Capítulo Nove p.4
Ela não falou nada enquanto dirigia. Thur ,
em compensação, falou mais do que devia. A maior parte Lu não entendeu ou
ignorou, ele não estava falando nada com muito sentido.
- Você está me sequestrando? Eu não conheço esse lugar.
- Sim, você conhece. Fica há dois quarteirões da nossa casa – Logo após falar, ela notou o “nossa”. Thur não falou nada, pareceu achar normal, mas Lu ficou nervosa.
Ela viu a casa se aproximando. Ela não passava por lá há muito tempo. Desde setembro de 2006, na verdade. Sempre que tinha que passar pela rua, fazia algum caminho alternativo. Revê-la, trouxe todas as lembranças a tona. Lua estacionou na porta, sem entrar na garagem, imaginou que a familiaridade daquilo a deixaria pior.
Ao parar, Thur já estava saindo, ela saiu atrás dele. Ele parou em frente a porta e tentou abrir a porta, sem nem ter destrancado, apenas para constatar que não conseguia. Lu revirou os olhos.
- Onde estão suas chaves, Thur ? – Ela perguntou, esperando que ele ao menos tivesse se lembrado de trazer chaves.
- Você está me sequestrando? Eu não conheço esse lugar.
- Sim, você conhece. Fica há dois quarteirões da nossa casa – Logo após falar, ela notou o “nossa”. Thur não falou nada, pareceu achar normal, mas Lu ficou nervosa.
Ela viu a casa se aproximando. Ela não passava por lá há muito tempo. Desde setembro de 2006, na verdade. Sempre que tinha que passar pela rua, fazia algum caminho alternativo. Revê-la, trouxe todas as lembranças a tona. Lua estacionou na porta, sem entrar na garagem, imaginou que a familiaridade daquilo a deixaria pior.
Ao parar, Thur já estava saindo, ela saiu atrás dele. Ele parou em frente a porta e tentou abrir a porta, sem nem ter destrancado, apenas para constatar que não conseguia. Lu revirou os olhos.
- Onde estão suas chaves, Thur ? – Ela perguntou, esperando que ele ao menos tivesse se lembrado de trazer chaves.
Ele pareceu confuso por um momento, então começou a procurar pelos
bolsos. Graças a Deus, estava no bolso da calça. Ele tentou colocar a chave na
fechadura sem sucesso, portanto Lu o empurrou para o lado, abrindo ela mesma, e
então entrou em casa.
Ela suspirou ao entrar. Suspirou porque percebeu que tinha entrado
realmente em casa. Mesmo depois de todo esse tempo, ela ainda sentia que aquela
fosse mais sua casa do que seu apartamento atual jamais seria. Tentou ignorar
esse sentimento e ajudou Thur a subir as escadas e entrar no quarto.
- Você deveria tomar banho – Ela avisou, notando que ele fedia a álcool.
- Você vai me dar banho? – Ele respondeu, sorrindo sugestivamente.
- Já está grandinho o suficiente para tomar banho sozinho, Arthur .
Ele revirou os olhos e se jogou na cama, de sapato e tudo. Aquilo
irritou Lua , ele estava deitando sujo na cama.
- Vamos lá, Arthur , pare de infantilidade e entre no chuveiro.
- Já tomei banho hoje.
- E daí? Você está fedendo – Ela tentou puxá-lo, mas acabou caindo na
cama ao seu lado.
Por um momento Lu riu, então percebeu que estava deitada na cama – Na
cama deles - com Arthur , e a realidade pareceu atingi-la. Aquilo estava
errado. Ela tentou se levantar, mas antes que pudesse se mover, Arthur colocou
a mão em seu rosto, deslizando seus dedos por sua bochecha. Seu coração pareceu
decolar.
- Você é tão linda – Ele falou se aproximando dela.
Lua se afastou com um pulo, saindo daquela hipnose. Ficou em pé
novamente, apenas olhando Thur , que pareceu confuso.
- Pare com isso, Arthur . Vá logo tomar banho ou coloque um pijama, pelo
menos. Eu tenho que voltar para casa.
- Mas você já está em casa.
Por aquilo ser verdade, ela não conseguiu
pensar em nada mais para falar. Revirou os olhos, e tentou puxá-lo da cama,
desistindo ao não conseguir. Foi até o armário e pegou um pijama, pelo menos
ele dormiria com uma roupa limpa. Ela se aproximou dele e tirou sua blusa, como
se estivesse ajudando uma criança a se vestir. Arthur não falou nada, apenas ficou
a encarando
- Por que você está aqui? – Ele perguntou de repente, enquanto Lu o colocava na blusa do pijama.
- Porque você bebeu demais. Você deveria parar com isso, aliás – Ela comentou, lembrando do que Micael lhe disse – Não deveria beber tanto, isso te faz mal, você sabe, Thur . Vai acabar morrendo assim.
- Que seja, não tenho mais motivos para viver.
- Deixe de besteira.
