5 de jan. de 2013

{FIC} Falsa Lua-de-Mel


5° e 6° ° Capítulos de 'Falsa Lua-de-Mel'
Arthur!!!!


Arthur correu os olhos pelos cabelos desalinhados de Lua, passando pela barriga e a calcinha, que obviamente não havia sido desenhada para cobrir muito, e de fato não cobria nada.
— Nada mais justo, não acha? — concluiu ele suavemente.
Pega literalmente com as calças na mão,Lua parou onde estava, incapaz de se mover ou respirar. Naquele terrível instante, ficou vergonhosamente consciente de sua aparência: abrigo levantado, calças arreadas até os joelhos, nádegas à mostra...

Os olhos  de Arthur brilharam, flamejaram e algo muito estranho aconteceu a ela: mesmo naquela situação ridícula, não conseguiu deixar de sentir um calor em seu ventre. Devia estar delirando por causa da exaustão em que se encontrava ou por causa de sua droga de vida.
Desesperada, começou a pular para tentar vestir a calça de novo, mas ela ficou presa. Pulou mais uma vez, e enganchou o salto da bota na barra do jeans, fazendo-a balançar os braços feito uma maluca, tentando equilibrar-se.

Nesse instante Athurr deu um passo em sua direção e a segurou. Ela imaginou que ele fosse ajudá-la, mas Arthur colocou a mão em seu ombro e deu-lhe um ligeiro empurrão, fazendo com que caísse desajeitadamente no sofá.
— Fique aí! — ordenou ele.
Assustada, Lua ergueu um dos pés para chutá-lo no queixo ou onde alcançasse, não se importando se iria derrubá-lo. Mas ele deu uma risada áspera, enquanto ela tentava dar um golpe de caratê com suas pernas unidas por causa do jeans.
— Desista, princesa — ele disse ao ajoelhar-se a seu lado, colocando as mãos enormes em cada uma de suas coxas.
— Eu nunca desisto! — ela retrucou.
— Nunca diga "nunca"! — Segurou-a com facilidade enquanto descia as mãos pelas pernas bem torneadas até o jeans travado em seus joelhos.
— Não se atreva!
Arthur, porém, já estava lutando contra o jeans molhado e puxando-o dos joelhos até os tornozelos, onde se deparou com as botas. Seus olhares se encontraram, intensos, e uma incontrolável onda de calor a invadiu. Incrível como ele acumulava tanta energia sexual.
— Botas de salto alto — ironizou ele. — Tão práticas aqui nas montanhas.
Ela encarou-o enquanto ele tentava tirar sua roupa. A pequena calcinha de cetim branco não só tinha escorregado para o lado, mas agora estava se enfiando em partes em que não deveria. Tinha feito depilação dois dias antes, para o maldito Pedro. E a julgar pelo som rouco que Arthur deixou escapar perante seus movimentos, ele comprovara bem de perto.

— Se eu não estivesse tão cansada, bateria em você agora — ela murmurou, rendendo-se à exaustão.
— Deixe para outra ocasião — comentou ele, enquanto desamarrava os cadarços de suas botas. — Produziu-se toda para a lua-de-mel, não?
Lua não iria começar outra discussão quando tinha as calças abaixadas até os tornozelos. Tinha coisas mais importantes com que se preocupar, como sua calcinha, por exemplo, e o que elas não estavam cobrindo. Puxou o blusão do agasalho na altura das coxas e inclinou-se para acelerar o processo de tirar as botas e o jeans.

Enquanto desamarrava uma delas, Arthur fazia o mesmo na outra, os dedos trabalhando mais rápido que os dela. Estava com a cabeça abaixada perigosamente perto de suas coxas, o que lhe permitiria levantá-la só um pouco e fazer o que quisesse com ela, mas manteve-se concentrado na bota. Por fim, enganchou as mãos no jeans novamente e tirou-o. Sem dizer nada ele se levantou e virou de costas para ela, olhando para o fogo, parecendo mais tenso do que estava antes.
Lua vestiu a calça do agasalho, e levantou-se.
— Pronto!
Só então Arthur se virou de frente para ela, examinando-a de cima a baixo, avaliando a forma com que o agasalho lhe servia.
— Boa noite — anunciou, virando-se para sair, sorrindo de uma maneira irritante.
— Espere! — Lua exclamou, e quando ele se virou, teve que inventar algo para dizer. — Nós não... não podemos ficar os dois aqui. Eu acho que você deveria ir embora.
— Por que eu?! — ele questionou, erguendo uma sobrancelha.
— Você mesmo disse: eu tive um dia péssimo.

