quero congelar.
– Tudo o que quiser, princesa.
Arthur saiu do mar com Lua nos braços. Ele largou a menina delicadamente na areia e começou a desenhar alguma coisa na areia.
– Tá fazendo o quê?
– Escrevendo os nossos nomes na areia.
– Pra quê? A onda vai vim e apagar tudo, Arthur!
– Ai, não dá pra ser romântico com você, Luh! Que estraga-prazeres! – disse Arthur, fingindo-se de chateado.
– Aiii, desculpa! Continua, vai!
– Perdi a vontade.
– Ah, Arthur, deixa de ser bobo! – ela disse e começou a escrever
“Arthur” na areia.
Ele sorriu e escreveu o nome dela em baixo. Os dois fizeram, cada um, metade de um coração e ficaram rindo um para o outro. Eles se aproximaram e se beijaram por alguns minutos. Arthur fez Lua se deitar na areia e foi em cima dela, ainda a beijando intensamente. Os dois começaram a rolar na areia, indo um por cima do outro.
– Arthur...
– Fala, linda.
– Eu te amo.
– Eu também te amo. Casa comigo?
– Hahahaha! – Lua teve um ataque de risos. – Não vou casar com um tarado como você. Vive me sequestrando!
– Ai, fiquei magoado!
– Tá bom, eu caso com você!
– Jura? – ele perguntou, com os olhos brilhando.
– Juro. Mas só quando a gente crescer!
– Mas a gente já é grandinho o suficiente, fofa!
– Acho que meus pais não iriam aceitar o meu casamento tão cedo!
– Eu espero. O tempo que for preciso.
Eles se encaram sérios. Ficavam admirando os traços do rosto de cada um.
– Dança comigo? – Arthur perguntou sério, quebrando o gelo.
– Agora?
– É!
– Mas não tem nem música, Arthur!
– Eu canto – ele disse, com um sorriso irresistível.
– Tá bom, mas só porque você me deu esse sorriso que você sabe que eu não resisto!
Ele se levantou de cima dela e estendeu a mão para ela se levantar. Ele a puxou pela cintura para perto de seu corpo e apoiou sua cabeça no ombro dela. Ela fez o mesmo e ele começou a guiá-la de um lado para o outro.
Cantava baixinho no ouvido da menina:

Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true
And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you

I'll pretend that I'm kissing
The lips I am missing
And hope that my dreams will come true

And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you

All my loving I will send to you
All my loving, darling, I'll be true

Ele parou de cantar e encarou os olhos da menina.
Eles ficaram até as seis horas na praia, conversando e assistindo o nascer do sol.
– Acho melhor eu te levar para casa – ele disse desanimado.
– Também acho, antes que meu pai perca a confiança em ti – Lua falou sorrindo.

Os meninos chegaram à escola no domingo e foram perto da quadra.
– Só futebol pra me fazer vir na escola no domingo! – disse Harry.
– Nem me fala, dude! – respondeu Micael. – Por mim, eu não saía da cama hoje! Noite de ontem me deixou cansado!
– Uhhh! Sua noite deve ter sido produtiva, Borges! – disse Chay.
– E aí, dudes, as meninas vão vir hoje? – perguntou Arthur, mudando o assunto.
– Eu combinei com a Mel as cinco na frente da arquibancada – respondeu Chay. – Mas não era essa resposta que você queria, né, garanhão?!
– Não se preocupe, a Soph já tá chegando com a Luh – disse Micael, apontando para as meninas que estavam se abraçando e gritando .
– Qual o motivo de tanta alegria? – disse Arthur, chegando por trás
– Hum... é que a gente tá feliz! – Sophia falou, disfarçando.
– Ah, segredinhos de meninas... – disse Arthur, beijando Lua.
– Gente já são cinco horas, a Mel deve tá me esperando! – disse Chay.
– Te esperando, é, Suede? Que convencido! –Lua falou.
Sophia deu um beijo em Micael e foram para a arquibancada na frente dos outros
– E aí, gente?! – disse Mel, na direção dos outros.
– E aí, Mel! – Chay falou, dando um beijo na menina que nem pôde cumprimentar os outros. – Tenho um lugar pra te levar.
– Pra onde?
– Surpresa!
Eles sumiram de repente

– Vem, vamos sentar? – Micael perguntou, puxando a mão de Sophia para a arquibancada.

