Capitulo 11 (Cap 1/2)
Arthur me agarrou pelo braço e me arrastou até a porta do carro,eu tentava me soltar o arranhando e tentando soca-lo, mas eu era frágil demais para machuca-lo minhas mãos batiam com força em seu peito,mas ele não sentia dor, seu peitoral era definido e muito rígido,então com um suspiro de frustração e raiva eu parei de bater contra seu peito,vendo que minhas tentativas de machuca-lo eram inúteis.
Suas mãos continuavam rígidas no mesmo lugar, quando ele viu que eu tinha desistido ele me encarou com aqueles olhos castanhos esverdeados irresistíveis.
–Já cansou?-Disse com sarcasmo.
– Do que adianta?! -Resmunguei enquanto ele me colocava dentro do carro com facilidade.
– Ja to cansando de você falando essas coisas pra mim, como se nao estiesse com medo! Muito cuidado com o que fala nervosinha, isso pode te custar caro. -Retrucou ele entrando no carro.
Eu não conseguia apagar aquela moça de minha mente, como Arthur podia ser tão cruel a ponto de matar uma pessoa apenas para provar algo à outra? Eu ficava ali parada olhando para paisagem e deixando surgir varias perguntas como ”e se aquela moça tivesse filhos e uma família que precisasse dela?”
Eram muitas perguntas como esta, que me deixavam a ponto de querer chorar um rio de lagrimas ali mesmo, mas eu não ia dar aquela satisfação ao Arthur.
–Estamos atrasados. -Resmungou ele olhando para o relógio digital do carro.
–Não estaríamos atrasados se uma pessoa não tivesse parado pra matar uma alguém no caminho. -Disse com voz raivosa
Quando ele entrou no estacionamento, agarrei minha bolsa, e soltei o cinto, já pronta para sair do carro. Arthur estacionou o carro e eu mais que depressa saltei para fora ,e bati a porta do carro com força.
–Desconte em mim, não no carro. -Disse ele com um lindo sorriso, como se nada tivesse acontecido no caminho, eu confesso que seu sorriso era contagiante, eu riria se não tivesse assustada e com muita raiva dele.
- Prefiro descontar no carro de que em você!
Coloquei minha mochila nas costas e corri para o portão que ainda estava aberto, passei a mão direita em meus olhos tirando a umidade que já ia se transformar em lagrimas se eu deixasse.
–Sorte a sua garota… Eu já ia fechando o portão. -Disse o guardinha que segurava a chave do cadeado.
Eu apenas dei um meio sorriso e agradeci em voz baixa. Quando cheguei na porta da sala dei um longo suspiro de alivio ao constatar que o professor de Biologia ainda não havia chegado.
–Tudo bem Lu?-Disse Mel, me pegando desprevenida.
–Es…Estou claro. Porque não estaria? -Disse puxando uma mecha de cabelo para traz da orelha.
–Sei lá… Você esta pálida, e parece assustada.
–Não. Não eu estou bem, só um pouco cansada.
–Tudo bem… Também não tenho dormido direito. -Disse ela com seu sorriso lindo,enquanto amarrava seus longos e ondulados cabelos castanhos em um rabo de cavalo.
Quando desviei o olhar para o corredor vi Arthur com sua mochila nas costas caminhando lentamente em minha direção,desviei o olhar rapidamente.
–Vamos entrar ou não?-Perguntei á Mel.
–Tudo bem.-Sorriu ela sem entender.
Ao entrarmos na classe percebemos alguns olhares indesejados das líderes de torcida e seus namorados idiotas.
De repente todos os olhares se voltaram para a porta, Arthur estava ali parado com um sorriso irresistível nos lábios,pude ver as garotas da classe se derreterem por ele.
–Oi Arthur…-Disse uma das lideres de torcida,quase esfregando os seios nele.
–Hã… Oi Pérola.
–Você sabe meu nome… -Disse ela enrolando uma mecha de cabelo loiro.
–Pois é… -Disse ele caminhando em direção a sua carteira.
Vendo que ele não estava dando a mínima pra ela, Pérola pulou na mesa dele e ficou tentando seduzi-lo com o olhar, mas ele continuava ignorando-a. Quando ele se sentou na cadeira,ela se inclinou pra cima dele deixando seus seios próximos a ele, pude ouvi-la sussurrar algo,e depois mordiscar os lábios.
Ele se inclinou para frente ficando com os lábios quase colados com o dela, Pérola estava quase fechando os olhos quando ele disse com sarcasmo:
–Pode me dar um pouco mais de espaço?
