17 de abr. de 2013

Here Come The Storm


Capítulo 8


- Vá se foder, Melanie! - a voz da educação se sentou ao meu lado e me empurrou (in)delicadamente. Caí do banco e Chay me ajudou a me levantar. Cavalheiro.
Arthur sse levantou revoltado (como sempre) e saiu, esmagando a latinha de coca que tinha nas mãos.
- O que o atormenta agora?
- Aquilo... -
 Chay apontou para Lua na porta do colégio, olhando duramente Arthur. Ela balançou a cabeça em negação e saiu andando para dentro do colégio -... Atormenta-o.
- Eles brigaram?
- Não, mas olhe: essa jogadinha dela não foi nada boa.
- Que jogadinha?
- Ah, vá ver se eu estou lá na esquina - já comentei que acho o
 Arthur de mau humor um fofo? Comentei agora.
- O que foi agora?
-
 Chay, ela acha que eu andei fumando de novo.
- Mas isso você faz todos os dias.
- Eu parei! - ele bateu na mesa revoltado e eu tomei um susto tão grande que caí do banco de novo, levando uns livros junto - Você viu o jeito com que ela me olhou? Viu,
 Chay? Você viu? Saco! - em um movimento rápido, Arthur me fez sentar de pernas juntas e deitou a cabeça nelas. Olhei estranho para Chay que me olhou da mesma forma.
- Dá para mexer no meu cabelo ou eu vou ter que ensinar o caminho da sua mão até ele? - ai, meu amigo é tão fofo. Acho que vou chorar de tanta alegria. Cara, se toque.
- Vamos perder a primeira aula - eu disse ainda sem me mexer, ouvindo o sinal e todo mundo sair correndo para os corredores.
- Que se dane - ele virou a cara e cruzou os braços, olhando o portão ser fechado - Não estou nem aí. Pouco ligo.
- Você não, mas eu sim – levantei-me bruscamente, fazendo-o bater com a cabeça no banco de concreto - Licença - segui
 Chay.

- Você não me engana!
- Mas foi só uma vez. Foi um vacilo, meu Deus!
- Trato é trato. Acho que o que nós tínhamos para conversar já conversamos.
- Mas não vai ficar brava por isso, vai?
- Vou. A gente combinou. Você foi fraco e isso não é legal para quem prometeu cumprir os objetivos cerradamente.
- Vai lá para casa?
- Óbvio que não.
- Quanto tempo você vai ficar assim?
- Até quando eu decidir.

- Que cara? Quem morreu?
- Eu.
- Conversaram?
- Ô.
- Já vi que não foi bom.
- Cara -
 Arthur chutou uma lata de coca no meio da rua - Agora ela vai ficar um tempo indeterminado sem falar comigo.
- Qual era o acordo?
- Se eu não parasse de fumar até essa semana, ela poderia ficar quanto tempo quisesse sem falar comigo.
- E quem impôs isso?
- Eu. Puts, como sou burro -
 Chay riu alto, concordando.
- Relaxe, cara. Ela já, já vai falar com você.
- Espero. Se ela não voltar a falar comigo em uma semana, drogas, aí vou eu.
- Nem brinque com isso, cara -
 Chay o olhou sério e o balançou, me fazendo rir - Se você pensar em fazer isso, só vai piorar para você. Aí sim que ela não vai falar nunca mais.

