8 de nov. de 2012

Uma noiva herdada


Capítulo Um p.3
Aos 27 anos ele já era um homem de negócios bem-sucedido e noivo de uma belíssima brasileira, Alice, que conhecera em São Paulo, quando ela se apre­sentava em uma boate, tentando uma carreira de can­tora. A mãe dela trabalhava como cozinheira no ran­cho Montez, vizinho do rancho Blanco onde Arthur estava.

Para a adolescente Lua, ele parecera de uma gera­ção diferente, engomadinho demais para ser um ami­go, na melhor das hipóteses um conhecido e, na pior, um adulto cerceador. Ela imaginava o que a jovem e moderna Alice via nele.

Lua sorriu. Sabendo o que sabia, encontrar o pomposo Arthur Aguiar novamente não seria fá­cil. Ainda assim, ela enfrentaria um leão por sua mãe e, com esse pensamento, desistiu de ficar parada no corredor e abriu a porta à sua frente.


Olhando ao redor, notou que continuava sozinha. Naquele momento, a porta foi aberta e Lua olhou para o homem que entrou na sala. Arthur Aguiar...

Seus olhos se arregalaram em surpresa e por um momento ela ficou atônita diante do poder de sua masculinidade. Ele tinha mais de um metro e setenta, cabelos negros levemente prateados na frente e corta­dos à perfeição. Seus traços esculturais não eram de uma beleza clássica. As maçãs do rosto eram salta­das, tinha um nariz tipicamente romano e um queixo determinado. Ele era o mais impressionante espéci­me masculino que encontrava nos últimos tempos. Mas também ela não tinha tanta experiência assim.

Tivera poucos homens desde o rompimento do noi­vado. E aquele certamente era casado.

O terno cinza-claro que vestia caía perfeitamente em seus ombros largos e uma camisa branca aberta no pescoço contrastava com sua pele morena. O pale­tó estava aberto e um cinto de couro cinza sustentava uma calça pregueada que envolvia quadris enxutos, coxas poderosas e longas pernas. Sua masculinidade era impressionante e Lua pensou como deixara de notar isso quando era adolescente. Mas quando os olhos castanhos dela buscaram os dele, encontraram apenas um olhar negro e um cenho franzido. Nada mudara afinal, pensou Lua.

Creditos: Ronnie

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