Capítulo
Sete parte 3
(postei cedo hoje porq e meu primeiro dia de aula ,e to indo pra escola daqui a pouco )
- Claro, mas preciso ver na agenda, que dia é amanhã? – Ela falou
brincando.
- Vinte e seis de setembro – Ele respondeu e Lua congelou.
Dia 26 de setembro era aniversário de Stella. Como ela poderia não ter
visto a data se aproximando? Como tanto tempo já poderia ter passado? Sua
filhinha estaria fazendo quatro anos, estava crescendo. Só que ela não iria
realmente crescer, ela não iria realmente fazer quatro anos. Lua tentou se
controlar, não começaria a chorar ali na frente dele.
- O que houve, Lua? Você está bem? Você já tinha alguma coisa planejada
para essa data?
- Desculpa, Jim – Ela se recompôs – Eu tenho ... uma coisa para fazer
amanhã. Eu não percebi em que dia estávamos.
- E domingo, você pode?
- Acho que sim. Bom, vejo você domingo então – Ela beijou a bochecha de
Jim, querendo sair dali.
- Claro, eu te ligo.
Lua saiu, sem se importar se estava parecendo meio grossa. Era
aniversário de Stella no dia seguinte, meu Deus! Como isso tinha acontecido?
Ao chegar em casa naquela noite, Lua chorou. Ela não chorava por isso há
muito tempo, os antidepressivos estavam funcionando e apesar da tristeza ainda
acompanhá-la, ela não chorara mais. Naquele momento, porém, ela sentia que
precisava daquilo. Precisava do reconforto que as lágrimas traziam. Ela dormiu
pensando em Stella, mas em seus sonhos ela tinha um sorriso no rosto.
Dia 26. Lua ficou parada por um momento,
apenas olhando o calendário. Era realmente aniversário de Stella. O aniversário
que nunca seria comemorado. Lu pensou se deveria ir até o cemitério ver a
filha, deixar algumas flores. Mas isso seria mórbido demais, aniversários não
foram feitos para serem comemorados em frente a uma lápide, Stella não teria
gostado daquilo. Talvez ela apenas devesse agir normalmente, como se fosse um
dia como qualquer outro.
Ela estava progredindo tanto! Não deixaria com que uma data voltasse com todas suas mágoas e lamentações novamente. Ela precisava continuar forte, precisava continuar com a vida. Talvez ela devesse ter aceitado a proposta original de Jim, e daí que era aniversário de Stella? Não significava mais nada, era verdade. O motivo de se comemorar aniversários era “mais um ano de vida”, Stella não tinha tido mais um ano de vida. Ela tinha tido apenas dois meses.
Lua fechou os olhos, sentando-se na cadeira mais próxima, e desejou com todo seu coração que pudesse abrir os olhos novamente e estar um ano atrás. Apenas para que pudesse aproveitar de novo aquele dia. Apenas para que pudesse ter a companhia da filha novamente, mesmo se somente por um dia. Mas ao abrir os olhos, tudo continuava igual.
Ela fechou os olhos mais uma vez, dessa vez apenas desejando que, onde quer que Stella estivesse, que ela fosse feliz. Não era muito religiosa, entretando nessas horas era bom se apegar a alguma fé, alguma coisa que a fizesse acreditar que tudo aconteceu por um motivo maior, que a vida de sua filha não tivesse sido em vão.
Ela estava progredindo tanto! Não deixaria com que uma data voltasse com todas suas mágoas e lamentações novamente. Ela precisava continuar forte, precisava continuar com a vida. Talvez ela devesse ter aceitado a proposta original de Jim, e daí que era aniversário de Stella? Não significava mais nada, era verdade. O motivo de se comemorar aniversários era “mais um ano de vida”, Stella não tinha tido mais um ano de vida. Ela tinha tido apenas dois meses.
Lua fechou os olhos, sentando-se na cadeira mais próxima, e desejou com todo seu coração que pudesse abrir os olhos novamente e estar um ano atrás. Apenas para que pudesse aproveitar de novo aquele dia. Apenas para que pudesse ter a companhia da filha novamente, mesmo se somente por um dia. Mas ao abrir os olhos, tudo continuava igual.
Ela fechou os olhos mais uma vez, dessa vez apenas desejando que, onde quer que Stella estivesse, que ela fosse feliz. Não era muito religiosa, entretando nessas horas era bom se apegar a alguma fé, alguma coisa que a fizesse acreditar que tudo aconteceu por um motivo maior, que a vida de sua filha não tivesse sido em vão.
Antes que começasse a ficar deprimida novamente, Lua resolveu sair de
casa. Pegou sua bolsa e saiu andando pela cidade. Não iria dirigir em um dia
que estivesse triste. Desde o acidente de Stella, tinha medo de andar de carro,
mesmo que ela não estivesse presente. Andava apenas por necessidade, dirigia
até o trabalho todo dia, mas apenas porque já sabia o caminho e estava bem o
suficiente para não correr riscos. Mas sair em um dia em que poderia, no meio
do nada, desabar em lágrimas? Sem chances.