Capítulo 9

Alguns dias ou semanas haviam se passado desde "o olhar" dela. Eu jogo na de que se passaram semanas. Também não me liguei tanto na vida do
 Arthur porque estávamos em períodos de provas. Pelos boatos que ouvi no corredor, ela tinha sido vista com marcas roxas no corpo. Dei um tempo em falar com ela porque sabia que se continuasse falando, Arthur ia me matar. Só trocamos duas mensagens desde então. 
Chay estava mais fofo comigo e eu mais fofa com ele. Acho que estamos chegando a uma fase legal. Foi ótimo nos desligarmos de
 Arthur, apesar de que ele faltou a umas provas porque disse que não conseguiu estudar (já que não tem a Lua de babá). Então preferiu estudar para a de segunda chamada. Chay era nerd, então cagava e andava para estudos. Acho que ele conseguiu o que todo mundo queria: abrir a cabeça e jogar o livro lá dentro. Há idas e vindas de que ele estuda nas férias para não ter que estudar durante o ano. Acho que isso é boato. Eu já teria descoberto se fosse verdade. 
Andei freqüentando mais a casa de
 Chay. A família dele é fofa e me acolheu tão bem que me sentia melhor lá do que em casa. Minha mãe passou a querer o Chay lá em casa mais vezes, uma vez que é meio ciumenta. Eu apenas passava o dia estudando e Chay me ajudava quando tinha saco. As provas eram feitas de tarde, então almoçávamos sempre fora ou no colégio. Aquele era mais um dia em que almoçávamos fora, já que o colégio estava impossível, com rumores de que Arthur e Lua tinham terminado porque ele havia batido nela. Daí o boato das marcas roxas... E tudo havia vindo de uma briga, como sempre, por ciúmes. Até o jornal fajuto do colégio publicou isso. A Lua andava sumida e achei que ela estava evitando a gente. O que era verdade. Quanto mais perto de nós, pior para ela.
- Dá para escolher? Estamos esperando já tem quase cinco minutos! -
 Chay bufou, voltando a se encostar na cadeira ao meu lado. Arthur estava com cara de paisagem e olhava meio abobado para o cardápio.
- Você viu? Ela me olhou, me olhou! – ok, o fato era:
 Lua tinha resolvido dar o ar da graça na nossa frente há quase três dias atrás e simplesmente OLHOU Arthur. OLHOU. Lógico que para todos era o olhar mais NORMAL do mundo. Porém para Arthur, não. Aquilo significava MUITA coisa.
- É, dude. Nós vimos. Que merda, escolha logo. O garçom está quase criando raízes - ri de
 Chay e coloquei a mão na boca depois de olhar o garçom.
- Carne com batata imperial - ouvimos finalmente e
 Chay quase bateu palmas.Arthur demorava muito para escolher a comida chinesa. PS: ele sempre comida A MESMA COISA.
O garçom anotou e logo saiu do nosso lado. Desviei a cara do rosto de
 Chay assim que ouvi o pedido. Tomei um susto, mas sorri. 
- Oi -
 Lua. Simplesmente ninguém mais, ninguém menos que Lua se sentou ao lado de Arthur e beijou o ombro dele - Por que você sempre demora anos para escolher o que vai comer, se só come uma única coisa do cardápio inteiro? - ela fez a pergunta que eu e Chay nos fazíamos todas as vezes que íamos ao chinês com Arthur. Mas no momento isso não importava.
- Amor! -
 Arthur a abraçou, o que acho que foi bastante forte pelo quase olho pulando que eu pude ver vindo do rosto dela. Ela riu, jogou a mochila no pé e esticou uma mão na frente de Chay. Ele se esticou, colocando o rosto na frente da mão dela. Ela apertou o nariz dele, que riu e me olhou.
- Olhe quem resolveu dar as caras - ela riu e concordou.
- Você me perdoou? -
 Arthur mexeu no guardanapo. Era lógico que ele não precisava perguntar aquilo, depois do olhar dela há três dias, mas acho que ele estava um tanto quanto inseguro.
- Todo mundo merece uma terceira chance, não é mesmo?
- Mas essa já é a quarta - ele olhou para o prato vazio. Acho que sentiu vergonha dela. Ela pousou uma mão na nuca dele e aproximou o rosto. Juro que vi
 Arthur se segurar e os pelos do braço dele se arrepiarem, mas eu não enxergo lá muito bem, então essa eu passo.
- Não me importo - ela se inclinou mais e beijou uma bochecha dele. Eu soube por
 Chay, depois que voltamos (de mãos dadas, diga-se de passagem) para casa, que ele disse que sabia que não era para chegar e arrancar um beijo dela. Ele sabia que por enquanto existiam limites nos movimentos dele e que ele não ia ultrapassar nenhum.

- Ande, me dê a mão -
 Lua bateu a mão na de Arthur e o abraçou pela cintura - Vamos fazer o que hoje?
- Eu vou ao shopping com a minha mãe - ele fez cara feia.
- E depois vai estudar.
- Nem sei que prova tem amanhã. Essas provas de merda, eu hein...
-
 Arthur, é do shopping para casa e estudar, ouviu bem?
- Eu já entendi. Saia do meu pé.
- Eu sou pior do que chulé?
- Nem de longe - ele beijou a cabeça dela e a empurrou para a sala. Não demorou e ele pegou na minha nuca. Olhei-o séria, a fim de querer passar pelo olhar que queria que ele me soltasse. Ele deu um arroto alto - Ande.
- Andar com o quê?
- Eu quero sentar aí, oras! Está difícil?
- Dude -
 Chay tentou começar a falar alguma coisa, mas ele logo interrompeu.
- Isso não é entre você e eu -
 Chay calou a boca. Eu me levantei e o professor entrou, mandando-o sentar. Ele xingou o professor baixo e se sentou mal humorado. É, o Arthur da Lua estava de volta.

Capítulo 10

Arthur (fofinho só com a
 Lua) estava voltando aos poucos. Eis o que ele fazia: estudava de vez em quando, não fumava mais, obedecia (só a Lua), xingava todo mundo, fazia o que queria e de vez em quando dizia que ia dar umas voltas de skate. Ele tinha voltado com a mania de andar de skate e isso, por um lado, era ótimo, pois tomava o tempo dele. Por outro era péssimo. Ele sempre tinha que levar alguém junto e esse alguém era eu.
- Eu não quero nem imaginar quando eles terminarem.
- Eles não podem! Você acha que há possibilidades?
- E como. Sabe, eu sei que eles se gostam muito, mas não dá para eles ficarem juntos. É muito complexo para os dois.
- É como na física. Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Eles não conseguem ficar juntos.
- Ele tinha melhorado tanto.
- Não fique assim, tia
 Kátia. Logo, logo, ele toma jeito.