Ela indignada se levantou e ajeitando a saia ela resmungou algo e caminhou até seu grupinho de lideres. Arthur balançou a cabeça negativamente e deu um leve sorriso,ele puxou da bolsa sua agenda de nomes para anotar algo,senti um calafrio subir minha espinha, aquilo não era bom sinal.
–Oi Arthur… -Disse Maria, uma nova líder de torcida.
Arthur a encarou de cima a baixo por um estante, e resolveu ignora lá.
–O que você tanto escreve nesta agenda?-Perguntou ela com um sorriso.
–Coisas… -Disse ele ainda olhando para a agenda.
–Que tipo de coisas?-Perguntou ela alisando seu longo cabelo castanho liso.
Eu podia ver o desejo nos olhos azuis dela, ela o encarava de cima á baixo diversas vezes,quando ele a olhava ela aproveitava para empinar os seios,mas ele nem ligava para os seios que ela tanto exibia.
–Ái… Fica longe da minha namorada! -Grunhiu um cara se levantando da carteira e caminhando rápido na direção de Arthur.
–Fica longe de mim seu idiota, não estamos, mais namorando.-Disse ela o empurrando.
Arthur nem se moveu ainda escrevia algo na agenda.
–Por que não vem aqui pra mim poder te mostrar uma coisa!-Disse ele estralando os dedos.
–Não acho boa ideia… -Disse Arthur com sarcasmo.
–Por que. Tem medo de se quebrar a unha boneca?
Algumas pessoas riram na classe, inclusive aquele cara que o encarava com um olhar de quem queria briga.
– Guto fica longe dele!-Disse ela o empurrando de novo.
–O que? Você gosta daquele cara?
–Não interessa!
Arthur levantou da carteira e deu um sorriso de quem já sabia o que ia acontecer e que não seria coisa boa.
–Isso não vai dar certo… -Disse Mel balançando a cabeça negativamente.
–Temos que fazer algo!-Disse desesperada enquanto a classe delirava com a ideia de haver uma briga dentro da classe de aula.
–Fazer o que?-Perguntou Mel.
–Não sei. Chamar o diretor!
–Vamos lá!-Disse Mel se levantando e correndo ate a porta me arrastando junto.
Quando chegamos à porta um garoto bloqueou a porta e cruzou os braços.
–Onde pensam que vão?
–Chamar o diretor!-Disse Mel.
–Alguém vai se machucar feio!-Disse tentando passar.
–Mas e isso que queremos ver… -Disse o garoto com um sorriso.
–Vamos acabar logo com isso!-Disse Guto, estralando os dedos.
Arthur estava calmo e sorrindo,um sorriso maligno que me fez tremer,da ultima vez que vi aquele sorriso uma pessoa morreu,Mel agarrou meu braço e nós duas ficamos ali sem saber o que fazer,vendo os dois garotos se encarando como cães de briga.
–Vou te bater tão forte que vou deformar esse rostinho bonito!-Disse Guto.
–É mesmo?-Rio baixinho.
–Você rouba minha namorada e ainda ri. Você esta frito!
–A culpa não e minha se sua namorada é uma vádia! -Disse Arthur com um sorriso sarcástico.
Aquela foi à gota d’água, todos se calaram e ficaram só a espera de alguma atitude, Guto olhou ao redor e ficou meio sem jeito ao ver todos rindo.
–Você ta ferrado!-Disse Guto fechando as mãos em punhos.
Guto tentou socar Arthur no rosto, mas essa tentativa foi inútil, Arthur segurou seu punho e o torceu.
–Ainda pode desistir… -Disse Arthur o encarando.
Mas Guto ainda tentava resistir,quanto mas ele se mexia mas Arthur torcia seu pulso,Guto tentou chuta-lo mas Arthur desviou com facilidade.
–Porque não desiste logo. E para de pagar mico?
–Cala a boca seu… -Antes de Guto terminar a frase Arthur torceu mais ainda seu pulso, pude ouvir os estralos, Mel tampou os ouvidos e escondeu o rosto em meu ombro, já eu não conseguia desviar o olhar, eu sabia que se não fizesse algo Guto iria se machucar feio.
–Não acho boa ideia você me xingar neste momento.
Quanto mas Guto gritava, mais Arthur o machucava,eu não aguentava mas ver aquilo e não fazer nada,corri até Arthur e segurei seu ombro,ele desviou o olhar pra mim e eu disse:
–Não precisa fazer isso, não precisa machuca-lo. -Disse á Arthur.
Os olhos de Arthur estavam avermelhados e brilhantes, como se gostasse de ver a dor do garoto.
–Não faça isso, por favor… -Supliquei com uma voz calma.
