9 de mar. de 2013

{FIC} The Love Beteween good and evil


Capitulo 20 (CAP 2/2)


A porta se abriu e um feixe de luz apareceu por debaixo dela, eu levantei o rosto e lá estava ele de braços cruzados me encarando com aqueles olhos castanhos esverdeados brilhantes, ele usava uma camisa de manga comprida que me fez quase perdi o fôlego ao ver que estava aberta, dava para se ver perfeitamente seu peito rígido e seu abdome definido, agora sim eu tinha a certeza de que Arthur era o garoto mais perfeito que eu já vira na vida.
–Como descobriu onde eu moro?-Pergunto ele desconfiado.
–Isso não é jeito de tratar visita…-Disse com um meio sorriso para tentar distraí-lo.
–Não vai conseguir me distrair…-Disse ele balançando a cabeça negativamente.
–Eu não tentei. -Menti mordiscando o lábio inferior. 
–Vou fingir que acredito. -Retrucou.
–Eu minto tão mal assim?
–Magina… -Respondeu ele com sarcasmo.
–Não vai me convidar para entrar?-Perguntei o encarando.
Sem dizer nada Arthur se afastou da porta e fez sinal com a mão para que eu entrasse. A sala era linda, o papel de parede era branco, no teto um enorme lustre de cristal, dois enormes sofás negros com almofadas vermelhas de veludo deixavam o ambiente ainda mais bonito, nas paredes havia alguns quadros meio macabros de crianças chorando, um quadro em essencial me intrigou,era de uma bela moça de cabelos escuros segurando um cálice de vinho em uma das mãos. 
–Você gostou?-Perguntou Arthur atrás de min.
–Ela parece tão real. Parece que esta me encarando. -Disse fitando a moça do quadro.
–Porque não olha mais de perto?-Disse ele com um sorriso torto.
Eu me aproximei da pintura e fique cara a cara com a moça, eu já ia desistir quando vi a piscar um dos olhos para mim, me afastei com um grito de susto, bati as costas no peito de Arthur, ele estava quente, muito quente, me segurei pra não me virar e abraça-lo.
–O que foi aquilo?-Perguntei meio assustada.
–Esta casa tem vida… Tudo nela tem vida.
–Como assim tudo tem vida?
–As paredes tem vida. Os quadros. Até os moveis. -Explicou ele olhando em volta.
–Por quê?-Perguntei examinando um quadro onde uma criança chorava.
–Esta casa tem historias de mais para serem esquecidas… -Respondeu ele pensativo.
–Amaldiçoada?
–É quase isso. -Respondeu Arthur com um sorriso lindo.
De repente os latidos começaram novamente.
–Você tem cachorros?-Perguntei franzindo as sobrancelhas.
–É quase isso… -Disse ele com sarcasmo na voz.
–Podemos ir lá vê-los?-Perguntei curiosa.
–Eu não sei… -Respondeu pensativo.
–Por favor… -Implorei.
–Prometa que não vai gritar. Isso os irrita. -Arthur disse serio.
–Eu prometo. -Disse confiante.
Saímos de dentro da mansão e caminhamos até a parte de traz dela.
–Chegamos. -Disse ele apontando para uma portinha de madeira que dava no porão, ele abriu a portinha e nós déssemos a escada, o cheiro lá em baixo não era muito bom, tinha um odor forte de carne crua.
–Por que está tão escuro?
–Eles não gostam muito de luz.-Explicou Arthur.
No escuro á única coisa que eu via era os olhos de Arthur que brilhavam como dois faróis de carro. De repente os latidos recomeçaram, mas agora eram mais altos e ensurdecedores. Vasculhei a escuridão e de repente surgiram dois pares de olhos vermelhos e brilhantes a poucos metros de mim
–O que são eles?-Sussurrei.
–Meus bichinhos de estimação. -Disse Arthur com sarcasmo.
–Pode acender a luz?-Sussurrei.
–Medrosa. -Disse.
– Nem sou, Engraçadinho. -resmunguei.
–Não saia daqui. -Ele disse.
–Tudo bem. -Disse abraçando a mim mesma.
Assim que Arthur saiu um silencio se formou me deixando com mais medo, os olhos vermelhos e brilhantes continuavam a me fitar, eu tentava não encara-los, mas estava sendo impossível, as criaturas em fim tinham parado de latir, agora estavam só bufando, eu sentia o ar quente vir até mim a cada vez que respiravam fundo e depois soltavam o ar. Depois de um tempo as luzes se acenderam, eu olhava para o lado, havia alguns ossos jogados no chão, as paredes estavam com enormes e profundos arranhões, foi quando eu os senti bufar novamente e eu automaticamente virei o rosto, não eram cachorros, pelo menos não no nosso mundo, eram horríveis, no lugar de pelos eles tinham espinhos negros e brilhantes, no alto da cabeça duas pequenas orelhas, tinham o tamanho de um leão,talvez um pouco maior,os dentes se pareciam com os de um tubarão,pontudos e amarelados.

