4 de jan. de 2013

{FIC} Falsa Lua-de-Mel


3° e 4° Capítulos de 'Falsa Lua-de-Mel'
Se conhecendo!!!!



Sentiu o coração saltar-lhe a boca quando viu um par de pés descalços surgindo nas escadas, e depois pernas fortes envoltas em jeans. Sabia de quem eram aquelas pernas, pois já as tinha visto no chuveiro, com água e sabão escorrendo por elas. Todas aquelas... partes masculinas aninhadas naquele brim. Começou a transpirar, e então, um peito nu se materializou a sua frente, ainda brilhando pela água do chuveiro.

Ela já sabia que o dono tinha um corpo bonito e musculoso, sem ser exagerado. Seu abdômen era definido e entalhado de uma maneira de dar inveja. Tinha uma linha de pêlos que percorriam desde o umbigo e desapareciam dentro do cós do jeans, como uma flecha apontando para o premio escondido ele levantou a mão e nela havia... o vibrador rosa-neon, que agora brilhava no escuro. Percorreu a distancia que os separava, e embora Lua estivesse na penumbra, sentiu que seus olhos pousavam sobre ela.

Com um fraco gemido, ela encostou ainda mais em direção à parede, engolindo seco. Tentou decidir se aquele sorriso que ele tinha nos lábios não era um quê de Lobo Mau dizendo a Chapeuzinho Vermelho: “é pra te comer melhor!”, ou se talvez tivesse sido apenas o brilho do fogo na lareira.
Arthur deu o último passo e ficou por um instante frente a frente com sua voyeur, antes que ela se retraísse na escuridão. E então um homem surgiu ao seu lado.

- Seja bem-vindo – anunciou o estranho. Olhou para o vibrador que Arthur segurava, e se tinha quaisquer opiniões sobre o que um homem faria com um vibrador, guardou-as para si. – Vou buscar algumas velas.
- Quem é você? – perguntou Arthur
- Miael, seu mordomo – respondeu o outro.
Um mordomo? Para ele, Micael mais parecia um daqueles delinqüentes que encontrara ao longo de seus muitos anos de trabalho, mas se o tal rapaz tinha vela...
- Inacreditável! – exclamou Lua, de algum ponto escuro na sala.
Arthur virou-se e a viu, melhor dizendo, viu a silhueta delineada na janela. Ela havia escorregado até o chão, de costas para a vidraça. Segurava algum tipo de aparato digital , cuja luz do mostrador projetava um brilho suave em seu rosto. Parecia estar digitando algo, murmurando ao mesmo tempo as palavras que pressionava nas teclas do pequeno aparelho.
— Noivo sumiu... Vôo do inferno... Mais neve aqui do que no Pólo Norte... Blecaute total...Ah... e um bonitão nu no meu chuveiro...
Arthur surpreendeu-se. "Bonitão", ele? Por pior que estivessem as coisas ultimamente, aceitava esse elogio de bom grado.
— E a seguir... ser morta na própria lua-de-mel. — continuou ela, os dedos apertando as pequenas teclas furiosamente.

Arthur trouxe o vibrador para perto do rosto, o brilho ajudando-o a vê-la melhor. Tinha os cabelos longos e ondulados, a maior parte dele desgrenhado em seu rosto, e olhos grandes. Não sabia dizer se era realmente bonita, mas algo nela havia mexido com ele. Vestia um suéter cor-Roxa colado nos seios fartos, e a julgar pela maneira como os mamilos endurecidos apontavam através do tecido, ela devia estar morrendo de frio. Aproximou-se dela, fazendo com que se assustasse.