Enquanto isso, Chay levava Melanie pra o banheiro mais longe do campo de futebol. Eles entraram aos beijos no local.
– Eu quero fazer isso com você, Chay, eu te amo – disse Melanie, tirando a camiseta de Chay
– Eu também te amo, gata – Chay falou, tirando a blusinha rosa de Melanie e deixando à mostra o seu sutiã de oncinha.
– Que sexy – ele disse, referindo-se ao sutiã.
Melanie sorriu, tirando as calças de Chay e entrando na cabine, trancando a porta.
– Tem camisinha? – perguntou Mel.
– Merda! Esqueci!
– Não tem problema, não vamos desperdiçar o momento!
Eles ficaram uma meia hora “balançando a cabine” do banheiro, até que... Bruhum! Os dois riram.
– Meus Deus o que agente faz agora ?perguntou a menina rindo.
– Se veste e foge! – disse Chay rindo, vestindo sua boxer vermelha.
Os dois se vestiram rápido e saíram. Não acreditavam no que tinham feito, só conseguiam rir.

– Onde você estava, Chay? – perguntou Arthur, sussurrando. – Já está quase na metade do segundo tempo.
– Desculpa, a Melanie me deixou muito ocupado. – Chay respondeu, com sorriso malicioso.
– Uiii, Chay garanhão! – disse Harry, metendo-se na conversa.
– É dude, a gente só parou por causa de um imprevisto. – Chay riu.
– Que imprevisto?
– Acho melhor contar quando não tiver ninguém por perto.
– Que tal uma noite de macho hoje na minha casa? – disse Micael, também se metendo na conversa.
– Ah, claro! Precisamos colocar a fofoca em dia! – Arthur falou, imitando voz de mulher e fazendo todos rirem.
– Ahh, então vocês vão fazer uma noite de macho, é? – perguntou Sophia, que estava ouvindo a conversa atrás deles sem eles perceberem.
– Arhn... é, Soph! – respondeu Micael sem graça.
– Então, as meninas vão fazer uma noite de princesa lá em casa! – disse ela, sorrindo.
– Uiii, uma noite de princesa! Eu sou uma princesa, posso ir também? – perguntou Harry, fingindo-se de mulher.
– Não convidei travestis! – respondeu Sophia curta e grossa, mas acabou rindo junto com os meninos.

Algumas horas depois, os meninos já estavam na casa de Micael.
– E foi assim que eu e a Mel conseguimos destruir o banheiro! – disse Chay na maior naturalidade, como se aquilo acontecesse todo o dia.
– E ela faz bem, dude? – perguntou Harry.
– E como, dude! Quase melhor que a Sophia. Mas isso porque ela “era” virgem. Já a Sophia, eu tenho algumas duvidas – disse Chay.
– Eu achei que ela tinha ganhado toda aquela experiência com você, Chay – Micael falou assustado. – Mas eu já devia saber que o Chay não é bom professor.
– E se ela não fosse virgem, qual o problema? Vocês também não eram – disse Arthur, concentrado no seu jogo de Tony Hawk no Playstation 2.
– Ah, se ela já tiver dado pra cidade inteira, não tem graça, dude! – respondeu Micael. – Chay, dá pra perceber quando uma menina é virgem ou não... E aí?
– Dude, eu tava tão bêbado que eu não lembro nem dos boobs dela – respondeu Chay. – Infelizmente.
– Mas, hein, Micael, você nem contou direito da sua noite – disse Harry.
– Eu também tava muito bêbado. Não lembro de nada, cara. Só até quando eu peguei a camisinha em baixo da sua cama. Aliás, você tem que repor o estoque, dude – respondeu Micael.
– Eu tô achando que a Soph tá confundindo meu quarto com um motel. Isso, sim.
– Pelo menos, vocês usaram camisinha – disse Chay, fazendo todos ficarem quietos.
– Como é que é, Chay? Você não usou? – perguntou Arthur, não prestando mais atenção no videogame.
– Não, dude. Eu esqueci. Mas aí a Mel falou pra gente não desperdiçar o momento, e a gente acabou fazendo...
– Você não podia ter feito isso, dude! – disse Arthur, dando um pedala em Chay.
– Não vem me dar sermão, Aguiar! Você nem transou com a Lua ainda!
– E ainda nem penso nisso! Só sei que tem camisinha na minha carteira pra quando rolar. Não sou idiota como você.
– Não enche, Aguiar! – disse Chay, jogando uma almofada em Arthur.
– Você sabe que o Arthur tá certo, Suede! –Harry falou, entrando na briga.
– Eu sei que eu errei! Mas agora já foi!
– Tudo bem, se acontecer alguma coisa, não reclama – disse Micael.

