Capítulo Dezesseis p.1 (Penultimo
cap)
Junho, 2010.
Lua suspirou ao ver que sua menstruação tinha chegado novamente. Não
deveria estar surpresa, não é como se estivesse tentando engravidar novamente.
Mas cada vez que via o sangue, ela só conseguia pensar em como ela deveria
estar grávida nesse exato momento. Com quantos meses ela estaria? Quase sete,
pensou.
Não devia pensar nisso, essa era sua tática. Se não voltasse a pensar
sobre o assunto, logo ela esqueceria. Sabia que era mentira, mas era o melhor
que podia fazer. Tinha concordado com Thur que eles não poderiam se deixar
levar pela tristeza. Estavam tentando.
Lua admitia que não estavam tendo muito sucesso nisso, entretanto. Tinha
dias que ela tinha certeza que Arthur estava a um passo de voltar a beber e, às
vezes, ela só queria se juntar a ele. Era difícil conseguir forças para
continuar enfrentando dia após dia, mas eles estavam fazendo isso juntos. E
isso era o que importava. Se continuassem juntos, nada poderia abalá-los. Ou,
pelo menos, quase nada.
Lu ouviu uma risada de criança e algumas vozes vindo do andar de baixo.
Provavelmente Sophia e Chay haviam chegado com Elle e Oliver, já que eles
tinham combinado de almoçar juntos. Lua respirou fundo antes de sair do
banheiro, pronta para encarar mais um dia fingindo que tudo estava ótimo.
Tudo não estava nem perto de estar ótimo. Ainda estava tentando colocar
sua vida nos trilhos e, quase sempre, era difícil demais. Mas estavam
indo.
Setembro, 2010
Lua abriu a porta para que Catherine entrasse rapidamente, mas a irmã
simplesmente a entregou umas mil bolsas e empurrou o carrinho do filho para
dentro de casa. Desculpou-se por não poder entrar, dizendo que estavam quase
perdendo a reserva no restaurante, agradeceu por Lu cuidar de Noah naquela noite
e depois voltou para o carro, onde Micael a esperava.
Os dois sairíam naquela noite para comemorar seu segundo aniversário de
casamento e deixaram Lu cuidando do filho. Catherine não queria, é claro, se
dependesse dela levariam o filho para todos os lugares, mas Micael insitira que
Lua podia cuidar dele por algumas horas. Era bom que Cath fosse se acostumando,
já que eventualmente ela teria que voltar a trabalhar e não poderia ficar com o
bebê o tempo inteiro.
Lua empurrou o carrinho até a sala, deixando-o ao lado do sofá. Noah
ainda estava dormindo, Lu esperava que ele acordasse logo, era melhor do que
acordar só de madrugada. Ela se sentou no sofá, ligando a TV no mudo, com medo
de acordá-lo e ficou apenas observando a criança por alguns minutos. Foi interrompida
quando Thur desceu, descobrindo que Micael e Catherine já tinham passado e ido
embora, no intervalo de tempo em que tomava banho.
Não demorou muito tempo para que Noah acordasse e começasse a chorar.
Pelas horas seguintes, Arthur e Lu entraram em uma rotina de pais, dando comida
para o bebê, trocando a fralda, tentando fazer com que ele dormisse e o
entretendo. Fazia muito tempo que não cuidavam de uma criança, não sozinhos,
pelo menos. E, para falar a verdade, ambos estavam morrendo de medo.
Noah ainda era muito pequeno, com apenas seis meses, e fazia anos desde
que os dois tiveram contato com um bebê dessa idade. É claro, eles sabiam o que
fazer, não era tão complicado cuidar assim de uma criança por uma noite, o
dilema interno que se passava era muito mais difícil de lidar.
Lu já tinha encontrado e segurado Noah muitas vezes antes, mas sempre
com Catherine por perto, e a irmã nunca a deixava realmente cuidar dele. Fazer
isso agora, fazia com que algo dentro de Lua despertasse.
Se não tivesse sofrido
um aborto, estaria perto de dar a luz. Era engraçado, porque faltavam apenas
algumas semanas para o dia que seria o aniversário de oito anos de Stella. Já
fazia alguns meses desde que perdera o bebê, ela já poderia engravidar
novamente. Mas será que ela correria esse risco?