— Ninguém aqui vai morrer — disse suavemente.
— Para você é fácil falar, não está encarando a própria morte! — retrucou ela.
— Nem você — respondeu calmamente. Para tentar acalmá-la, abaixou-se à sua frente e ergueu as mãos para mostrar que apesar de estar seminu, era inofensivo. — Você deixou cair isto — disse, mostrando-lhe o vibrador.
— Não é meu — ela afirmou, balançando a cabeça com veemência.
— Mas eu a vi... — Parou, ao ver o olhar ofendido.
Vira quando ela tinha derrubado o objeto. Fingiu estar imaginando de quem seria, e girou-o em suas mãos, até que o ligou, fazendo com que um zunido ecoasse no amplo salão.
— Oh, meu Deus... Me dê isso aqui! — Lua arrancou o vibrador das mãos dele, desligou e guardou-o no bolso de trás de sua calça. — E você quem é? Sei que não é o mordomo, porque já há um aqui.
— Arthur Aguiar, e você têm razão. Não sou o mordomo, sou um hóspede. E você?
— Estou confusa — ela respondeu, olhando ao redor da sala escura.
— E quando está confusa, você observa as pessoas tomarem banho?

— Desculpe, não quis invadir a sua privacidade, não sabia o que você estava fazendo.
— Ah, pois da próxima vez, bata na porta.
Lua o fulminou com o olhar.
— Então deixe que eu lhe dê uma dica — começou ela, levantando o tom de voz. — Afaste-se das suítes nupciais de outras pessoas! — E a cada palavra cutucava-lhe o peito com o dedo. O simples contato daquele dedo em seu peito nu mexeu com Arthur, e a julgar pela voz esganiçada que usara, o mesmo tinha acontecido com ela.

— Como é? Que história é essa?
— Você estava tomando o seu banho na minha suíte nupcial! — exclamou Lua, levantando-se e jogando o palm-top dentro da bolsa pendurada em seu ombro.
— Não, senhora! Eu aluguei esta casa por uma semana!
Ela cruzou os braços, fazendo com que os seios se projetassem ainda mais. Não era alta, talvez batesse em seus ombros, pensou
Arthur, e a forma com que as roupas estavam coladas, revelava que ela tinha um belo corpo.
— Errou de novo, jacaré — continuou, indignada. — A casa é minha!
— Jacaré?! — interrompeu ele.
— Esqueci seu nome.

Olhou-a fixamente, ponderando como era possível sentir-se ao mesmo tempo irritado e... vivo, extremamente vivo, como não se sentia havia muito tempo. Não tinha a menor idéia de como seria ela à luz do dia, mas aquele corpo curvilíneo emitia fagulhas de sensualidade em todas as direções. Isso, porém, não vinha ao caso agora. Ela era irritante, mesmo se fosse linda sem roupa.
— Meu nome é Arthur. E você é?...

— L-Lua Blanco. Lua — ela gaguejou, por entre o bater dos dentes.
— Escute, Lua, venha para mais perto do fogo.
— Por quê?
Arthur suspirou diante de tanta relutância.
— Porque você está virando um picolé. — Tocou-a no braço, e assustou-se ao perceber que ela estava gelada. — Nunca lhe disseram que se deve vestir roupas quentes durante uma nevasca?
— Não estava nevando quando saí de San Francisco e nem no aeroporto, quando cheguei. — Foi sacudida por um violento arrepio quando Arthur correu a mão por seu braço rapidamente para tentar aquecê-la.
— E quando deixou o aeroporto já estava nevando? — insistiu ele.
Lua encarou aquele peito nu, dando a ele a impressão de que ela estava evitando olhá-lo.
— Minha bagagem foi extraviada. — confessou, derrotada.
— Ora, vejo que perdeu o noivo e também a bagagem?!
— Foi. E odeio o escuro.
Por trás daquela teimosia havia uma tristeza que comoveu Arthur. Olhou-a por um instante, resistindo ao súbito desejo de correr seus dedos por aquele rosto de pele sedosa.
— Teve um dia péssimo, não? — murmurou.
— Não faz idéia.
— Venha para cá.
— Para quê?

Além de cautelosa, era também desconfiada. Mas na situação em que estava, assustada, embora sexy, tinha bons motivos para isso.
— Não vou machucá-la, prometo — ele assegurou.
— Como se eu pudesse confiar em você — Lua disse bravamente, enquanto ele a guiava do saguão para a grande sala de estar. O fogo estava alto agora, iluminando a sala com um brilho suave.
Ela ficou ali parada, empertigada, os braços ainda cruzados sobre o peito, tremendo até os ossos. Os cabelos longos e ondulados tinham o mesmo tom dos olhos cor-de-mel. Tinha algumas bochechas rosadas, e lábios carnudos, porém suaves.