Enquanto isso, na casa de Sophia.
– E daí ele falou pra gente se vestir e sair correndo. – Melanie terminou de contar sua história com Chay.
– E foi bom? – perguntou Sophia.
– Maravilhoso! Eu estava com medo, mas deu tudo certo.
– Não doeu? –Lua pergunou, com vergonha da pergunta.
– Nem um pouco. Foi ótimo – respondeu Mel. – Você já fez, né, Luh?
– Pra falar a verdade, não.
– Sério? – Mel perguntou surpresa.
– Sim, o que você achava?
– Sei lá, achei que já tinha feito.
– Que nada, quem pega os gatinhos é sempre a Sophia – disse Lua rindo.
– O Chay foi o segundo e o Micael o terceiro, então não enche, Blanco! E eu só fiz porque gostava deles – disse Sophia.
– Gostava nada, fez porque tava bêbada! – Lua falou, rindo.
– É... talvez você tenha razão – Sophia concordou, e todas riram.
– Mas, Luh... Quando você pretende fazer? – perguntou Mel.
– Não tenho a mínima idéia.
– Arthur nunca chegou em você com essas intenções? – perguntou Sophia.
– Não, ele sempre me respeitou um monte.
– Ai, ai, o Aguiar é o mais certinhoo!
– Não tenho culpa se o meu Arthur é um amooor!
– Ah, você nem contou da noite passada! Quero detalhes! – disse Mel.
– Ah, eu dormi no carro depois de meia hora “gritando” Beatles. Quando eu acordei, eu tava deitada na areia, as quatro e meia da manhã!
– Praia de madrugada? Que lindo! – disse Soph admirada.
– Ahaaa! Eu acordei com ele mexendo no meu cabelo, com aquele sorrisinho lindo, sabe? Daí a gente conversou um pouco e ele falou que precisava me levar pra um lugar especial... Daí ele me pegou no colo e a gente foi pro mar. – Ela riu. – Depois a gente ficou nos amassos na areia e ele me fez dançar com ele!
– Que romântico! – disse Mel
– Eu sei! Foi a noite mais perfeita da minha vida.
– E você com um partidão desses nem transou com ele ainda?
– Eu nem penso nisso!
– Mas prescisa pensar, homem sem sexo cansa da mulher! – falou Sophia , a “especialista”.
– Ainda mais com o Arthur, que todas garotas dão em cima! – completou Melanie
– É, Luh, você precisa se mexer!
– Eu não acho uma boa ideia... – disse Lua, encarando o chão
– Você não acha, mas ele acha! Se liga!

Enquanto isso, na casa de Micael.
– Ô, Arthur , quando você pretende pegar a Luh? – disse Micael rindo.
– Nem penso nisso!
– Que gay, Aguiar! – disse Chay.
– Se eu tivesse com a Luh, já tinha pegado a menina faz tempo! – Harry falou.
– Humf... Falou o pegador profissional! – disse Arthur irritado.
– Você tem que chegar nela, Aguiar!
– Eu não quero arriscar tudo por causa de um fetiche masculino!

“No seu armário, depois que eu sair da sala” dizia no bilhete que Arthur deixou discretamente na mesa de Lua, enquanto ia em direção a porta da sala. Lua saiu discretamente e foi para seu armário ver Arthur.
– Sabia que não é bom meninas bonitas saírem sozinhas pelos corredores da escola? Não se sabe quando um tarado vai aparecer e pegaá-las desse jeito – disse Arthur, pegando Lua pela cintura.
– Se todos tarados forem assim como você, eu não vejo mal nenhum – ela falou, encostando seus lábios nos dele.
– Não sabia que você era tão tarada, gata – disse, Arthur partindo o beijo e rindo.
– Ai, desgruda, Aguiar! To ouvindo passos!
– Ai, eu acho que eu vou morrer! – disse Melanie no outro corredor.
Lua ouviu a voz da garota e foi procurar por ela sem nem falar nada com Arthur. Encontrou a menina entrando no banheiro e sentando na frente do vaso. Marcia estava junto com ela.
– O que aconteceu? – perguntou Lua.
– Ela se sentiu mal na Educação Física – respondeu Marcia.
Ouviu-se barulho de alguém vomitando.
– Melanie! Você usou camisinha, né?
Melanie nem conseguiu responder e começou a chorar.
– Mel! Você transou? – perguntou Marcia impressionada.
– Foi com o Chay, não tinha camisinha na hora e eu... E eu transei mesmo assim! – disse Melanie, entre soluços.
– Isso foi quando? – perguntou Marcia.
– Há uma semana, mais ou menos.
– E a sua menstruação? – perguntou Lua.
– Era pra vim hoje, mas ainda não veio.
– Flor, vamos ter que fazer umas compras depois da aula – disse Lua com desânimo.
– Luh, só, por favor, não fala pro Chay, ok?
– Você não pretende contar pra ele?
– Não. Quer dizer, sim! Mas não agora. Quando eu tiver me sentindo segura pra contar.
– Você que sabe.