Cansada de andar a pé, Lua chamou um táxi e entrou, sem saber para onde
queria ir. O endereço saiu da sua boca antes mesmo de pensar, e alguns minutos
ela estava parada em frente a sua antiga casa. Não sabia o que a levara a pedir
para ir até lá, mas agora que estava entraria. Pagou ao taxista e saiu, ficando
parada apenas observando o lugar que costumava chamar de lar. Subiu as escadas,
se questionando se Arthur tinha mudado a fechadura. Ela ainda carregava a chave
com ela, junto com a chave de seu novo apartamento, era difícil se desapegar do
passado.
Não sabia se deveria ficar feliz ou triste quando a chave realmente abriu
a porta. Ao entrar na casa, notou que nada tinha sido mudado, tirando a falta
dos objetos que ela levara consigo. Thur não tinha se dado o trabalho de repor
os objetos de decoração. Enquanto caminhava pela sala, Lu sentia a nostalgia a
invadindo. Mesmo depois de tudo, aquele continuava sendo seu lar. Ela se sentia
voltando para casa. Pare com isso, Lua, você não está voltando. Só está de
passagem, aliás nem sei porque veio, ela dizia para si mesma. Passou a mão pela
mesa, querendo absorver cada detalhe.
Deparou-se encarando o jardim. A última festa de Stella tinha sido ali,
a última festa de sua vida. Abriu a porta de vidro que separava o quintal do
resto da casa e saiu, indo para o ar livre. Se fechasse os olhos ali e deixasse
levar-se por lembranças, Lua conseguia ouvir as crianças rindo e correndo pelo
jardim, os adultos conversando no canto da sala, os meninos cantando em algum
lugar, e tudo parecia absolutamente certo. Um pequeno sorriso brotou em seus
lábios, ela poderia ficar ali para sempre.
Lua parou quando ouviu um barulho. Não podia ficar li parada para
sempre, ela tinha que viver, lamentou-se. Virou-se de volta para a casa, vendo
de onde o som tinha vindo. Por meio do vidro, ela podia ver Thur parado a
encarando de volta na sala. Lua ficou estatizada, não conseguia se mover,
apenas olhava para Arthur, esperando que ele fizesse alguma coisa.
Ele estava ainda mais bonito do que ela se lembrava. Sua aparência
estava meio devastada na verdade, com o cabelo bagunçado, a barba por fazer e
olheiras enormes, aprecia que ele não dormia há dias. Mas ainda sim tão bonito,
mais bonito do que nas revistas, com certeza. Lua queria ir até lá e abraçá-lo,
ao invés disso ficou parada, mantendo contato visual.
Criando coragem, ela abriu a porta e andou até o marido, quebrando a
distância. Thur cheirava a álcool, ela percebeu. Suspirou, lembrando que eles
estavam de manhã ainda, isso seria por causa da data ou Thur realmente estava
levando essa vida?
- Lu – Ele murmurou, passando o dedo pelo rosto do Lua – Você está tão
linda. Você está voltando para casa? – Ele perguntou, tropeçando nas palavras.
- Não, eu só passei por aqui e... Não sei, algo me fez pensar que aqui
seria um bom lugar para vir hoje – Ela falou, sabendo que não precisava dar
explicações para Thur – Você não deveria beber a essa hora, sabe.
Antes que Thur pudesse dizer alguma coisa, Lua saiu dali, deixando-o
sozinho. Precisava voltar para seu apartamento, aquela não era mais sua casa,
aquele não era mais seu marido. Só Deus sabia como ela queria que sua vida
ainda fosse a mesma. Mas não poderia ser, nunca mais.
Hey, Lu – Jim falou no outro lado da linha – Vou passar aí daqui
uma meia hora, tudo bem?
Ela iria sair com Jim, ela iria mesmo sair com outro cara que não era
Arthur, suspirou. Após o encontro dos dois na noite anterior, ela não sabia se
teria coragem de ir a um encontro com outra pessoa. Quase pegara o telefone e
ligara para dizer que tinha outro compromisso, mas não fizera isso. Agora seu
destino estava na mão daquela noite. Poderia não dar em nada e eles continuarem
sendo amigos, ou Lua poderia decidir finalmente recomeçar com a vida.
Ela sabia quais eram as intenções de Jim. Tudo dependia dela, se ela
estava realmente pronta para abandonar o passado ou não. Uma decisão muito
fácil de ser tomada, é claro. Lua suspirou, sentindo-se tão nervosa quanto no
seu primeiro encontro.
- Claro, Jim, vou estar esperando.
Autora:Juuh
Aguiar
tadinhos da Lu e do Thur
ResponderExcluirnao aguento mais ver eles separados
ResponderExcluirby:Carla
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirposta mais pf
ResponderExcluirpoxa e o Thur/?? Tadinho dele!!:(
ResponderExcluir(Virgínia)
Faz alguma coisa por eles dois.
ResponderExcluirQue triste.
Ainda te esse tal de Jim