Feitos para serem beijados, Arthur pensou sem querer.
— E está me encarando por quê? — ela o desafiou.
— Você está gelada, venha se aquecer. — Desta vez ordenou e acrescentou mentalmente que ela também tinha a língua afiada.
Ignorando-o, ela moveu-se para perto da lareira e inclinou-se, evidenciando o quadril bem-feito, e o vibrador enfiado em seu bolso.
— Aquele mordomo... — ela começou a falar, mas parou no meio da frase quando virou-se e pegou-o sorrindo. — O que foi?
— Nada, continue. — Arthur virou para o outro lado, suprimindo o riso.
— O mordomo disse que o gerente não estava. Mas assim que ele aparecer, vai provar o que estou dizendo. Esta casa é minha a semana toda.
— Eu odeio discutir com mulher, especialmente com uma que já teve um dia daqueles mas... você está errada.

— Então não discuta e aceite que você é que está errado, não eu!
Ele teria seguido adiante com a discussão, mas ocorreu-lhe que se ela continuasse a bater os dentes daquele jeito, iria perdê-los a qualquer instante. Então segurou-a pelo braço.
— Escute, você precisa trocar de roupa!
Lua ainda tentou se desvencilhar daquele toque, mas Arthur continuou segurando-a, prendendo a respiração quando os cabelos dela roçaram em seu queixo.
— Se depender do que eu tenho em minha maleta, não será possível, acredite.
— Você não trouxe nada?!
— Não exatamente — ela desconversou. — Só algumas coisas para a lua-de-mel.
— Você está mesmo em lua-de-mel... sozinha? — De repente tudo o que ela dissera fazia sentido.
— A passagem já estava paga mesmo!
— Mas o que aconteceu com o seu marido?
— Não há marido, ele não... nós nunca... — Deu um passo para trás, e encheu-se de coragem. — Ele não apareceu na igreja e não fazia sentido algum eu continuar lá e encarar aquela situação como se fosse a coisa mais normal do mundo! — Suspirou longamente e foi acometida de outro tremor de frio.
Arthur murmurou uma imprecação, enternecendo-se pela situação, e levou-a em direção à poltrona reclinável de couro.

— Não faz mal, você pode usar alguma coisa minha. Espere aqui que vou lá em cima buscar...
Lua levantou-se tão rápido que bateu a cabeça no queixo dele.
— Não! Não precisa se incomodar, eu estou bem — protestou.
— Mas eu tenho uma mala enorme lá em cima.
— Sério, estou bem. — Olhou à sua volta. — Não precisa subir, estou bem mesmo.
— Você está com medo. — Analisou-a. Estava muito pálida, e demonstrava, mesmo com medo, que ela o considerava o menos perigoso.
— Não seja ridículo.
— Ridículo? E não é você que tem medo do escuro?
— Não é medo, fico triste, só isso.
— Pode ter sido imaginação minha, mas minutos atrás você me olhava como se eu fosse algum tipo de assassino, não?
— Ou um estuprador em série. Mas eu vi que você não é nenhum dos dois — ela admitiu. Os lábios ainda estavam azulados e os dentes batiam de frio.
— Sinto-me aliviado, obrigado!
— Mas agora, você é o único empecilho entre mim e minha suíte nupcial! — Outro tremor de frio. — A minha suíte quentinha.
Alarmado, Christopher mais uma vez deslizou as mãos pelos braços de Lua. Estava de fato preocupado com ela.
— Bem, você esteve lá. A suíte está tão fria quanto o resto da casa, pelo menos por enquanto.
Lua não respondeu, mas fez uma careta perante a idéia.
— Você pode ir lá em cima comigo, ou esperar aqui. De qualquer jeito, eu vou buscar algo quente para vestirmos.
— Daqui eu não saio. — Ela ergueu o queixo em desafio e acomodou-se no sofá.
— Como preferir, então. Vou trazer uma muda de roupa para você. Depois vou acender a lareira do quarto e cair na cama.
— Você pode cair em qualquer outra cama menos naquela, porque aquela cama é minha!
— Eu volto já. — Arthur comunicou, já arrependido de tê-la achado adorável.
Lua observou-o enquanto se afastava e concentrou-se em respirar para tentar afugentar o pânico que teimava em dominá-la.