- Você por acaso está me ouvindo?
- Estou. Não sou surdo -
 Arthur respondeu sem saco, mirando a TV. Via um desenho com a irmã.
- Você não pode depender dela para sempre,
 Arthur. Ela tem vida.
- Ela é minha namorada.
- Mas não é sua babá!
- Ela faz porque quer.
- Ela faz porque sabe que é o melhor para você! Você não consegue compreender que ela não nasceu para ser sua escrava?
- Mãe, já me entendi com ela. Se ela não quer sair comigo hoje e quer sair com outra pessoa, o problema é dela. Faço o que bem entender depois.
- Você quer apostar quanto que em cinco minutos ela vai estar aqui na porta? Quanto?
- Mãe, não pire.
-
 Arthur, você manipula essa menina. Você a chantageia e isso é horrível. Eu não sei como ela consegue gostar de você tanto assim para namorá-lo. Eu juro que não sei.
- Sou metade você.
- Essa metade aí minha que não é!
- Você quer parar? Eu NÃO estou possesso porque ela não quis sair comigo e NÃO estou puto.
- Lógico que você está.
 Arthur, se olhe no espelho!
- Ok. Estou puto da vida porque ela preferiu sair com as amigas para ver um filme e não ficar comigo. Estou puto porque ela me trocou e mais puto ainda porque ela deve estar se divertindo.
- Ela não pode sair para se divertir sem você estar por perto?
- Claro que não! Eu sou o namorado dela. EU tenho que fazê-la feliz e protegê-la.
-
 Arthur, cale a boca. Vá atender a porta e não encha o saco, está bem? - Kátia se levantou do sofá.
- Se for a pizza, o dinheiro está na cozinha - a irmã dele sorriu fofa.
- Não é a pizza -
 Kátia acariciou o cabelo dela e subiu as escadas.
- O que você quer? -
 Arthur olhou morto para a porta. Em alguns segundos, sorriu esticando o braço - Ah porra, eu amo você.
- Está achando que eu sou o
 Chay? - Lua riu da porta e ele a puxou, encostando-a à parede.
- Que
 Chay, que nada - ele riu e colou a pélvis na dela num movimento rápido - Nunca a confundiria.
- O que você fez hoje?
- Fiquei puto com você. E você?
- Vim visitá-lo.
- Rola uma rapidinha?
- Nunca tivemos nem o começo de uma e vai me pedindo na cara de pau uma rapidinha esperta? - ele riu e a beijou. MUITO.

Estávamos todos lindos e felizes na biblioteca fazendo nada. Mentira. Eu estava estudando e terminando meu dever de casa de filosofia.
 Chay escutava música no iPod, de olhos fechados, e mexia os pés no ritmo da música (mania filha da mãe que ele pegou da Lua que pegou do Arthur). Arthur não conseguia se conter e, toda vez que a mulher da biblioteca aparecia, ele largava Lua de mais um dos beijos quentes dele, dos quais eu ouvi um gemido baixo uma vez, e fingia que estava escrevendo. Ele batia a caneta impacientemente na mesa, enquanto a beijava e aquilo estava começando a me incomodar. - Podemos conversar? - uma menina brotou do chão ao meu lado e olhou para Lua que estava sentada em cima da mesa, de frente para Arthur. Chay fez uma cara ruim atrás da menina para Lua.
- Pode falar.
- Eu faço parte da equipe de edição do jornal aqui da escola - aquele fajuto do qual só fala das fofocas que eu já comentei - O Gossip High.
- Hm... -
 Lua deu um meio sorriso e tentei decifrar o que se passava na cabeça dela.
- Bem, nós recebemos muitos e-mails e a maioria é anônimo. Acontece que há algum tempo temos recebidos esses e-mails e eles são direcionados a você.
- Tem certeza?
- Absoluta. Eles pediam para marcarmos um tipo de reunião com você para responder a algumas perguntas que as próprias pessoas fazem. Gostaríamos de saber se você pode participar.
- Por que não? - ela nos olhou em dúvida.
 Arthur apertou a mão na coxa dela e olhou a menina.
- Você pode vir,
 Arthur. Aliás, acho que existem perguntas para todos vocês.
-
 Para a gente? - Chay me olhou confuso e eu igualei o olhar.
- Os diretores liberaram o auditório para a gente e gostaríamos que, se puder, você compareça lá em cinco minutos.
- Com certeza -
 Lua sorriu. A menina saiu com um sorriso gigante. Acho que ela achava que Lua era um tipo de demônio. Só pode. Cheguei a perceber as pernas dela tremendo ao meu lado o tempo todo.

