1 de jan. de 2013

{FIC} O Maior Idiota do Mundo


Capítulo 7

***



Quinta-feira. Eu contava os segundos - exagero, confesso - os minutos, as horas pra que aqueles dois dias passassem e o fim de semana chegasse logo. Conversava com Sophia na ultima aula - que ficou livre - quando Lua, por incrível que pareça, juntou-se a nós, ignorando os olhares da sala inteira.
- Oi Arthur. - Sorriu de canto, dirigindo-se a Sophia - Sôo, você precisa me ajudar a estudar. - Mal a cumprimentou. Ela era bem direta.
- Eu? Não vou ter paciência alguma com você - Revirou os olhos - Mas o Arthur tem toda a paciência do mundo e pode te ajudar. - Eu iria matá-la assim que pudesse. Sophia ainda estava com isso de juntar sua melhor amiga e seu melhor amigo. Ela não precisava me deixar morrendo de vergonha na frente da menina que gosto, isso eu já conseguia fazer sozinho e bem até demais.
- Eu? - Olhei pra ela com uma sombrancelha erguida
- O próprio! - Bateu uma palma e sorriu pra nós dois.
- Se é assim, então tá bem. - Lua olhou-me - Nós podemos estudar no jardim, na hora da saída. Tudo bem pra você? - Assenti, com medo de gaguejar. Ela deu as costas e juntou-se a suas amigas, e eu fiquei ali, imaginando como seria passar um tempo ao seu lado mesmo que fosse apenas estudando. Sorri feliz.
O sinal tocou, indicando o final das aulas para o período da manhã, e eu arrastei-me pra fora. A felicidade era tanta que eu sorria bobamente
- Caralho Sophia, vamo logo. - Chay gritava, e a loira por sua vez apenas o ignorava. Eles viviam nessa relação de amor e ódio - às vezes, mais ódio que amor.
- Seu merda, só fala palavrão poha. Não sabe se comportar não, infeliz? - Ela comentou me fazendo rir. Virou seu rosto em minha direção e sorriu abertamente. - Ahhh, boa sorte, boa sorte. - Chay gritou mais uma vez e ela bufou - Depois vai me contar tuuuudo, ok? Eu sou curios CARALHO CHAY, AQUIETA O FACHO. - Gritou quando ele reclamou mais uma vez. - Beijo, beijo. - Virou, indo em direção a Chay que agora conversava com uma menina. Ela sorriu cinicamente pra mesma, empurrando ele pra fora do colégio. Esses dois são malucos. Corri os olhos pelo jardim, e encontrei Lua sentada em uma mesa, sorrindo pra mim e acenando, indicando o banco. Sorri nervoso e sentei-me ao seu lado, tirando os livros da mochila.
- Por onde quer começar? - Perguntei, ela olhou-me e riu.
- Pelas matérias em que levei bomba. Tipo Matemática... - Torceu o nariz. Fiquei meio encantado. Ela tinha um sorriso sapeca, cada coisa...
Comecei a explicar, e ela esforçava-se para prestar atenção. Até uma formiga passando lhe atrapalhava. Bocejei, cansado de explicar. Aquilo era tão chato, e seria pior se não fosse Lua estudando comigo. Ela tinha a expressão calma, e repetia tudo que eu havia lhe dito, numa maneira de memorizar. Eu assentia à cada coisa que ela acertava e ela sorria de canto, me deixando vidrado em seus olhos. Desejei não sair de seu lado nem tão cedo.
- Arthur? - Abanei a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos, respirando fundo - Tá tudo bem?
- Acho melhor nós pararmos por hoje, certo? - Assentiu - Então... Até amanhã?
- Até amanhã. E obrigada. - Sorriu lindamente, fazendo meu coração derreter. Eu não deveria parecer - ou ser - tão idiota perto dela. O caminho pra casa nunca pareceu tão curto, e eu me sinto imensamente feliz por ter passado a tarde com ela, admirando o sorriso dela, tendo a atenção dela só pra mim. Ela, definitivamente é a garota dos meus sonhos.
- Arthuuuuuuuuuuur! - Mal coloquei o pé em casa e Sophia pulou em mim - Me conta, me conta, me contaaaa!
- Sophia, calma. - Me sentei no sofá, jogando a bolsa em qualquer canto. Essa casa é uma bagunça organizada.
- Me fala, como foi o encontro de vocês? - Deitou sua cabeça em meu colo, olhando pra mim com os olhos brilhando
- Não foi um encontro, Sophia. Como se fosse possível nós termos alguma coisa... - Falei mais pra mim que pra ela.
- Ô Arthur...
- Sério, Sophia. Não quero alimentar falsas esperanças. Nada de ficar pior do que já estou.
- Faz bem. Mas, eu liguei pra ela e... - Sentou, rindo - Ela disse que você é legal. - Sorri - Mas, isso é óbvio, né - revirou os olhos - Quem não te acha legal? E cá entre nós, a Lua é bem estranha. E burra. - Acrescentou
- Por que burra? - Franzi o cenho
- Tipo... Por não dar uma chance à um cara tão legal como você. - Apertou os lábios de um jeito engraçado. Ela vive fazendo caretas e isso me mata de rir - O Chay tá dormindo, aquele puto desgraçado.
- Quanto amor entre vocês dois...
- Nunca mais repita isso! Eu o detesto, detesto, detesto. Arg! - Grunhiu, me fazendo rir
- Mas ódio se transforma em amor, nunca ouviu falar?
- Olha, você fica quieto antes que eu arranque a tua língua fora! - Ameaçou. Ops...
- Tá bem, tá bem. - Dei-me por vencido
- Agora eu vou embora. - Levantou-se pegando sua mochila - Minha mãe anda muito estranha e eu preciso descobrir o que tá rolando... E... - Seus olhos se arregalaram e um sorriso brotou nos seus lábios. - Amanhã é seeeeeeeexta! Que coisa linda! – Gargalhei
- Estava esperando por esse dia. Mal espero que chegue o fim de semana, ou melhor... As férias.
- Três meses - Apertou as mãos - Três meses e um mês de férias nos aguarda. Felicidade, alegria... - Riu e fechou os olhos de um jeito engraçado. Chay apareceu na escada com o cabelo todo bagunçado - não que isso não fosse uma coisa normal nele, mas agora estava pior ainda.
- Bom dia! - Coçou o olho, jogando-se no sofá. Sophia bufou. Eu sabia que ela adorava aquele jeitão dele mas não queria admitir.
- Preguiçoso. Agora eu vou embora mesmo. Tchau. - Me abraçou e foi até Chay, bagunçando seu cabelo. Ele mandou um beijo no ar pra ela, que bufou novamente. Ela podia parar de fingir. Tá mais que na cara que os dois se gostam. Até o Sr. Fernando veio falar disso pra mim... E aliás, ele anda bem estranho.
- E agora, o que fazemos quando ela vai embora? Fica tudo estranho. - Bocejei, me deitando.
- Pode parar que você é um belo puxa-saco dela. - Resmungou, ligando a TV
- Nem vem. Você morre de ciúmes, todo mundo sabe... - Ri internamente. Um deles tinha que admitir que gostava um do outro. Pelo menos pra mim.
- Morro de ciúmes? Faz-me rir - Riu ironicamente - Aquela menina folgada e chata me da nos nervos.
- Pode parar a palhaçada, Chay. Eu sei que você gosta dela. - Resmungou baixinho mais algumas coisas que não pude ouvir. Resolvi deixar pra lá e descansar um pouco.
Creditos: Vanessa Aguiar

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