Capitulo 19 (CAP 1/2)
Já era noite e eu já havia avisado
minha mãe que eu dormiria na casa de uma ”amiga’‘, por incrível que pareça ela
acreditou e até ficou feliz por eu estar fazendo amizade. Eu tomei banho e me
arrumei, coloquei um vestido preto que ficava no joelho e um salto da mesma
cor, penteei meus cabelos e o deixei solto,arrumei minhas coisas bem rápido,e
sentei-me no sofá com a maior cara de felicidade.
–Por que tanta felicidade?-Perguntou
minha mãe de braços cruzados.
–É… A primeira vez que vou a uma
festa do pijama. -Menti puxando minha franja para traz.
–Sei… -Ela disse desconfiada.
Neste momento a campainha toca,eu
suspirei de alivio e corri até a porta.
–Esta pronta?-Perguntou Sophia com um
sorriso.
– Eu sempre estou pronta!
-Respondi ansiosa.
–Então vamos!-Disse ela me puxando.
–Tchau mãe!
–Tchau meu amor. Divirtam-se. -Disse
minha mãe fechando a porta de casa.
Sophia parou na causada, em seguida
olhou em volta e segurou com força minhas duas mãos.
–O que esta fazendo?-Perguntei
confusa largando minha bolsa no chão.
–Não achou que iríamos de carro não
é?-Disse ela sorrindo
–Você quer dizer que nós vamos…
–É isso ai!-Disse ela feliz.
Eu fechei os olhos e perguntei:
–Isso é seguro não é?
–Não sei. Nunca fiz isso com ninguém.
–Como assim?!
Tentei me soltar, mas foi tarde de
mais:
–Agora estou. Agora não estou
mais!!-Pronunciou ela de olhos fechados.
Uma fumaça roxa nos rodeou, senti um
frio na barriga e também fechei os olhos.
–Já pode abri-los. -Disse ela.
–Já?-Perguntei meio tremula.
–Já. Só durou 4 segundos.
–Que rápido. -Disse me sentindo uma
idiota por ter tanto medo.
–Não foi tão ruim foi?-Perguntou ela
com a mão na cintura enquanto olhava em volta.
Estávamos no meio de um bosque
escuro, eu ouvia muitos sons diferentes vindo de todos os cantos, eram corujas,
insetos e outras criaturas noturnas.
–Tem certeza que não erramos o
caminho?-Disse olhando em volta.
–Tenho. Estamos bem perto.
–Que coisa. -Resmunguei.
–Calma você logo estará nos braços do
seu namoradinho demônio.
–Ele não é meu namorado e também não
é um demônio! -Disse irritada.
–Se não é seu namorado porque estamos
aqui?-Perguntou ela parando de andar e me fitando com as duas mãos na cintura.
–Por que me preocupo com ele. -Disse
de cabeça baixa.
–Ele já te beijou não é?-Ela
perguntou batendo um dos pés.
–Como sabe?
–Está quase escrito na sua testa.
-Disse ela rindo.
–Você acha?-Perguntei meio
constrangida.
–Acho!-Disse ela começando a andar
novamente.
Nós andamos por uns cinco minutos, o
bosque me dava medo, era escuro e frio, por onde passava eu me sentia
observada, dava para se ver grandes pares de olhos brilhantes em meio as
arvores.
–Chegamos!-Disse Sophia apontando.
Eu olhei para onde ela apontava e
quase perdi o fôlego.
–Ele mora lá?-Perguntei espantada.
–Mora. -Disse ela sorrindo.
–Puxa… -Disse quase sem fôlego.
Não era uma casa, era uma mansão, uma
enorme mansão, devia ter uns 20 quartos.
–É enorme… -Disse com a boca aberta.
A mansão tinha um ar sombrio, era
toda preta e antiga, tinha um jardim enorme em volta com algumas arvores mortas
espalhadas.
–Vamos. -Disse a puxando pelo braço.
–Eu não posso passar daqui. -Ela
disse puxando seu braço de volta.
–Por quê?
–Se eu der mais um passo ele vai
pressentir minha chegada. -Respondeu encarando a mansão.
–Eu não quero ir sozinha. E se algo
acontecer? -Disse eu com medo.
Ela suspirou e respondeu:
–Leve isso com você. -Disse ela me
dando um apito prateado fino e bem pequeno.
–O que vou fazer com isso?-Disse
examinando o objeto.
–Se algo der errado é só assopra-lo,
e eu chegarei o mais rápido possível.
–Obrigado Sophia -Disse com um meio
sorriso.
Assim que eu disse isso Sophia deu um
sorriso e sumiu em meio a uma fumaça roxa.
Apertei o apito na mão sai de entre
as árvores e comecei a me aproximar lentamente da mansão, eu suspirava de
ansiedade e sentia uma cócega estranha na barriga. Cheguei à imensa porta de
madeira,ela tinha desenhos estranhos de rostos chorando,aproximei a mão da
campainha e fiquei apreensiva para toca-lá,mas eu também estava pensando em
desistir e ir embora.
Respirei fundo e toquei a campainha
de olhos fechados,Dim…Dom… Foi o barulho que ela fez, era alto e ecoou para
todos os lados, em seguida eu ouvi latidos altos e amedrontadores, pareciam ser
de cachorros, mas cachorros bem grandes. Eu olhava para baixo, já estava a
ponto de desistir quando ouvi a porta se abrir com um rangido estridente…
Créditos: Cecília
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