2 de jan. de 2013

Uma noiva herdada


Capítulo Dez p.6




Ela fechou os olhos por um momento, vencida pela intensidade de suas emoções. Ainda não tinha esquecido Arthur. Desde o momento em que ele a beijara na cozinha e ela derretera em seus braços, como acontecia desde o primeiro beijo deles, ela sabia... Havia alguns minutos ela precisou de muita força de vontade para dizer não e sabia que ele foi o imenso autocontrole dele e não o dela que o havia detido.

Finalmente ela admitiu o que tentava negar desde a primeira vez em que fizeram amor. Ela o amava e provavelmente sempre amaria. Mas não era tola, ele não podia ter deixado mais claro: ele podia ligar e desligar suas emoções quando quisesse e não estava atrás de compromisso. Lua também sabia que era o tipo de mulher que precisava ter tudo a que tivesse direito.

— Vire à direita aqui, é a terceira casa. — Quando ele parou o carro em sua casa, ela notou que tinha outro problema.

— Lua, posso usar seu telefone para chamar um táxi?
Ela lançou um olhar de desespero para a janela da sala. Sua mãe ainda estava acordada e ela não queria que Arthur a encontrasse.

— Certamente você tem um celular — ela retrucou.

— Sinto muito, mas não tenho. E se tivesse, você realmente esperava que eu ficasse do lado de fora, às onze da noite, esperando por um táxi?

— Mas quero dizer... bem... — Lua começou a gaguejar. — Claro que não, mas acho que minha mãe ainda está acordada e não quero que a importune. Então nenhuma palavra sobre você, sobre o dinheiro ou nada.

— Não seja ridícula, Lua. Você deve me apresentar e, como provavelmente já mencionou o nome do executor do testamento de seu pai, ela saberá quem sou.

— Apenas tenha cuidado com o que vai dizer. — Não tinha alternativa.

— Não tenha medo, Lua, serei muito diplomático e prometo que não direi que dormimos juntos.
— Você chegou tarde, querida — falou a mãe dela alguns instantes depois, e Lua entrou na sala de estar com o rosto corado. Antes que pudesse responder, Arthur o fez por ela.

— Culpa minha. Maria Cláudia, certo? — Ele caminhou na direção do sofá em que a mãe dela estava. — Nós nos encontramos mais cedo. Mas não percebi quem você era. É tão linda quanto Lua me falou. Deixe-me apresentar-me. — E quando Lua notou, sua mãe estava levantando do sofá com um brilhante sorriso de apreciação feminina pelo homem alto, moreno e atraente, aceitando a mão oferecida por Arthur. — Arthur Aguiar. Tenho certeza de que Lua já falou sobre mim.

— Ah, sim — Maria Cláudia falou, enquanto seu sorriso decaía para um de pura educação, ao ouvir o nome dele. — Muito prazer.

— Está tudo bem, mãe. Eu esbarrei com Arthur quando estava limpando as coisas. Ele tinha algumas novidades para me contar e insistiu em me trazer para casa, então precisa de um táxi.

— Você parece um homem muito determinado, Sr. Aguiar. Acredito que tenha sido amigo do meu ex-marido.
— Vou chamar o táxi — falou Lua.

Ao voltar para sala, ela viu que Arthur e sua mãe estavam sentados lado a lado e o clima era tão tenso que era possível cortar o ar com uma faca. Arthur já havia contado a Maria Cláudia que Juan era meio-irmão de Billy.

Então ele levantou o assunto da visita à sua madrasta, Kátia, à custa dele, claro.

— Obrigada, é muita gentileza — disse Maria Cláudia. — Mas ainda não estou perfeitamente bem e, honestamente, fico muito contente por Lua ter uma família, mas não tenho certeza se quero me envolver. — E então, virando para Lua, acrescentou: — Mas Lua sabe que eu ficaria muito contente se ela mantivesse o contato.

E nesse momento a campainha tocou.

— Deve ser o táxi. Abra a porta, Lua, querida — pediu Maria Cláudia.

Lua hesitou por um momento e se levantou. Queria se livrar de Arthur e falaria com a mãe depois.

— Pronto, Arthur? — Ela olhou para ele, que estava muito atraente com sua aparência soturna, e o desejou com uma ânsia que mal podia controlar.

Creditos: Ronnie

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