Depois da aula, Lua puxou o braço de Sophia.
– O que foi?
– O que vai fazer hoje depois da aula?
– Eu vou sair com o Micael.
– Mude seus planos.
– Por quê?
– Porque é a hora certa de você mostrar pra Mel que ela pode contar com você pra tudo.
– Como assim?
Luh puxou o braço de Sophia e foi em direção a sala de aula de Melanie. As meninas foram pro carro e seguiram para a farmácia.
– Por acaso você tá grávida, Mel? – perguntou Soph.
– É o que vamos descobrir – respondeu Mel.
Elas entraram numa farmácia longe da casa delas, onde não encontrariam ninguém conhecido, e foram para a prateleira dos testes de gravidez. Pegaram cinco tipos, afinal, nunca se sabe. Lua, que é a mais cara de pau, foi para o caixa. A moça do caixa olhou pra ela com cara de nojo. Claro, aquela moça era feia e só podia ser mau comida. Lua mostrou a língua e fez uma careta. Sophia começou a encarar a mulher e Mel estava fora da farmácia com Marcia. Elas voltaram para o carro e seguiram para a casa de Melanie para menina fazer o teste. Foram direto para o quarto de Mel e a menina entrou no banheiro sem dizer nenhuma palavra. Ela saiu e mostrou o teste.
– Temos que esperar cinco minutos – disse ela, sentando-se na cama junto com as amigas.
Um tempo de silêncio...
– Positivo – disse Melanie, chorando.
– Faz o outro, Mel – disse Sophia.
Melanie fez três testes, e os dois deram positivos.
– O que eu faço agora meninas? – ela perguntou, jogando-se na cama, chorando. – Minha vida tá arruinada!
– Você pode tirar – disse Marcia, tentando consolar.
– Ela não vai tirar! – Lua falou.
– E se eu quiser? – Perguntou Melanie.
– Não, você não vai! Você transou sem camisinha e agora encara! – disse Sophia, metendo-se.
– E você não vai fazer nada sem falar com o Chay! – disse Lua.
– Você quer que eu ligue pra ele pra você contar? – perguntou Soph.
– Não, primeiro eu quero falar com a minha mãe. Alguém precisa me apoiar – disse Melanie.
– Tu sabe que pra tudo que tu precisar, a gente vai tá aqui! – elas disseram juntas.
– Obrigada, meninas – falou Melanie, abraçando as amigas. – Mas agora eu preciso falar com a minha mãe.
– Então, a gente já vai, amor – disse Lua, dando um beijo na testa da amiga.
As outras fizeram o mesmo e saíram da casa de Melanie.
Melanie chamou a mãe no quarto, tentando disfarçar as lágrimas.
– Mae eu preciso te contar uma coisa.
– Claro, filha, o que aconteceu?
– Mãe, eu transei com o Chay, sabe aquele menino que eu falei que eu gostava?
– Sei, filha. Mas por que você tá chorando? Vocês usaram camisinha, não é?
– Esse que é o problema, mãe, a gente não usou – disse Mel, chorando e mostrando os testes do exame de gravidez.
– Minha filha! – disse a mãe de Mel, abraçando-a. – Fique sabendo que eu vou tá aqui contigo pra tudo. Afinal, eu sou sua mãe.
– Mãe, eu to com medo do Chay não aceitar!
– Se ele não aceitar, é porque ele é um idiota! Mas você vai ter esse filho com ou sem o Chay.
– Obrigada, mãe, é bom saber que tem alguém me apoiando – disse Mel, abraçada à mãe.
Melanie se sentiu motivada a contar para Chay depois da conversa com sua mãe. Eles decidiram se encontrar numa sorveteria depois do colégio.
– Tem alguma coisa errada, Mel? – perguntou Chay.
– Tem uma coisa que eu preciso te contar.
– Conta logo, já tô ficando nervoso. – Chay deu um sorriso.
– Chayeutogravida! – Melanie falou muito rápido, mas Chay entendeu.
Eles ficaram cinco minutos em silêncio. Cinco minutos mais torturantes do que os do teste de gravidez. Melanie começou a chorar.
– Meu amor, eu vou encara tudo contigo – disse Chay, com lagrimas caindo involuntariamente de seus olhos. Os dois se beijaram.
– Apesar da gente ser muito novo, essa criança vai ter os melhores pais do mundo! – completou Chay, ainda chorando de felicidade.
– Eu tava com medo de te contar, Chay , medo que você não quisesse a criança ou que me obrigasse a tirar.
– Mel, eu te amo! Eu faço tudo por você! E agora pro nosso filho também, que vai ser a criança mais feliz! A gente vai encara isso tudo juntos – disse Chay, com um sorriso irresistível no rosto.
Os dois passaram a tarde na sorveteria, começaram a falar sobre qual nome dariam ao bebê, se seria menina ou menino , os hoobies que ele teria quando crescesse.




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