O vermelho de seus olhos começou a sumir bem devagar,até ficarem novamente castanho esverdeados.
–Solte ele . Solte ele Arthur.-Disse calma ainda com a mão no ombro dele.
Arthur voltou o olhar para Guto ,e com um suspiro o soltou rapidamente,Guto caiu no chão de tanta dor. Alguns alunos filmavam o que acontecia com a câmera do celular,quando Arthur percebeu fez uma cara de ódio, e rapidamente todos os celulares que filmaram a cena caíram no chão se despedaçando completamente.
Todos ficaram parados ali sem entender, Mel tapou os ouvidos outra vez e fechou os olhos.
–Eu acho que quebrei o pulso dele… -Disse Arthur sério, mas com um pingo de sarcasmo nos olhos e na voz.
Eu senti vontade de ajudar o garoto, mas alguns alunos já estavam a sua volta, e eu ainda tinha que falar com Arthur.
Peguei Arthur pela mão e o puxei para fora da classe .
–Porque vez aquilo hã?! O que queria provar?
Ele não respondeu apenas encostou as costas nos armários e cruzou os braços.
–Poderia ter matado aquele garoto. Por que você gosta tanto de causar dor às pessoas?
Ele ergueu uma sobrancelha e inclinou a cabeça de lado, meu rosto começou a ficar vermelho e minha voz ficava cada vez, mas alta, e de repente comecei a misturar minhas emoções, como raiva, medo, tristeza, ódio, e insegurança.
–Eu te odeio você e um idiota fez da minha vida um inferno! -Gritei
–Cuidado com a boca Blanco… -Disse ele com um meio sorriso,mas com tom de aviso.
–Você é um monstro sem coração, não sente amor, nem pena,só ódio.
–E melhor você calar a boca!-Disse ele com os olhos já mudando de cor novamente.
–Calar a boca? Eu não vou calar a boca! Você vai….-Fui interrompida quando Arthur avançou sobre mim e me calou com um beijo!
Senti seus lábios quentes tocarem os meus delicadamente enquanto suas mãos seguravam meu rosto, sempre imaginei meu primeiro beijo daquele jeito,sua língua tinha um leve gosto de sangue,nada repulsivo,na verdade até que era bom,tão diferente,tão estranho…Tão errado que parecia certo. Seus lábios pareciam me intoxicar lentamente, eu sentia sua língua se encaixar perfeitamente na minha, aquele foi meu primeiro beijo de verdade, durou um minuto, mas pra mim pareceu à eternidade.
Arthur segurou meus ombros e me afastou de seu corpo,ambos sem ar, nos encaramos por um tempo,mas eu desviei o olhar.
Minhas mãos estavam tremulas e meu rosto não estava, mas vermelho, na verdade parecia que todos meus problemas e sentimentos ruins haviam ido embora no instante em que senti os lábios de Arthur nos meus. Levei minhas mãos até meus lábios, pois eu ainda sentia o gosto em minha língua, era tão… Diferente.
–Bem melhor assim de boca fechada. -Disse ele me encarando com um sorriso perfeito, que me fez ficar com o coração a mil.
- Muito engraçado- fingi uma risada
–Calma foi só um beijo, você não vai morrer. -Disse ele como se não fosse nada.
Fiquei ali calada ainda com as mãos nos lábios. Arthur ficou serio por um instante e depois perguntou sem o sorriso ou o sarcasmo:
–Você nunca foi beijada?
Não respondi apenas o encarei, e ele logo sacou qual era a resposta, por um segundo eu quase pude ver culpa e pena em seus olhos mas ele desviou o olhar e me levou de volta para classe.
–Tudo bem Lu?-Perguntou Mel me vendo
Não tive coragem de responder aquela pergunta, pois não sabia muito bem o que estava sentindo.
Arthur ao chegar na classe me deixou na porta e foi em direção a carteira,Guto abriu caminho para que ele passasse ,e depois saiu correndo da classe,certamente para ir a enfermaria,neste exato momento o professor chegou na classe como se fosse mágica, ele estava cheio de livros nas mãos e com um sorriso explicou o atraso:
–Desculpa pessoal, mas estava um trânsito e eu….Por que estas caras de enterro alguém morreu?-Brincou ele.
–Ainda não… -Resmungou uma líder de torcida olhando para Arthur que continuava sério enquanto a classe ria como se nada tivesse acontecido.
–Meu celular morreu… -Resmungou outra garota virando e revirando o celular.
Créditos: Cecília
Ta muito boa a web!!!
ResponderExcluirRaquel
amei esse capitulo
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