Eu linda,
 Chay lindo, Arthur educação na veia e Lua sem noção chegamos ao tal auditório que eu nunca tinha percebido como era grande. Olhamos para o palco e havia uma mesa retangular, quatro cadeiras e copos com água. Senti-me em uma coletiva de imprensa. Passei por uma menina que tinha uma filmadora profissional montada à sua frente. A do lado dela, tinha uma câmera digital das potentes nas mãos e já começava a tirar fotos nossas. A menina que nos abordou na biblioteca logo apareceu, fazendo um gesto para subirmos no palco. Assim que nos sentamos em ordem, Chay, eu, Lua e Arthur, as luzes abaixaram e uma um pouco mais forte nos iluminou. Jesus (luz), como aquilo estava cheio. O colégio inteiro parecia estar ali. Achei a diretora no meio de muitos e ri, cutucando Lua. Arthur me olhou feio e voltei a olhar para frente. O que é? Eu ainda tenho medo dele, ok? Na verdade, eu MORRO de medo, mas arrisco.
- Vocês vão começar ou vamos ficar aqui para vocês ressuscitarem Picasso e mandar ele nos pintar? - a boa educação em pessoa se mexeu indiferente na cadeira e mexeu no copo - Acho que com essa tecnologia de hoje em dia não precisaremos esperar que nem a Mona Lisa. Ele tira uma foto, amplia e pronto -
 Lua cutucou Arthur que beijou uma bochecha dela. Ela riu, olhando para baixo e ele passou um braço pelo ombro dela. Chay me olhou impaciente. escrevendo alguma coisa nas notas do iPod - Dá para ser ou está difícil? - Arthur voltou a olhar para as pessoas sentadas. Nenhuma delas nem se moveu.
- Ok eu tenho mais o que fazer. Fui chamada aqui para responder a perguntas e, se não fizerem uma se quer em quinze segundos, eu saio -
 Lua, a voz da educação dois (mentira, ela só é meio estressada - sempre -, mas é fofinha) mirou a menina que havia nos abordado.
- Tudo bem para vocês se gravarmos? – olhamo-nos e demos de ombros - Fotos? - demos de ombros de novo - Não vamos revelar os nomes. A primeira pergunta é - a menina olhou para mim com uma cara má e virou-se para a menina ao meu lado - Por que você estava com marcas roxas há alguns meses pelo corpo?
- Acho que isso só interessa a mim.
- Foi alguma briga mais feia com
 Arthur que resultou nas marcas?
-
 Arthur nunca levantou um dedo para mim. Sou desastrada e bato em móveis toda hora. Próxima.
- É verdade que ele a traiu?
- É? -
 Lua olhou para ele, rindo.
- Não traio a
 Lua nem no dia de São Nunca - respondeu seco e continuou mexendo no copo.
- E quanto à Allex do primeiro ano?
- Não sei quem é.
- O
 Chay sabe – viramo-nos para ele e o fuzilei.
- É aquela que deu em cima de nós dois na festa de formatura do ano passado - ele disse mais para mim do que para
 Arthur - Eu e ela conversamos, mas não tivemos nada.
- A qual
 Arthur já teve um caso antigo. Outra das muitas perguntas é - a menina olhou Arthur, séria - Por que você traiu todas, menos a Lua? Algum motivo em especial? - aposto que elas devem ter pensado que Arthur estava pensando coisas do tipo: "claro, ela é boa de cama" ou "ela é a única que me satisfaz" ou mesmo "ela faz o que as outras não fizeram". Já ouvi por aí que ele é ninfomaníaco, mas discordo totalmente.
- Óbvio.
- E é segredo? - ele concordou com a cabeça. Todos olharam atentos para ele, esperando-o continuar. Até eu me movi na cadeira para vê-lo melhor.
 Chay riu e me cutucou, me fazendo voltar a me sentar normalmente. Arthur abaixou o olhar e mexeu nas mãos, em cima da mesa. Ele parecia nervoso, como se fosse relevar o maior segredo da vida dele e, acredite, muita gente (INCLUSIVE Chay e eu), se mataria para saber. Esperamos cerca de três minutos. O auditório todo estava em silêncio. Ninguém piscava e nem se movia. Era possível ouvir uma pena cair no chão. Ele suspirou e sem ao menos se mexer, continuando na mesma posição de antes, soltou o maior segredo que ele tinha escondido.
-
 Lua é a minha vida.
- Como assim a sua vida? - a menina (burra por sinal) se manifestou depois de algum tempo de choque, assim como todo mundo.
- Ela é tudo o que eu tenho - ele bufou - Outra pergunta.
- Se ela é tudo isso para você, por que briga tanto com ela?
- Isso só cabe a nós dois saber.
-
 Melanie, você já flagrou alguma cena... Diferente?
- Não - aonde essas meninas queriam chegar?
-
 Chay, o que são os papéis que você dava a Arthur depois que ele fumava? Algum tipo de droga? - Chay arregalou os olhos e riu.
- Vocês olham tudo com maus olhos. São pastilhas de hortelã. Servem para disfarçar o cheiro e o gosto do cigarro.
- Por que você as dava para
 Arthur? Não é mais fácil ele levar?
- Se ele se lembra de uma coisa, se esquece da outra.
-
 Arthur, por que proíbe a Lua de falar com as pessoas? - essas meninas estavam com cartazes do tamanho da London Eye escritos: "quero morrer" e " matem-me agora".
- A
 Lua é a pequena sereia em pessoa – ok, quem entendeu levanta o braço (cri-cri) - Eu ainda vou prender a voz dela em uma concha para ninguém mais poder ouvir - Arthur não estava no seu juízo total. Medo.
- E por que tudo isso?
- Eu tenho ciúme da voz dela - alguém me soque.
 Arthur estava contando tudo o que todos sempre quiseram saber normalmente, vomo se ele estivesse dizendo: "vá se ferrar", sabe? Tão simples.
-
 Lua, quando começou a falar com Chay e Melanie?
- Depois que
 Arthur nos apresentou.
- Por que ficou sumida do colégio por um tempo?
- Eu tive que fazer uns exames porque andei com a saúde prejudicada. Então fiz as provas no hospital com uma pessoa me vigiando.
- Há quanto tempo você e
 Arthur namoram? – olhe, eu queria saber disso também. Sério.
- Quase dois anos -
 Arthur batucou na mesa e olhou para o lado do palco, onde uma menina tirava fotos. Ele riu e virou para Chay - Coisa escrota.
- Vocês vão fazer faculdade de quê?
- Medicina -
 Lua sorriu.
- Música -
 Arthur e Chay falaram juntos e nós rimos.
- Acho que vou fazer história - sorri meio sem graça. Era meio bad fazer história, mas sempre foi minha matéria preferida. As perguntas se tornavam mais polêmicas ao passar do tempo e quando soltaram a "e quando vocês terminarem?" para
 Arthur e Lua, ele se levantou na hora, puto da vida. Pegou na mão dela e saiu do palco após gritar um "VAMOS NOS CASAR".