Ela sabia que podia ter outros filhos, a médica havia lhe explicado que o que tinha acontecido não tinha nada a ver com ela. Isso era óbvio, afinal ela já tinha tido uma filha, sabia que não tinha nada de errado com seu útero. Não sabia, entretanto, se não havia nada de errado com sua mente. Ela estava bem agora, quão bem ela poderia estar.
Ela estava se reerguendo, já se considerava feliz, hoje em dia. Ela costumava sair com Sophia e com algumas de suas antigas amigas, às vezes assistia a alguns shows do McFly, frequentemente visitava Catherine e Micael ou saíam para almoçar juntos. Ela e Thur eram felizes um com o outro, raramente ficava um clima sombrio na casa. Lua gostava disso. Se ela tentasse engravidar novamente, poderia acabar sofrendo outro aborto, e, dessa vez, não tinha certeza se conseguiria aguentar.
Perder outro filho fora duro demais. Ela nunca aguentaria passar por isso pela terceira vez. Mas ver Noah se afagando no seu colo, puxando seu cabelo e balbuceando palavras inexistentes, fazia com que ela desejasse um bebê.
Ela podia adotar, já pensara nisso muitas vezes. Mas novamente vinha aquele pensamento em sua cabeça: que ela não era capaz de ter um filho. Ela queria provar a todos – queria provar a si mesma – que conseguiria ter um filho. Ela conseguiria ser mãe, apesar de todos os obstáculos.
Tudo o que precisava fazer era ter coragem. Coragem de tentar mais uma vez, a última vez. Talvez ela estivesse sendo estúpida, afinal o universo tinha deixado bem claro que não era seu destino ser mãe. Mas era seu sonho, e não se pode simplesmente desistir dos sonhos. É preciso ter esperança, porque enquanto a tivesse, seria tudo seria possível.
Ela sabia que podia ter outros filhos, a médica havia lhe explicado que o que tinha acontecido não tinha nada a ver com ela. Isso era óbvio, afinal ela já tinha tido uma filha, sabia que não tinha nada de errado com seu útero. Não sabia, entretanto, se não havia nada de errado com sua mente. Ela estava bem agora, quão bem ela poderia estar.
Ela estava se reerguendo, já se considerava feliz, hoje em dia. Ela costumava sair com Sophia e com algumas de suas antigas amigas, às vezes assistia a alguns shows do McFly, frequentemente visitava Catherine e Micael ou saíam para almoçar juntos. Ela e Thur eram felizes um com o outro, raramente ficava um clima sombrio na casa. Lua gostava disso. Se ela tentasse engravidar novamente, poderia acabar sofrendo outro aborto, e, dessa vez, não tinha certeza se conseguiria aguentar.
Perder outro filho fora duro demais. Ela nunca aguentaria passar por isso pela terceira vez. Mas ver Noah se afagando no seu colo, puxando seu cabelo e balbuceando palavras inexistentes, fazia com que ela desejasse um bebê.
Ela podia adotar, já pensara nisso muitas vezes. Mas novamente vinha aquele pensamento em sua cabeça: que ela não era capaz de ter um filho. Ela queria provar a todos – queria provar a si mesma – que conseguiria ter um filho. Ela conseguiria ser mãe, apesar de todos os obstáculos.
Tudo o que precisava fazer era ter coragem. Coragem de tentar mais uma vez, a última vez. Talvez ela estivesse sendo estúpida, afinal o universo tinha deixado bem claro que não era seu destino ser mãe. Mas era seu sonho, e não se pode simplesmente desistir dos sonhos. É preciso ter esperança, porque enquanto a tivesse, seria tudo seria possível.
Creditos:
Juuh Aguiar
(Desculpa gente mais hoje so vou postar 1 capitulo de cada web! porque to meio que de castigo e tenho que ser rapida, porq minha mãe foi no mercado e ja ta voltando ! )
Pooooxa :(
ResponderExcluirMas amanhã você vai postar né?
++++++++++++++++++++++++++
ResponderExcluirposta mais pf
ResponderExcluirDuda