19 de dez. de 2012

Uma noiva herdada


Capítulo Oito p.2


A cláusula adicional do testamento de seu pai fora um jogo de Arthur; ele jamais teve a intenção de conti­nuar com aquilo. Deve ter sentido muito prazer quan­do, como executor, ligou para ela para informar sobre a cláusula adicional e ela disse que não tinha interes­se e depois ficara horrorizado quando ela voltou atrás.

Seria até engraçado, se não fosse tão diabólico. Obviamente com a aprovação de Kátia, ele já tinha acordado a venda da propriedade com o senhor Montez. Ela achou estranha a insistência de Arthur para que assinasse uma opção de compra de sua parte na pro­priedade se eles se casassem ou não, mas assinou sem pestanejar e agora tudo fazia sentido. Como era um homem de negócios cruel, ele cobrira todas as bases. Insistiu para ela ficar uma semana e, se mudasse de ideia sobre o casamento, ele ficaria contente em con­sentir, certamente ciente de que, se ela aceitasse, ele poderia vender o rancho no fim de um ano. E dizendo que tinha obrigação moral!

Três dias antes, na cama com Arthur, ela nutria o desejo secreto de que a relação deles continuasse quando saíssem dali. Ela confiara nele e contara a verdade sobre o rompimento do seu noivado, achan­do que aquilo construiria um laço de confiança entre eles. O quanto idiota ela podia ser?

Não seria vítima de nenhum homem, especialmen­te de Arthur Aguiar. O consolo de Lua em todo aquele caso devastador era que pelo menos ela conse­guira recusar o casamento por conveniência. Não apenas uma vez, mas duas. Se tivesse aceitado, teria sido uma humilhação grande demais para aceitar. E não sabia como o encararia sem arrancar seus olhos. Mas tinha que fazê-lo; seu orgulho exigia.

— Onde você foi? — perguntou Cássia. — Senhor Arthur está procurando você.

— Estava me despedindo de Polly. — Era verda­de, e também explicava a tristeza que não conseguia disfarçar. — E verei Arthur no jantar.
— Sim — sorriu Cássia. — O jantar será servido em meia hora.

Lua precisava de uma armadura e, meia hora de­pois, quando entrou na sala de jantar, era exatamente o que usava. Seus grandes olhos estavam acentuados pelo uso de delineador e rimei, seus lábios cobertos por duas camadas de brilho transparente. Seus longos cabelos loiros estavam penteados e sedosos, caindo em suaves cachos em suas costas, com algumas par­tes cacheadas em desarranjo proposital, emolduran­do seu rosto perfeito.

Pequenas tiras sustentavam um simples vestido preto que revelava os suaves contornos de seus seios e era cortado no limite de sua adorável e estreita cin­tura, ostentando suavemente seus quadris e terminan­do provocantemente no meio das coxas.

— Lua. — Arthur parou quando a viu.

— Cássia disse que estava me procurando. Nada importante, espero? — ela perguntou, mal capaz de controlar o cinismo de seu tom de voz. Talvez ele não fosse um crápula completo e fosse contar a ela sobre a venda do rancho, mas ela estava fora! E o maldito dissimulado não desapontou...

— Não.

Sua armadura não era apenas externa. Por dentro, suas emoções se coagularam em uma massa dura de uma fúria gélida que nem o efeito desconcertante de seu corpo poderoso vestido por um paletó preto bem cortado e calças escuras poderiam derreter.

— Você não vai me oferecer nada para beber?

— Cássia vai servir a refeição em um minuto. Você está deslumbrantemente linda, Lua. Nem me atrevo a beijá-la.

— Então não beije... Pelo menos não até depois do jantar. — Ela olhou para ele através de sua espessa camada de cílios e viu quando ele começou a inclinar a cabeça para baixo.

Ela sorriu novamente quando ele serviu um exce­lente champanhe em sua taça. Lua continuou sorrin­do um prato atrás do outro, embora não fosse capaz de dizer o que tinha acabado de comer.


Creditos: Ronnie


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