Capítulo 11

Há alguns meses,
 Arthur começou a fazer um tratamento. Ele e Chay resolveram que iriam montar uma banda. De dois, porque Arthur mais pessoas (que não seja o Chay) igual a NADA. Ele é meio anti-social. Brincadeira, depois que ele começou a se tratar e a ir a um psicólogo (a muitos pedidos de todos, o que o deixou espantado), ele começou a ficar mais sociável e a fazer amigos no lugar onde andava de skate. Tornei-me amiga de um dos meninos e Chay acabou por arranjar um lindinho que dizia ser baterista. O baterista era o Pedro. Um fofo. Só tinha uma mania meio chata de ficar de Robert das espertas nas fotos ou mesmo momentos dos outros. Micael foi um dos que o Arthur conheceu num desses xingamentos cabeludos da vida que ele solta por aí. Um amor de pessoa, apesar de beber demais.

Arthur, como pessoa um por cento mais legal e confiável, apresentou
 Lua aos meninos. Ok, só apresentou três meses depois que todos já eram amigos. Até então, só se ouvia falar nela e eu já estava começando a achar que os dois novatos do grupo deviam estar achando que ela era de mentira, fruto da imaginação dele.
Os meninos começaram a se juntar uns tempos depois. Na verdade, o primeiro ensaio deles como banda (de garagem, mas uma banda já formada), foi no aniversário de namoro da
 Lua e do Arthur. Aí que eu penso: ela continua com ele, depois de descobrirmos que ele chegou a bater nela, e bater forte, por ciúme, e definitivamente ele não havia parado com isso.
Em um meio tempo, eles terminaram.
 Chay achou que Arthur ia voltar a ficar revoltado, mas não foi tão assim. Acho que foi porque ele sempre soube que ela voltaria. Soltaram uma fofoca de que ela fugiu para Belfast porque estava grávida e tinha ido abortar lá. Mentira, lógico. Lua sempre foi conservadora e sequer deixou com que Arthur passasse dos amassos dele. Um mês depois, ela voltou. Acho que os dois são dois otários que não sabem o que querem, mas... Começamos a viajar para lugares perto de casa ou para outros estados, a fim de conhecer melhor a Inglaterra. Nessas, sempre saíam brigas entre o casal problema. Arthur nunca avisava para onde ia. A regra dele era: Lua na coleira e ele livre. Ela começou a parar de dizer para onde ia também, o que o deixou furioso. Eu já comentei que ela gosta de se meter no perigo, não já? Então pronto. Eles estavam juntos pela oitava ou décima vez, quando terminaram de novo, em menos de cinco meses.
As marcas roxas nela sumiram com o tempo e, pelo que diziam em todos os colégios de Londres, eles tinham terminado porque ele a espancou depois de saber que ela abortou. Outra mentira das feias.
Os meninos começaram a escrever algumas músicas. Por insistência de
 Chay, começaram a tocar alguns covers. Escolheram pelos Beatles e passavam a tarde toda aprimorando o que já sabiam de cor e salteado a tocar. Eles escolhiam músicas que tivessem a ver com o clima do dia. Um dia, Chay deu a idéia de tocar She Loves You e Arthur quase o matou com o guitarra. O fofo estava melhorando, mas não estava cem por cento.
Pedro nos apresentou aos irmãos dele um dia e, se posso contar de uma vez, o irmão mais velho dele caiu babando em cima da
 Lua. Arthur tomou então antipatia por ele e... Aí já não é mais comigo. Ele não me contou o motivo do olho do menino estar roxo uma semana depois. Talvez ele tenha escorregado e batido na cama. Sei lá, né...?!