— E você quer que eu saia nessa neve, e encontre acomodação na cidade mais próxima?
— Não, só achei que seria mais educado e cavalheiresco de sua parte se...
— Nós dois sabemos que as estradas estão bloqueadas pela neve — ele a interrompeu. — E eu não sou louco de sair com esse tempo. Para ser honesto, não vou a lugar algum.
— Não era assim que as coisas deveriam acontecer — Lua murmurou.
— É mesmo? Mas aconteceram e vamos lidar com isso. Você vai escolher um canto para dormir ou quer que eu escolha?
Não havia muitas pessoas nesse mundo que se atreviam a argumentar com ela. Estava acostumada a que fizessem suas vontades desde que nascera. Logo, o fato de esse completo estranho estar não só discutindo com ela, mas ditando como as coisas deveriam ser feitas, surpreendeu-a, deixando-a calada por alguns instantes.
— Bem, boa noite, princesa! — disse Arthur, encerrando a questão.
Lua olhou à sua volta de novo, apavorada com a idéia de ficar sozinha. Teve que admitir que ele talvez fosse o menor dos males.
— Espere, por favor!
— O que foi agora? — Ele se voltou, e encostou-se à soleira da porta num gesto indiferente.
Ela abrira a boca para dizer algo mais, mas seu orgulho a abandonou, juntamente com qualquer sinal de bom senso. Sentou-se casualmente no sofá, mas algo em seus movimentos deve tê-la entregado, talvez a súbita onda de pânico que fez seu coração bater alto ou a tensão que se apoderou de seus músculos.
— Você vai ficar bem? — Arthur perguntou num suspiro.
Bem que gostaria de saber! Se ficasse ali sozinha iria se preocupar com os coiotes, ursos e aranhas, ao passo que se ele ficasse, teria outras coisas para pensar... Mesmo assim, se ficasse a seu lado, talvez a ajudasse quando surgisse a necessidade.
— Lua?...

Ela se surpreendeu como seu nome soava bem nos lábios dele.
— Claro! Eu com certeza não vou me preocupar com você — mentiu descaradamente.
Arthur olhou-a longamente, depois se afastou da soleira da porta, movendo-se em sua direção, tal qual um felino à espreita de uma presa vulnerável. Ele tinha um jeito de andar que qualquer mulher adoraria ficar observando o dia todo. Mas não ela, pois tinha desistido dos homens.
— Não vai mesmo pensar em mim?

— Nem um pouco — retrucou vitoriosa.
Esticando o braço, ele tocou com um dedo a base de seu pescoço, onde uma veia pulsava tão forte que parecia prestes a saltar.
— O que é isto aqui, então? — perguntou.
Um minuto atrás fora apenas desconforto, até o instante em que ele a tocou. Agora era desejo, puro e simples. Mas que tipo de mulher se excitaria por um completo estranho?
— Nada, apenas uma reação física perfeitamente normal — mentiu.
— Claro, porque você está com medo, não é?
— Não estou com medo!
— Então o que é? — Ele a pegara direitinho na armadilha.
— Eu estou exausta, com fome e... morrendo de frio!
— E é isso que está fazendo seu coração bater forte assim?
— Claro!
Ele a tocou levemente no pescoço, deslizando a mão para o ombro e braço para logo depois fazer o caminho de volta, num gesto que poderia ter a intenção de aquecê-la do frio.
— Ainda está com frio? — perguntou num fio de voz.
— Não... obrigada.
— Bem, se você ainda estiver, podemos resolver essa situação facilmente.
— E mesmo? E como seria? — ironizou Lua.
— Nós dividiremos a lareira.
—Ah, claro, você dorme no chão e eu durmo no sofá, não é isso?
— Hum... não — disse ele, sem desviar os olhos dos dela. Lua tentou ignorar a reação em cadeia que sentiu em seu corpo por causa daquela voz baixa e rouca: seus mamilos se arrepiaram, e um formigamento surgiu entre suas coxas.
— Escute aqui, nós não nos conhecemos. — Lembrou tanto a ele quanto a si mesma. — E eu não costumo dormir com estranhos. Na verdade eu deveria estar dormindo com meu marido.
— E onde está ele? Não vejo marido algum por aqui.
— Arthur, boa noite!

Continua..
Creditos: UR

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