Orgulhosa demais para se pronunciar, permaneceu ali sentada, com o coração quase saltando pela boca, olhando fixamente para a soleira da porta, imaginando o que, ou quem, além de Micael, estaria ali.
Ouviu um baque em alguma parte da casa e levantou-se num pulo, derrubando o vibrador no chão. Pegou o objeto brilhante e segurou-o de encontro ao peito quando o mordomo esquisito voltou à sala.
Tinha o capuz ainda mais enfiado sobre o rosto, e trazia consigo uma bandeja com duas canecas fumegantes. De repente, ela não se importava mais se aquele brutamontes pudesse ser algum tipo de psicopata. Ele tinha bebida quente.

— Pronto! — anunciou ele e passou-lhe uma das canecas com um gesto floreado, contrastando com seu físico musculoso de praticante de luta-livre.
Lua examinou a xícara, lembrando de todos os filmes "B" de terror que já assistira em sua vida. Ela não só era a heroína idiota que estava sozinha numa casa com dois assassinos em potencial, mas estava também a um passo de ser envenenada...

— Se eu quisesse lhe fazer algum mal — murmurou Micael, controlando-se para não rir —, não iria fazer algo tão óbvio como envenenar sua bebida.
— Está zombando de mim? — repreendeu-o rispidamente.
— Claro que não, seria muita grosseria de minha parte. — Tornou a oferecer a caneca. — Beba, você está tremendo de frio.
— Oh, está bem. — Ela rendeu-se, pelo menos morreria aquecida. Prendeu o vibrador na cintura, grata por Micael não ter zombado de sua lanterna improvisada. Segurou a caneca quente nas mãos e aquele calor delicioso quase a fez chorar. — O que foi aquele barulho? Parecia algo caindo ou se quebrando.
— Barulho? Ah, eu derrubei uma coisa na cozinha. Beba antes que esfrie, ou que você congele de vez — Micael explicou, enquanto se inclinava e depositava a outra caneca na mesinha ao lado do sofá.
Lua voltou a atenção para o líquido quente que tinha diante de si. Provou-o com cuidado e não conseguiu reprimir um gemido de satisfação quando o gosto da bebida se espalhou por sua boca.

— Céus! Isso aqui é maravilhoso! — exclamou ao engolir o chocolate quente, derretido e espumante.
Com os olhos fechados, continuou bebendo aos pouquinhos, saboreando aquele calor que descia por sua garganta. Levantou a cabeça para agradecer ao misterioso mordomo, mas ele já tinha desaparecido, sem fazer ruído algum.
Que coisa estranha! Podia jurar que tinha imaginado tudo aquilo, exceto pelo chocolate quente em suas mãos. Será que estava enlouquecendo? Olhou em volta., apreensiva, o único som vindo do estalar da madeira sendo consumida pelas chamas, e nenhum sinal do mordomo esquisitão.

Sorveu mais um pouco da bebida, desejando que fosse coragem líquida. Levantou-se e chegou mais perto do fogo. Cansou-se de estar molhada e com frio e tirou o suéter, ficando somente com uma camiseta branca de alças finas. Agachou-se perto das chamas, o calor tocando-lhe o peito e os braços, e teve vontade de arrancar o jeans molhado também.
— Sentiu minha falta?

Virou-se num sobressalto e deu de cara com Arthur Aguiar, alto, moreno e cheio de atitude. Ainda descalço, ele sorriu cinicamente e ela procurou não olhá-lo ou... babar.
Os olhos de Arthur se fixaram no suéter que ela tinha estendido em frente à lareira, depois nela e em sua camiseta fina. Deteve-se um pouco mais nos seios e em seguida fitou-a. Não disse palavra, mas, com o maxilar apertado, jogou uma mochila a seus pés. Agachou-se e começou a remexer na mochila, os músculos de seus ombros e costas tensionando a cada movimento

— Não consegui enxergar nada lá em cima, senão teria... ah, aqui está — disse ele, mostrando-lhe algumas peças de roupa.
Lua estendeu a mão para pegar um par de calças escuras de moletom e um abrigo que completava o conjunto.
— Vai ficar muito comprido — murmurou.
— É só enrolar as barras. Ande logo, ou vai ficar azul de frio — ele sugeriu, provando ser o tipo de homem que pouco se preocupava com a própria aparência.

