{FIC} Lignes de L'amour

Cap 7

- Mas que maravilha bambina. Imagine só, é uma oportunidade única trabalhar no Instituto Cardiológico de Madri*, que é o hospital mais cobiçado pelos cardiologistas. Pena que é tão longe daqui. É basicamente impossível um cardiologista de Londres aguentar 1635 km até Madrid.

- Eu sei. Mas mesmo assim me inscrevi para a seleção. – disse, sem nem ao menos encará-lo.   

- E digamos que você passe, como irá fazer? Lu, você não tem condições de ir dirigindo e muito menos de pegar um metro. É muito longe bambina.

- Entendo bambino. Mas a questão é: SE eu passar na seleção, eu me mudarei para Madrid, simples assim.

- Deixa-me ver se compreendi Lua Maria. Você está pensando em mudar-se de Londres?

- Se eu passar na seleção sim.

Há essa hora, nenhum dos dois comiam mais. Os pratos estavam quase intactos. Talvez eu devesse ter esperado ele terminar de comer para tocar no assunto. A cara de Arthur não era muito das boas, afinal, ao me mudar de Londres, estaria quebrando uma promessa que fizemos no dia de nossa formatura, a de não nos separarmos jamais, nem mesmo para o trabalho, o que acabou ocorrendo por um mero acaso quando descobrimos que estaríamos trabalhando nos mesmo hospitais.

Arthur levantou-se do nada e em questão de minutos saia pela porta, vestido e com suas coisas.

Definitivamente, não foi uma boa ter tocado nesse assunto.

Após uma semana cheia, tirei o sábado para minhas duas melhores amigas, Mel e Angelique. Era contra os meus princípios desligar o celular, mas naquele sábado em especial era necessário. Além de estar a meses sem falar direito com as meninas – isso porque moramos na mesma cidade -, e eu estava necessitando de um colo e de conselhos. Conselhos esses que só poderiam ser dados por elas que conheciam e acompanhavam minha história desde o início.

Mel era minha amiga desde quando éramos ainda dois ovinhos nas barrigas de nossas mães. Nascemos com 15 dias de diferença, o que tornava Mel uma irmã mais velha pra mim. Unidas desde a barriga, frequentamos sempre as mesmas escolas, as mesmas festas, os mesmo lugares, o que chegava a ser monótono. Não era raro ligarem para o celular dela me procurando ou o inverso. Já Angelique, entrou para o nosso grupinho na terceira série. Desde então, andamos as três, pra cima e pra baixo, sempre juntas. Quer dizer, até a chegada do vestibular. Eu sempre me matando de estudar pra medicina, passei a ficar trancafiada em casa, saindo de três em três meses, e olhe lá. Angelique montou uma firma e virou produtora de eventos. Hoje em dia é a mais cobiçada em toda Inglaterra. Todos a querem no comando de seus eventos. E Mel com aquele jeitinho todo meigo e carinhoso dela, tornou-se professora de alfabetização e em breve, receberá seu diploma de psico-pedagoga.

- Meninas, eu preciso de ajuda. Minha vida é uma droga. – resmunguei enquanto me jogava no sofá da casa de Mel e deitava minha cabeça no colo de Ang.

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