24 de dez. de 2012

Uma noiva herdada


Capítulo Nove p.1




— Lua, pare de se preocupar com bobagens! — Sophia exclamou. — Está tudo pronto, mas se não começarmos a servir em cinco minutos, teremos pro­blemas.

— Eu sei. Mas este é um dos melhores contratos que já tivemos. Se o Sr. Luciano Szafir gostar de nossa empresa e comentar com seus amigos ricos será um grande incentivo.

— Verdade. Mas agora vamos nos concentrar no jantar.

Lua pôs as entradas nas bandejas e perguntou an­siosamente à mãe:

— Tem certeza de que não se importa de servir?

— De jeito nenhum. Meu exame periódico estava perfeito e com meu novo tratamento me sinto ótima. Este serviço é muito bom para ser desperdiçado.

— Está bem. Então entrem com a bandeja.

Sentado à mesa de jantar, Arthur mal podia conter a impaciência para que a comida fosse servida. Quando chegou, notou que havia dois veículos na entrada com a marca Lua Corporate Catering.

Luciano Szafir tinha relações comerciais com Arthur e Arthur comprara uma fazenda de trutas que Luciano tentava vender a anos. A condição era de que ele fizesse um jantar de comemoração em sua casa, ban­cado por Arthur, que cuidaria do bufê. Arthur não tinha ideai do que faria com uma fazenda de trutas, mas ao menos veria Lua novamente.

Normalmente Arthur era a favor da abordagem direta quando o assunto era mulher, mas com Lua era diferente. Ela despertara emoções que nenhuma outra mulher fora capaz de fazê-lo sentir antes e, negó­cios à parte, ele ansiava por vê-la com os próprios olhos. Mas sabia que se ligasse para a casa dela ela bateria a porta na sua cara. Se fosse honesto, estava com medo da ideia de vê-la novamente, pois tinha ainda mais medo de ela não querer vê-lo nunca mais. Era a primeira vez que Arthur Aguiar tinha medo de uma mulher, mas não achava que seu orgulho pudesse encarar outra rejeição, por isso armara aquilo tudo.

Um encontro casual, uma explicação, e ela aceita­ria a verdade. Se ele sentisse que ela seria receptiva quanto a retomar o caso deles, recomeçaria dali. Dis­se a si mesmo que estava sendo circunspecto porque ainda não estava totalmente convencido de que ela fosse a maravilha de mulher que aparentava. Sexo excelente, o melhor que já fizera, não necessariamente significava um caráter excelente para combinar.
O refinamento social decretava que Arthur respondesse com educação às senhoras sentadas perto dele. Uma delas era Lana, a prima de Szafir. Entretanto, seus olhos não saíam da porta da sala de jantar e quando finalmente elas foram abertas e apareceram duas garçonetes, um olhar inquisidor fê-lo perceber que não era Lua quem servia a comida.

— Meu Deus! E você, Maria Cláudia!

Arthur olhou para a direita e viu Lana se dirigindo à garçonete mais velha.

— Não sabia que era garçonete. Pensei que gerenciasse uma padaria na cidade.

Com a atenção capturada, Arthur olhou profunda­mente para a garçonete: quarenta e poucos anos e muito linda, com os cabelos louros. Seus olhos escuros se arregalaram em choque quando ele notou os olhos castanhos inconfundíveis; devia ser a mãe de Lua. Ele prestou atenção na conversa delas e então, usando todo seu charme, interrogou Lana sutilmente.

A moça fofocou livremente, contando a Arthur os detalhes íntimos sobre seu câncer de mama e o fato de ter encontrado Maria Cláudia, que teve o mesmo problema, em uma clínica particular para começar um tratamen­to novo e caro. Lana terminara contando que Maria Cláudia disse­ra a ela que não tinha seguro-saúde, então ela supôs que a padaria fosse uma pequena mina de ouro para que pudesse arcar com as despesas, mencionando o preço dos três anos de tratamento.
Creditos: Ronnie

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