Capitulo 22
Acordei com um feixe de luz solar que
passava por uma brecha da cortina, eu estava coberta com um cobertor azul, eu o
puxei, mas para cima e me sentei na cama, meus ombros doíam é eu tinha uma
marca roxa no pescoço e na cintura, mas invés de estar chorando ou me xingando
de idiota eu sorria como uma boba só em lembrar da noite anterior.
Em uma olhada pelo quarto vi minhas
roupas rasgadas no canto. E falei
- Ótimo, agora como eu vou ficar?!
Ficar na cama enrolada no lençol é que eu nao vou ficar! - resmunguei chateada
em relação as roupas.
Olhei em volta tentando achar Arthur
mas estava tudo no silencio,silencio de mais. Enrolei o cobertor no corpo e
caminhei até a porta, a mansão estava completamente vazia, ou pelo menos
parecia. Larguei o cobertor no chão e fui correndo até a suíte, para a minha
surpresa tinha um pacote dourado em cima da pia, junto ao pacote havia um
bilhete escrito com letras elegantes.
Bilhete:
Me desculpe pelas suas
roupas,providenciei umas novas. Tive que sair, volto logo.
Sorri ao terminar de ler e abri o
pacote o mais rápido que pude, era um vestido roxo de alça, não era nem muito
curto nem muito longo, ficava no joelho, tinha umas linhas pretas na barra, era
lindo… Ao lado também tinha uma calcinha e um sutiã da cor vermelha, pelo menos
ele não me deixou nua.
Tomei um banho de 15 minutos e me
vesti, penteei meus cabelos com os dedos e os deixei soltos. Estiquei as
cobertas e dobrei o cobertor deixando o quarto arrumado, desci as escadas com
meus pés descalços até chegar a sala no primeiro andar, ficar naquela casa
enorme sozinha me deixava morrendo de medo,todo barulhinho que eu ouvia já ia
correndo para outro lugar. Fiquei com vergonha de abrir a geladeira então eu me
sentei no sofá e fiquei a espera de Arthur. De repente vi uma sombra na parede
do corredor, me levantei do sofá rapidamente, fiquei com medo e pensei em
correr para fora da mansão, mas uma ideia me passou pela cabeça, é se fosse
Arthur fazendo mais uma de suas brincadeirinhas para me assustar?
–Arthur é você?! -Perguntei
caminhando em direção ao corredor.
Não se dava para ver nada no
corredor, era escuro, completamente escuro, fui andando lentamente para dentro
do escuro, era frio e a cada passo que eu dava me sentia perseguida por algo.
–Arthur… Nao me obrigue a lhe dar uma
joelhada! -Disse seguindo em frente.
De repente comecei a ouvir barulhos
atrás de mim,a cada passo meu algo atrás de mim me seguia com outro passo,eu
estava começando a ficar apavorada,fui aumentado a rapidez do meu andar mas a
coisa continuava a me seguir,tomei coragem e me virei,não havia
ninguém,coloquei a mão sobre o peito e suspirei aliviada.
–Deve ser coisa da minha mente…
-Disse em voz baixa para mim mesma.
Quando olhei para frente de novo vi a
sombra dobrar o corredor, tinha a forma de uma mulher de vestido.
–Espere!-Disse a seguindo curiosa.
Quando dobrei o corredor avistei a
sombra entrar em um dos quarto, ali já não era muito escuro, tinha uma enorme
janela aberta no final do corredor que deixava a luz do dia entrar, lá haviam
cortinas que pareciam dançar com o vento,ele as jogava pra lá e pra cá. A
passos lentos eu entrei no quarto onde a sombra havia entrado,era luxuoso e bem
bonito,havia alguns quadros e fotos de antigamente pendurados na parede.
A moça estava de costas para mim
encarando as pinturas,ela usava um elegante vestido branco misturado com
rosa,era um vestido da época que chegava a arrastar no chão de tão
comprido,seus cabelos eram ruivos mas estavam meio esbranquiçados e sem
vida,estavam amarrados em um coque seguro com uma fita branca.
–Quem é você?-Perguntei me
aproximando aos poucos.
A moça soltou um risinho e continuou
imóvel, eu pensei em correr, mas minha curiosidade foi maior,quando eu já
estava perto o bastante dela minha mão tocou seu ombro de leve,quando eu a
toquei a moça virou o rosto rapidamente para mim,sua fase era horrível,no lugar
de seus olhos haviam dois buracos negros,de seu nariz apenas dois furos de
caveira,seu rosto era meio acinzentado com algumas rachaduras por todo lado,meu
coração começou a bater mais forte,eu senti meu estomago embrulhar,meus olhos
se arregalaram e minhas mãos ficaram tremulas,minha respiração estava ofegante
e a única coisa que vinha em minha mente era o comando para correr,mas eu
estava tão em pânico que minhas pernas não se mexiam,a moça abriu um enorme
sorriso para mim,seus dentes eram podres meio amarelados e meio preto,seus
lábios eram completamente rachados,agora que ela estava de frente pra mim eu
pudia ver manchas de sangue seco em seu vestido,tinham rasgos na lateral de
suas roupas que deixando aparecer suas costelas para fora da carne.