- É verdade – Ele falou – Stella morreu e você me odeia – A simples menção do nome da filha fez o coração de Lua parar por um segundo, mas ela se recompôs.
- E o McFly? – Ela perguntou, e tnão parou por um segundo completando - E eu não te odeio.
- Por que você está aqui? – Ele perguntou de repente, enquanto Lu o colocava na blusa do pijama.
- Porque você bebeu demais. Você deveria parar com isso, aliás – Ela comentou, lembrando do que Micael lhe disse – Não deveria beber tanto, isso te faz mal, você sabe, Thur . Vai acabar morrendo assim.
- Que seja, não tenho mais motivos para viver.
- Deixe de besteira.
- É verdade – Ele falou – Stella morreu e você me odeia – A simples menção do nome da filha fez o coração de Lua parar por um segundo, mas ela se recompôs.
- E o McFly? – Ela perguntou, e tnão parou por um segundo completando - E eu não te odeio.
- O McFly vai acabar um dia também... Estamos
ficando velhos – Lua revirou os olhos ao ouvir isso – E você deveria.
- Eu nunca odiaria você, Arthur , isso seria impossível – Como ele estava colocando a calça do pijama por conta própria ela se afastou e se sentou ao seu lado na cama – Eu nunca te odiei. Eu te culpei, sim, mas eu só precisava encontrar alguém para colocar a culpa.
- E eu te dei todos os motivos para isso. Eu te abandonei...
- Não. Eu te abandonei, Thur , só que você apenas teve mais coragem de ir embora primeiro.
- Eu matei Stella – Ele continuou.
Lua sentiu como se tivesse levado um soco, virou-se imediatamente para Thur horrorizada.
- Nunca diga isso novamente! – Ela falou, como se tivesse sido ofendida – A morte de Stella foi um acidente
- Isso não muda o fato de que fui eu quem corri com o carro e não a coloquei na caderinha. Foi culpa minha, Lua , eu sei disso.
Ela queria falar algo para reconfortá-lo. Queria dizer ao menos que o perdoava, mas... Não perdoava. Thur não tinha matado Stella, mas tinha sido, em grande parte, sua culpa ela morrer. Parecia ser a mesma coisa, mas Lu achava que não.
- Você não pode mudar o que aconteceu, Thur , mas não precisa ficar se culpando por isso todo dia, deixando de viver e ficar só bebendo. Isso não vai trazê-la de volta.
- Não, mas pelo menos não tenho que pensar nisso. Pelo menos, quando não dói tanto quanto quando estou sóbrio.
- Mas ainda dói, não é mesmo? Eu sei disso. Nada vai adiantar, Thur , você simplesmente tem que continuar tentar vivendo, tentar recomeçar.
- É isso o que você está fazendo? Namorando aquele idiota?
- Ele não é idiota! Jim é uma ótima pessoa.
- Você o ama?
- Ele me faz feliz.
- Mesmo assim, eu nunca vi o brilho no seus olhos quando você está com ele.
- Que brilho?
- O brilho que você costumava ter quando estávamos juntos. Você o perdeu... Mas agora, por exemplo, ainda há uma faísca dele. Quando está com esse Jim, ou sei lá, não tem nada... Completamente oco.
Lua desejou ter um espelho naquele momento, para poder verificar seus olhos. O que ele estava falando era ridículo, mas completamente verdade.
- Você se acha, Arthur – Ela falou encerrando o assunto.
- Eu posso. Em relação a você. Você ainda é minha mulher.
- Nós estamos separados – Ela falou – Vá dormir, Arthur .
Ela começou a preparar a cama, tirando os cobertores e o colocando para dormir.
- Você está usando minha aliança, entretanto – Ele disse, deitando-se – Eu te amo, Lua . Podem se passar vinte anos, mas vou continuar te amando – Suas palavras já se dispersavam um pouco, enquanto ele fechava os olhos – Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e ter vocês de volta para mim.
- Eu nunca odiaria você, Arthur , isso seria impossível – Como ele estava colocando a calça do pijama por conta própria ela se afastou e se sentou ao seu lado na cama – Eu nunca te odiei. Eu te culpei, sim, mas eu só precisava encontrar alguém para colocar a culpa.
- E eu te dei todos os motivos para isso. Eu te abandonei...
- Não. Eu te abandonei, Thur , só que você apenas teve mais coragem de ir embora primeiro.
- Eu matei Stella – Ele continuou.
Lua sentiu como se tivesse levado um soco, virou-se imediatamente para Thur horrorizada.
- Nunca diga isso novamente! – Ela falou, como se tivesse sido ofendida – A morte de Stella foi um acidente
- Isso não muda o fato de que fui eu quem corri com o carro e não a coloquei na caderinha. Foi culpa minha, Lua , eu sei disso.
Ela queria falar algo para reconfortá-lo. Queria dizer ao menos que o perdoava, mas... Não perdoava. Thur não tinha matado Stella, mas tinha sido, em grande parte, sua culpa ela morrer. Parecia ser a mesma coisa, mas Lu achava que não.