Não que os dois estivessem mais juntos, mas juntos ou não. Não fazia diferença. Nenhum dos dois podia tocar outra pessoa, olhar outra pessoa ou mesmo falar com outra pessoa (isso valia mais paraLua, lógico). Um dia,
 Lua se revoltou e foi quando a vida do Arthur quase acabou. Leia bem: QUASE. - Estou namorando – todos nos viramos na hora para ela. Até então, estávamos ignorando uns aos outros porque jogávamos pôquer. Ok, geral, menos eu que sou uma negação nisso. Micael a ignorou. Chay fez um barulho com a boca, arregalando os olhos. Eu quase enfartei. Pedro continuou concentrado. Arthur bateu forte na mesa.
- Quem é o infeliz que vai morrer hoje?
-
 Arthur, ninguém é infeliz e ninguém vai morrer. Muito menos hoje - acredito que Lua estava desencorajando aos poucos. Pelo olhar dela, estava com medo de Arthur fazer alguma coisa.
- Claro que vai!
-
 Arthur, ninguém vai bater em ninguém, escutou bem? - ele bufou e se levantou irritado - Escutou bem?
- Quem é ele?
- Não vai conhecê-lo.
- E por que não?
- Não quero você metido no meu namoro. A gente não tem mais nada - é numa hora dessas que eu digo: em briga de marido e mulher se mete, mas nem a colher...
- É o meu irmão -
 Pedro jogou as cartas de cabeça para baixo na mesa - Você vai bater no meu irmão? Porque sabe que, se for fazer isso, vai ter que vir em mim primeiro.
- SEU IRMÃO? -
 Arthur então fez o que todos sabíamos que ele fazia, mas nunca tínhamos presenciado: bateu nela, no rosto e forte. Deu um estalo tão grande que ecoou na sala e doeu em mim - Você não vai ficar com ele.
- Eu já ESTOU com ele - adoro repetir que ela não tem medo do perigo. Também pede, né?! Sabe que vai levar e continua - E se você levantar a mão para ele, você vai se ver é comigo.
- Cachorro que late não morde - são em horas como essa que eu filosofo: vamos todos segurar os braços deles e afastar os dois. Mas não. Ninguém se moveu, observando a cena, estáticos. Eu até iria segurar a
 Lua, mas era capaz de levar uma do Arthur, Chay entrar na briga, Pedro defender e Lua e Micael ficarem no meio. Todos iam brigar e... Tchau banda.
Lua se virou para
 Arthur, respirou fundo e o olhou séria.
- Eu não o amo mais.

Capítulo 12

Caô, né? Até parece que amor acaba assim de um dia para outro.
O jornal fajuto do colégio estampava a primeira página com fotos estilo paparazzi de
 Lua e o irmão do Pedro. Dizia bem grande em negrito: "Traição?". O enredo era:

Será que Lua se cansou de Arthur e resolveu se divertir com OUTROS MENINOS? Ao que tudo aponta, ela estaria saindo com o bonitão da foto há algumas semanas. Como Arthur deixou? Será que ele sabe? Como reagiu?

Ok, é esse tipo de coisa TOTALMENTE estúpida que mais odeio nas escolas. Por que as pessoas precisam fazer isso? Não que
 Lua ligasse, já que o namoro com o irmão do Pedro ia nas melhores, mas eArthur? Eu me preocupo com ele. De verdade.
Desde o episódio na casa do
 Micael, ninguém mais tocou no assunto. Chay continuava andando com Arthur, mas não trocavam muitas palavras. Eu evitava Arthur e saía com Chay quando não estávamos na escola. Micael continuou andando de skate nos mesmos horários de sempre. Pedro continuou indo aos ensaios e tudo mais. Só não trocava muitas idéias com Arthur.
Arthur conseguiu ficar pior do que antes. Andava de mau humor, fazia o que queria, saía com uma turma mais "da pesada", como dizia
 Micael, nos tratava meio mal e... Bem, era o Arthur, só que cinco vezes pior.
A mãe dele quase enlouqueceu quando soube. Chorou por três dias. Ela não ligava para se eles estavam namorando ou não. O negócio era outro. Era
 Lua.
Enquanto ela continuasse com o irmão mais velho de
 Pedro, nada mais teria sentido. Acho que nem mesmo para mim, já que Arthur sem Lua é igual a todo mundo sem Lua. Isso sempre foi muito injusto.

Um dia, encontrei
 Lua andando com o Cassiano mais velho (era como chamávamos o irmão dele, que aliás era um amor de pessoa e tratava Lua como uma rainha) de mãos dadas. Era meio raro vê-la. Tanta coisa aconteceu desde o jogo de pôquer, que paramos de nos falar. Eram apenas acenos de cabeça e algumas mensagens do tipo: "vou tomar sorvete. Quer ir?", que nem sempre recebiam respostas.

Algumas semanas depois, estávamos sentados na garagem de
 Micael. Os meninos estavam meio desanimados. A única coisa boa em tudo isso era que Arthur virou uma máquina. Escrevia trilhões e trilhões de músicas sem parar e queria tocá-las vinte e quatro horas por dia. Chegava a ser chato o nível de energia dele quando se falava em tocar.
- Podíamos sair para comer alguma coisa -
 Chay coçou a barriga e ri da mania chata dele. Ele me olhou fofo, entendendo, e fiquei um pimentão. Eu e Chay estávamos namorando há alguns meses e eu ainda ficava vermelha quando ele me olhava.
- Tem um McDonald’s por aqui -
 Micael guardou a bateria.
- Por mim... - dei de ombros.
 Arthur me imitou e olhamos para Pedro.
- Ela está solteira - ele olhou diretamente para
 Arthur. Ele logo abriu um sorriso no canto nos lábios e eu sorri instantaneamente. Ai meu Deus, se ele não tivesse o gênio que tem, juro que eu investiria nele. É tão fofo.