Arthur analisou-a novamente. Seu olhar passou rapidamente pelos seios empinados, detendo-se por instantes nos mamilos retesados pelo frio e agora marcados claramente por debaixo da camiseta fina. Endireitou-se e deu um passo à frente, como se fosse ajudá-la a vestir o agasalho.
Ao perceber o movimento, Lua decidiu acelerar o processo. Enfiou a cabeça no abrigo, e logo depois os braços, mas algo a deteve: um perfume delicioso invadiu suas narinas, um perfume que pouco tinha a ver com alguma loção ou colônia, e sim um aroma natural masculino. Ficou assim por mais alguns instantes, desejando que aquele perfume fosse colocado em frascos e...

— Ei, tudo bem ai? — perguntou Arthur.
— Sim, claro! Atrapalhei-me com a roupa — mentiu, terminando de se vestir.
A expressão de Arthur mostrava que ele sabia exatamente o que ela estava pensando, mas preferiu não dizer nada. Sentou-se no chão e calçou meias e tênis de corrida, mostrando que assim como ela, ele também estava congelando de frio.

Seu cabelo ainda estava molhado e despenteado. Os ombros largos foram logo cobertos com uma camiseta que ele puxou de dentro da mochila. Completou com um suéter preto que aparentava ser deliciosamente macio e quentinho. As chamas da lareira refletiam em seus olhos, revelando que havia ali muita intensidade e calor. Ele estava muito bonito e sexy... Sexy demais para o estado frágil em que Lua se encontrava.
— Ali... bem melhor. — E virando-se para ela completou:

— Troque logo as calças ou vai congelar.
— Não vou trocar de roupa aqui! — ela protestou.
— Então você prefere ir a outro lugar para fazer isso? Talvez algum banheiro nesta casa escura... Logo você, que tem fobia do escuro.
— Oh, está bem! — admitiu que ele tinha razão. — Mas não olhe!
Com um suspiro, Arthur deu a volta no sofá em direção às imensas portas que davam para o corredor e o saguão principal. Fechou-as e voltou-se novamente para ela, movendo o dedo indicador em círculos como quem diz: "Vá em frente!"
Lua cruzou os braços ainda mais sobre o peito e não moveu um músculo.
— Por que não fica do outro lado da porta?
— Para você trancar a porta e me deixar do lado de fora da lareira? Não mesmo! Pare de enrolar, princesa!
Princesa?!, pensou, indignada. Assim que parasse de tremer como uma vara verde iria lhe mostrar quem era princesa.
— Troque logo de roupa — ele insistiu, e desta vez sua voz soava cansada. — Este lugar tem fama de ser perfeito por preservar a privacidade, ninguém vai aparecer. De mais a mais, você acha que Miccael vai ficar por aqui, com dois hóspedes reclamando de uma mesma reserva? Ele com certeza deve estar se escondendo.

Era possível. E mais um tremor a sacudiu. Sentia-se tão cansada que se deitasse em frente a lareira, dormiria por uma semana inteira.
Ergueu a barra do abrigo até o queixo para poder visualizar o zíper de seu jeans, e tentou não inalar mais uma vez aquele perfume delicioso. Observando-o atentamente começou a tirar o jeans encharcado. Tinha a impressão de que o tecido havia colado em sua pele, pois teve que dar alguns trancos para passá-lo pelos quadris. Finalmente, conseguiu baixá-lo até os joelhos e só parou por alguns instantes para ajeitar a calcinha, que quase saíra junto com a calça.

Percebeu nesse momento que Arthur havia se virado e assistia a tudo.
— Ei! O que está fazendo? — gritou ela, tentando cobrir aquele pequeno pedaço de tecido que vestira para agradar o maldito Pedro.    

Continua.. 

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