- Você não pode mudar o que aconteceu, Thur , mas não precisa ficar se culpando por isso todo dia, deixando de viver e ficar só bebendo. Isso não vai trazê-la de volta.
- Não, mas pelo menos não tenho que pensar nisso. Pelo menos, quando não dói tanto quanto quando estou sóbrio.
- Mas ainda dói, não é mesmo? Eu sei disso. Nada vai adiantar, Thur , você simplesmente tem que continuar tentar vivendo, tentar recomeçar.
- É isso o que você está fazendo? Namorando aquele idiota?
- Ele não é idiota! Jim é uma ótima pessoa.
- Você o ama?
- Ele me faz feliz.
- Mesmo assim, eu nunca vi o brilho no seus olhos quando você está com ele.
- Que brilho?
- O brilho que você costumava ter quando estávamos juntos. Você o perdeu... Mas agora, por exemplo, ainda há uma faísca dele. Quando está com esse Jim, ou sei lá, não tem nada... Completamente oco.
Lua desejou ter um espelho naquele momento, para poder verificar seus olhos. O que ele estava falando era ridículo, mas completamente verdade.
- Você se acha, Arthur – Ela falou encerrando o assunto.
- Eu posso. Em relação a você. Você ainda é minha mulher.
- Nós estamos separados – Ela falou – Vá dormir, Arthur .
Ela começou a preparar a cama, tirando os cobertores e o colocando para dormir.
- Você está usando minha aliança, entretanto – Ele disse, deitando-se – Eu te amo, Lua . Podem se passar vinte anos, mas vou continuar te amando – Suas palavras já se dispersavam um pouco, enquanto ele fechava os olhos – Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e ter vocês de volta para mim.
Ele parou de falar a caiu no sono. Lua não
conseguiu dizer nada, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Ela rodou a
aliança no dedo, observando Thur dormir. Ele estava tão bonito, tão indefeso.
Não parecia que por dentro sofria tanto.
Ela queria que tivesse uma maneira de fazê-lo parar de sofrer, sem que para isso ela tivesse que se machucar também. Como ela podia amá-lo tanto e mesmo assim não suportar a dor de ficar perto dele?
Ela também faria qualquer coisa para recuperar aquele tempo. Passou a mão pelo rosto de Arthur , tirando um pedaço de cabelo que caia. Ele continuava cheirando a álcool, ela notou, mas não lhe parecia mais tão repugnante.
Olhando o relógio e verificando que estava tarde, ela percebeu que estava na hora de ir embora. Ficou alguns segundos observando Arthur e, não resistindo a tentação, se abaixou e beijou sua testa.
Quase na porta do quarto, ela percebeu que ainda segurava sua mão esquerda. Olhou de relance para trás, sentindo como se estivesse cometendo um crime. Antes que pudesse se impedir, tirou o anel do dedo, sentindo outra lágrima escorrer. Deixou-a em cima da mesa de cabeceira, onde anos antes deixara uma carta incompleta para Arthur . Pensou se deveria deixar alguma nota junto, porém não deixou nada. Sentiu vontade de pegá-la novamente, aquilo era ridículo, mas não conseguiu. Apenas ficou encarando o símbolo de seu amor ser abandonado.
E saiu correndo. Desabando em lágrimas ao descer as escadas e entrar no carro.
Ela queria que tivesse uma maneira de fazê-lo parar de sofrer, sem que para isso ela tivesse que se machucar também. Como ela podia amá-lo tanto e mesmo assim não suportar a dor de ficar perto dele?
Ela também faria qualquer coisa para recuperar aquele tempo. Passou a mão pelo rosto de Arthur , tirando um pedaço de cabelo que caia. Ele continuava cheirando a álcool, ela notou, mas não lhe parecia mais tão repugnante.
Olhando o relógio e verificando que estava tarde, ela percebeu que estava na hora de ir embora. Ficou alguns segundos observando Arthur e, não resistindo a tentação, se abaixou e beijou sua testa.
Quase na porta do quarto, ela percebeu que ainda segurava sua mão esquerda. Olhou de relance para trás, sentindo como se estivesse cometendo um crime. Antes que pudesse se impedir, tirou o anel do dedo, sentindo outra lágrima escorrer. Deixou-a em cima da mesa de cabeceira, onde anos antes deixara uma carta incompleta para Arthur . Pensou se deveria deixar alguma nota junto, porém não deixou nada. Sentiu vontade de pegá-la novamente, aquilo era ridículo, mas não conseguiu. Apenas ficou encarando o símbolo de seu amor ser abandonado.
E saiu correndo. Desabando em lágrimas ao descer as escadas e entrar no carro.
Autora:Juuh Aguiar
quando a lua e Arthur vai volta isso ta me matando
ResponderExcluirQuando eles vão ficar juntos de novo? Isso é tão triste...
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