–Ai meu Deus… a aberração apareceu na
minha frente! Eu jurava que já via tudo nesse mundo e me aparece algo assim. Tu
é disprovida da beleza hein minha filha?! So lamento...- coloquei a mao no
coracao
A moça começou a caminhar lentamente
em minha direção eu apenas recuava alguns passos para traz, mas eu ainda estava
em pânico e não conseguia correr,de repente eu bati as costas em algo rígido e
quente,me virei rapidamente e vendo que era Arthur o abracei e enterrei a
cabeça em seu peito.
Quando a moça viu Arthur ela começou
a mudar de forma,ela fechou as pálpebras e quando as abriu de novamente seus
olhos estavam lá,tinham um tom lindo de azul claro,as rachaduras de seu rosto
se fecharam e sumiram,aos poucos sua pele foi adquirindo cor,suas bochechas
ficaram rosadas,seus lábios ficaram avermelhados e delicados,suas costela
voltaram para dentro da carne,seus cabelos ruivos ficaram mais vivos e
adquiriram um tom meio alaranjado se soltando do coque e ficando levemente
ondulados,mas suas roupas continuavam sujas de sangue e rasgadas na lateral,a
moça lançava um olhar triste para Arthur.
–Por que Thur. Por quê?-Dizia ela em
um tom triste.
De seus olhos escorreram lagrimas,
mas não eram lagrimas normais,eram lágrimas de sangue.
–Vá embora Monique… -Disse Arthur em
um tom de voz baixo.
Monique abaixou o olhar e sumiu bem
na nossa frente. Eu ainda meio assustada com tanta feiura.
–Você esta bem?-Perguntou Arthur
acariciando minha bochecha com as costas da mão.
– Estou melhor sim. Tava com medo de
perder a visão com a feiura dela...- fiz careta e ele riu
- Nunca adimiti que tem medo ou algo
ne?- falou risonho
- Eu nao tenho medo...- falei dando
ombros
- Ate parece...- sussurrou e eu lhe
dei língua
Ele me pegou pela mão e me levou para
sala como se eu fosse uma criancinha,chegando lá eu me sentei no sofá,Arthur se
aproximou de mim e se sentou ao meu lado,ele levantou meu rosto com um dedo e
disse em um tom serio:
–Não se deve seguir sombras Lua. Elas
esperam por isso.
–Quem é Monique?-Perguntei o olhando
nos olhos.
Ele abaixou a cabeça e tirou a mão de
meu queixo.
–Você pode me contar… -Disse com uma
voz baixa.
–Monique era minha
”namorada”.-Respondeu ele fazendo aspas com os dedos.
–Você a matou?-Perguntei olhando para
o lado.
–Eu não queria fazer isso.
–Ela é a primeira mais difícil?
–Não. -Ele disse me encarando.
–Porque você a matou?-Perguntei o
fitando.
–Porque recebi uma ordem para isso.
-Ele respondeu com uma voz calma.
–Matou todas as namoradas que já
teve?-Perguntei me levantando do sofá.
–Lua eu…
–Você transa com elas e depois as
mata?-Perguntei meio assustada.
–Não é bem assim ta legal?
Eu balancei a cabeça negativamente
enquanto ele se aproximava de mim
–Fique longe de mim!!-Gritei me
aproximando da porta.
–Eu não vou te machucar. -Disse se
aproximando lentamente.
–Quem me garante?
–Não confia em mim Lua?-Perguntou ele
parando de andar.
Fiquei calada, a resposta estava em
meus olhos.
–Você só me usou não é?
Ele ficou calado só me fitando.
–Transou comigo só para me matar
depois não é?-Perguntei e uma vontade absurda de chorar me consumia Ah mais eu
nao iria dar esse gostinho!
Ele continuava calado.
–Você só me usou… -Disse escorregando
pela porta até chegar no chão.
Eu me encolhi e encostei a testa no
joelho e comecei a chorar,eu ouvia os passos de Arthur se afastando
lentamente,depois de uns 3 minutos eu parei de chorar completamente,foi quando
eu ouvi passos lentos virem até mim,era Arthur,eu levantei a cabeça,ele estava
com um olhar meio triste,agachou na minha frente e colocou um colar em meu
pescoço.
–Por quê?-Perguntei encarando a pedra
verde do colar.
–Isso vai te proteger.
Fiquei calada.
–De mim. -Ele completou.
Eu não achava nada para dizer,
nenhuma palavra se quer saia de minha boca,então ele se levantou e quando já
estava com uma boa distancia de mim ele se virou e disse em um tom ainda
triste:
–Se eu quisesse mesmo te matar… Você
já estaria morta.
Eu apenas o encarei,quando ele saiu
da sala eu fiquei me sentindo uma idiota por julga-lo daquele jeito,e por ter
dito aquelas coisas grosseiras, naquele momento eu só queria me desculpar, mas
eu não sabia como, estava morrendo de vergonha de olha-lo nos olhos e desculpar-me
na sua frente. Isso sua idiota! Acabou com tudo!
Créditos: Cecília
Essa web é incrível.
ResponderExcluirTô amando!!
Posta +.