Lua simplesmente chegou um dia no meio do ensaio e ficou parada na porta. Todos nós olhamos para ela como se tivéssemos visto um alien. Não que ela fosse muito diferente, mas... Ok, se
 Arthur ler isso, ele me bate. Ela é linda, mas ainda sim parece um duendinho. Voltando... Ela deu um passo incerto para frente e parou, olhando para baixo. Os ombros dela subiam e desciam e a vi fechar os olhos. Olhamos para Arthur. Ele colocou o guitarra de lado e a abraçou forte.
- Ele é um babaca -
 Pedro o olhou feio. Era óbvio que estava falando do irmão dele - Vai ficar tudo bem.
Desde então,
 Arthur passava alguns minutos da vida dele sendo generoso... Com a Lua. Ela pegou um amor pelo irmão do Pedro tão anormal, que conseguiu chorar três copos de plástico em um minuto. Sério. Chay e eu ficamos com copos embaixo do rosto dela, esperando as lágrimas caírem. Foi legal.
Arthur ficava falando coisas legais para ela e a abraçando. Ele cuidou dela, para falar a verdade. Por mais que estivesse mais feliz impossível, ele estava tendo coração e dizendo que ia ficar tudo bem. Achei aquilo bonito.

Capítulo 13

Ok, desisto de tentar entender a
 Lua também. Ela só sabe complicar. Desde que Pedro disse que ela tinha terminado com o irmão dele, Arthur resolveu melhorar um pouco. Xingava menos gente, era três por cento mais simpático e uma vez a cada uma semana levava algum livro dentro da mochila.
Foi só dar um mês no bafafá de que ela tinha terminado porque
 Arthur a ameaçou, que já estávamos sendo informados no novo acontecimento: eles haviam voltado. Mas não Lua e Arthur. Lua e o irmão mais velho de Pedro de quem nunca me lembro o nome.

Eu estava na sorveteria com
 Chay e Pedro. Conversávamos sobre qualquer futilidade de escola quando vi Arthur caminhando meio murcho pela rua. Ele andava com as mãos no bolso e parecia não se ligar em nada. A irmã dele falava alguma coisa ao lado dele, enquanto segurava o braço dele. Do outro lado da rua, pude ver Lua e o namorado. Cassiano mais velho entrou em uma loja, enquanto ela continuou do lado de fora, olhando algumas revistas em uma banca. Assim que Chay abriu a boca para chamar Arthur, ele já estava do outro lado da rua.
- Sabe a vez que disseram que eu tinha beijado a menina da sétima série? É tudo mentira. Ela me jogou na parede do corredor e me beijou. Aí eu empurrei ela e disse que tinha namorada.
- Empurrei-a - Eea sorriu e pude perceber de longe que ela não ia tentar esganá-lo - E eu acredito em você.
- Então por que não volta comigo? – PS:
 Arthur não sabia que Cassiano maior tinha voltado com Lua. Ela mexeu a boca e apontou para a loja. Acenou para a irmã dele. A menina esticou os braços para ela, dando um abraço forte nela. Lua sorriu e retribuiu. Balançou a cabeça para Arthur e entrou na loja. Arthur voltou cabisbaixo e nos viu. Acenei para ele que ignorou e pegou a irmã no colo, a fim de andar mais rápido.
Ele não se contentava em ter
 Lua só como melhor amiga.

- Até minha irmã ganha um abraço dela e eu não - ouvíamos
 Arthur reclamar do abraço pela sétima vez no dia na casa dele. A irmã dele estava dormindo e a mãe, trabalhando (em um domingo). A campainha tocou e quase gritei de felicidade com Micael achando que era do chinês. Eu estava com fome e Micael com triplamente mais. Arthur em menos de um segundo abriu a porta, colocou seu corpo para fora e a fechou. Não entendendo nada, Micael riu.
- Ele adora uma rapidinha com o entregador. Se for o moreno, então... - ele brincou, claro.
 Micael tinha pego, não sei da onde, que Arthur era gay. Ele achava que esse comportamento dele sempre foi para se esconder, mas enfim... Morri de curiosidade e fome. Corremos todos para a janela da sala e pudemos ver o corpo de Arthur andando até o meio fio, com um pedaço de corpo do lado. Arregalei os olhos e Chay tossiu. 

