{FIC} Lignes de L'amour

Cap 11 / 2ºtemp

Leiam escutando: VEGAZ - Cada Instante Sem Voce

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As lembranças que guardei, tenho aqui dentro de mim.

Mas eu fazia de ideia de alguns nomes que ela poderia ter escolhido. Esse trecho em especial me fez voltar aos tempos da Universidade, mas especificamente em um dia de verão.

Lua e eu havíamos ido para o sítio dos meus avós passar um feriado qualquer. Estávamos no banco de trás do meu carro, onde tínhamos acabado de nos amar e mais uma vez conversávamos sobre o nosso futuro juntos.

- Vamos Arthur, um nome apenas. É tão difícil assim pensar em um?

- Ok dona resmungona, deixe-me pensar. Para menina acho que eu gostaria de Sophie ou Melissa.

- E para menino?

- Não sei Lua. Acho que talvez Pietro, sei lá. Não sou a pessoa mais indicada para essas coisas.

- Seu insensível. – Resmungou batendo-me levemente. – Para menina eu gosto de Melody, Maria, Marianna, Amélie, Amélia e concordo com o seu Sophie e Melissa. Agora, para menino eu gosto de Guilherme, Henrique, Eduardo, são tantos. Mas seria muito interessante um Junior, não? – Disse rindo, enquanto tomava meus lábios em um beijo e recomeçávamos tudo de novo.

Gostaria de dizer que voltar.

A cada carta que passava meu coração ia se apertando cada vez mais. Mais e mais me recriminava por ter estado tão longe em um momento tão precioso e que tanto havíamos esperado.

A medida que o tempo passava, a quantidade de cartas ia diminuindo, e eu não via a hora de chegar a última carta.

Hoje terminei de comprar o enxoval e os móveis dos bebés. Para semana o quartinho deles estará pronto. Anseio pelo momento do nascimento deles. Estou louca para segura-los em meus braços, acalenta-los, alimenta-los. E você? Onde estas Arthur?

Quando finalmente cheguei a mesma, uma nova noite se iniciava.

Eu não me preocupava em dormir. Só queria terminar de ler todas aquelas cartas e ir para perto de Lua e dos meus filhos. Meus filhos … Como serão eles? Será que os primeiros dentinhos já nasceram? Será que já começaram a ensaiar os primeiros passinhos?

Me perdi nos meus pensamentos por longos minutos. Passou-se tanto tempo e eu perdi quase todo o inicio da minha vida, minha verdadeira vida, ao lado de Lua e de nossos filhos.

Li sua última carta e me controlei para não sair porta a fora atrás de Lua. Fiquei revendo as fotos, as ultra-sons, os vídeos e os presentes, e no meio disso tudo, acabei por cochilar no sofá. Quando acordei de novo, o sol já havia nascido. Decidi que era hora de ir para casa, para o meu verdadeiro lar e acima de tudo, esperar que Lua não esteja muito magoada comigo, apesar de não lhe tirar a razão.

Tomei um banho rápido, arrumei as cartas todas dentro da caixa e me dirigi a garagem, onde ainda se encontrava o meu carro. Rumei ao endereço que Lua havia deixado junto com as chaves, não sem antes para em uma pastelaria para tomar um pequeno-almoço e em uma florista para comprar um buquê de rosas lilás, o favorito de Lua.

Parei em frente a casa e durante longos minutos fiquei apenas olhando e tomando coragem para entrar. A saudade era imensa, mas como Lua me receberia?

Deixei o carro na rua mesmo e entrei. A casa estava divinamente decorada. Era bem espaçosa e não há como não concordar com Lua, aquela realmente era a casa dos nossos sonhos. No entanto a casa parecia silenciosa demais para ser a casa onde residem três bebés. Fui andando cuidadosamente por aquele andar, conhecendo cada detalhe arrumado por Lua. Ao chegar na sala me deparei com outra caixa igual a deixada no apartamento. Senti curiosidade de olha-la, mas meu acto foi impedido por uma deliciosa gargalhada infantil vinda de onde provavelmente era a parte dos fundos da casa.