Cada uma das criaturas tinham quatro correntes de cobre em sua cólera também do mesmo material, as correntes estavam presas dentro da parede o que me deixou um pouco mais segura.
–Tudo bem?-Perguntou Arthur me vendo ali parada quase em estado de choque.
–O que são estas coisas?-Perguntei de olhos arregalados.
–São cães infernais. -Explicou ele com uma voz calma.
– Agora ta explicado. - falei com sarcasmo- Por que os trouxe para a terra?- Perguntei ainda os encarando.
–Tenho eles deis de que eram pequenos. Não podia deixa-los lá. -Disse Arthur os encarando.
Os cães pareciam ficar mais a vontade com Arthur,não pareciam mas nervosos,mas ainda sim me davam medo.
–Como se chamam?-Perguntei agora mais calma.
Arthur caminhou até eles e um levantou a cabeça e em seguida se levantou, pude ver seu tamanho, era enorme.
–Esta é Tanger. -Disse Arthur a acariciando.
–É uma fêmea?-Perguntei a encarando com um meio sorriso.
–É uma boa garota. -Respondeu ele passando um dedo no queixo de Tanger.
–E como se chama o outro?-Perguntei apontando para o grandalhão deitado com a cabeça apoiada nas duas patas cruzadas.
–Este é Victor. -Respondeu Arthur se aproximando da criatura.
–Ele não parece ser bonzinho… -Disse eu balançando a cabeça negativamente.
–Ele não é muito sociável… -Explicou Arthur com um sorriso.
Victor levantou a cabeça vagarosamente e encarou a mão de Arthur se aproximando,mas depois de um tempo o cão ficou tranquilo e deixou que Arthur o acariciasse.
–Você quer tentar?-Perguntou Arthur estendendo a mão para mim 
–E isso por acaso é seguro?-Me aproximando aos poucos.
–Deixa de ser medrosa e me de a sua mão. -Disse ele com um sorriso.
–Tudo bem. -Disse com um suspiro..
–Não tenha medo…-Sussurrou ele.
Eu coloquei minha mão em baixo da sua e ele a colocou delicadamente sobre a cabeça de Victor,que rosnou e ergueu a cabeça.
–Arthur.-Disse tentando puxar minha mão.
–Tudo bem,tudo bem…-Ele tranquilizou o cão.
Victor vendo que eu não o faria mal abaixou a cabeça e deixou que eu o acariciasse,Arthur soltou minha mão aos poucos me deixando por conta própria. Os espinhos do cão eram compridos e bem pontudos. Eu senti uma energia boa ao toca-lo, talvez fosse adrenalina sei lá.
–Não é tão mal assim concorda?-Perguntou Arthur acariciando Tanger.
–É… Bom. -Respondi com um sorriso.
–Quer conhecer o resto da casa?-Perguntou se levantando.
–Claro.
Ele segurou minha mão e me ajudou a levantar, saímos do porão e entramos na mansão novamente,passamos pela enorme cozinha e por um corredor onde só havia quadros de pessoas chorando ou gritando,subimos a enorme escada até chegar a outro corredor, só que invés de quadros haviam quartos,aquele corredor me lembrava filmes de terror.
–Tudo bem?-Arthur perguntou quando eu apertei seu braço.
–Hã… Tudo. -Respondi o soltando.
Passamos por diversas salas e por grandes quartos elegantes, cada um mais bonito do que o outro, andamos e andamos até chegarmos a uma biblioteca enorme.
–Então e aqui que você se esconde?
–Quando estou com tédio eu venho pra cá. -Disse ele acendendo a luz.
A biblioteca era linda, varias prateleiras com livros de diversos temas espalhadas por todos os cantos, no teto vários lustres de cristal, o chão havia lindos tapetes vermelhos, perto das prateleiras tinha algumas mesas com cadeiras, encostado a parede tinham algumas poltronas reclináveis da cor preta.
–O que você gosta de ler?-Perguntei passando o dedo indicador pelos títulos dos livros.
–Um pouco de tudo… -Respondeu Arthur passando os olhos pelos diversos livros.
– Muito Legal… -Respondi sorrindo.
–É o que você gosta de ler?
–Um pouco de tudo também… Romance, poesia, drama, suspense… -Respondi.
–Vem vamos conhecer o resto. -Disse ele me puxando pelo pulso.
A alguns passos dali Arthur me mostrou outra sala,esta não era tão grande mas não deixava de ser linda.
–Esta é a sala de música.-Disse ele me puxado para dentro.
O piso era branco e brilhante,as paredes tinham um papel de parede vermelho claro,tinham algumas pinturas nas paredes,mas desta vez eram pinturas felizes de pessoas dançando cantando e crianças tocando flauta. Havia um grande piano preto e brilhante no centro da sala, em cima dele tinha um pequeno e fino vaso transparente, dentro duas rosas murchas e mortas. 
–Você toca?-Perguntei com um sorriso enquanto apontava para o piano.
–Nas horas vagas. -Respondeu ele me encarando.
–Será que você pode tocar para mim? Amo o som do piano...- sorri
–Claro. -Disse ele com um sorriso.
Ele se sentou em um banquinho comprido com forro de veludo preto e fez gesto para que eu me sentasse ao seu lado.
Arthur me lançou um sorriso torto e eu retribui com outro, ele estralou os dedos e começou a tocar,era uma música clássica,parecia um sonho ouvir aquela melodia tão calma e suave em meus ouvidos,Arthur estava tão concentrado… Ele ficava ainda mais bonito quando estava concentrado em algo, aquela música estava me deixando hipnotizada de tão bela que era. De repente a sala foi criando vida, literalmente, as rosas mortas e muchas do vaso começaram a se erguer lentamente, depois foram se enchendo de vida recuperando sua cor vermelha ficando lindas outra vez, as figuras nos quadros começaram a se mover, elas dançavam e cantarolavam enquanto as crianças tocavam suas flautas.
–É tudo tão lindo… -Sussurrei.
Quando a música acabou as coisas começaram a voltar a ser como eram, as rosas foram murchando e morrendo aos poucos e os quadros pararam de se mexer. Arthur ficou um tempo ali parado encarando as teclas do piano.
–Foi lindo… -Disse tocando em sua mão.
Ele desviou o olhar para mim e ficou me fitando,seus olhos castanhos esverdeados estavam pensativos assim como os meus,eu desviei meu olhar para seus lábios que foram se aproximando aos poucos até se selarem aos meus delicadamente…

Créditos: Cecília

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