- Eu não sei por que você continua nessa de me dar mole. Chega na hora e você amarela. Isso é escroto.
- Eu não lhe dou mole há muito tempo.
- Eu sei que tem um tempo - ele escondeu as mãos no bolso do casaco - É verdade que você voltou com o irmão do
 Cassiano?
- É, e não quero que fique de cara com o
 Pedro. Ele não tem absolutamente nada a ver com a história.
- Se ele não tivesse nascido, não teria conhecido o irmão dele.
- Se é para acontecer, vai acontecer de qualquer maneira,
 Arthur.
- Por que você não me contou? Você parou de falar comigo, voltou com o irmão do
 Cassiano e me esqueceu completamente. Há sete meses você era minha - ele se sentou no meio fio e Lua continuou em pé ao lado dele.
- Agora eu sou sua... Sua amiga - ele riu debochadamente - Até sete meses atrás a gente se gostava. Nós brigamos todos os dias,
 Arthur. Não dá para continuar assim. Você é um tremendo babaca comigo - ele continuou sentado e abaixou a cabeça - Desde que terminamos, encontrei alguém melhor. Isso não vai mudar nada na minha vida, mas na sua vai, porque eu o amo e você não aceita que eu esteja com outro.
- Claro que não.
- Meu Deus, você sabe que eu tenho uma super consideração por você. Gosto muito de você, de verdade, mas eu amo o irmão do
 Pedro e é com ele que eu pretendo ficar, até onde e quando ele quiser.
- Eu ainda não entendi por que de você me esconder que voltou com ele. Agora estou revoltado. Não dá para entendê-la. Quando você me disse que era confusa e que nem se entendia, não achei que fosse assim. Eu nunca vou achar legal vê-la nos braços de outro, está bem? Não é legal. Você sabe que eu gosto de você e só de você. Quando vocês terminaram, fiquei a apoiando.
- Eu tinha medo da sua reação – ela se sentou ao lado dele e eu tremi, gerando risadas que embaçaram o vidro - Tinha medo do que você iria falar ou fazer.
- Está vendo como está sendo pior? O clima está tenso. Estou chateado e fiquei sabendo por uma amiga sua. Isso tudo porque eu desconfiava... Isso não é legal. Outra: fiquei sabendo que ele viajou e a deixou aqui e sequer lhe mandou uma mensagem - ele riu baixo - Que namorado, hein.
- Que namorado mesmo. Você está com ciúme porque sabe que ele é melhor do que você. Sabe que ele é o namorado que você em três anos nunca foi e que é ele que eu quero.
- Pare de ser idiota e falar besteiras.
- Não estou sendo idiota. Quem está sendo é você. Gosto de você, mas supere que amo outro. Cresça! Supere o fato de eu querer estar com outra pessoa que não seja você. E, para o seu governo, você nunca avisava para onde ia.
- Ele é o namorado dos seus sonhos, não é? Só pode ser - ele riu - Ele a tirou de mim e isso vai ter troco. Fique sabendo. Ele que fique esperto agora -
 Arthur, o furioso, voltou. Opa - Estou só avisando. E, para o seu governo, nunca avisei aonde ia porque nunca achei necessário. Você também nunca avisou!
- Porque eu só andava com você e com mais ninguém. Queria que eu o avisasse o quê? Que iria mudar de posição ou de lugar no sofá?
- Engraçadinha.
- Ah, quer saber? Vá se danar,
 Arthur. Eu não sei por que ainda tento conversar com você. Só fica aí, falando coisa à toa. Suma! Que merda. Pare de infernizar minha vida e você não vai fazer droga nenhuma, está entendendo? Se encostar um dedo nele, vai ver só.
- Vou ver o quê? Ele e a gangue dele ou você vai vir me bater?
- Você vai ver que eu vou ser a pior pessoa do mundo para você. Eu sei de tanta coisa sua... De tanto podre - ele riu, concordando - Seria de tão baixo nível se eu fizesse isso - ela pensou sozinha - Você vai ver,
 Arthur, que eu não sou brinquedo. Encoste um dedo ao meu namorado e você vai me ver num estado que nunca viu.
- Faço o que bem entender.
- Eu gosto dele.
- Você ACHA que gosta dele. Está iludida.
- O que eu sinto por ele se chama amor e, totalmente diferente do que você pôde me proporcionar no passado, ele pode me proporcionar no presente e no futuro - ele mexeu o pé, olhando a rua - E você continua falando besteiras e ameaçando... Arranje alguém,
 Arthur. Seu tempo comigo já se esgotou.
Aquilo doeu em mim. Acho que tenho alguma ligação com
 Arthur, porque eu juro que senti uma dor muito forte no peito. Tive vontade de chorar. Olhei para ele. Estava de cabeça baixa e mexia no nariz. Ele estava começando a chorar?

7 comentários:

  1. ahhh não consigo entender muito essa web. mas tudo bem eu gosto assim mesmo. so que é tão dificil ver Luar separados na realidade e ainda por cima nas webs ai fica fod*.

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  2. tensoo# eu amoo essa web e gosto dela pois é diferente tipo ela se envolve com outro e chega a o amar mais o amor pelo arthur (parece) é maior *-* e tbm gosto pq é uma narrativa diferente neh feita pela melanie .....


    by:Dhalita

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  3. Nossaaa , cada vez mais encantada com essa web .. maaaaaaaaaaaaaaaaaais please =D

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  4. tadinho de Arthurr ...ele devia n falar mais com ela..

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