7 de mar. de 2013

{FIC} The Love Beteween good and evil


Capitulo 17 

–Oi querida tudo bem?-Perguntou minha mãe carregando algumas sacolas.

–Tudo ótimo… -Respondi com um sorriso bobo.

–O que houve?-Ela perguntou tirando a redinha do cabelo.

–Nada… Por quê?

–Você parece feliz. -Disse ela sorrindo.

–Impressão sua. -Sorri.

–Eu acho que não…-Disse ela jogando a bolsa no sofá.

–Porque chegou tão cedo?-Perguntei tentando distrair minha mãe.

–Acharam melhor fechar o restaurante por um tempo.

–Por quê?

–Por causa de uma barata. Acham que tem mais delas.

–Credo. -Disse com uma careta.

–E então?-Ela perguntou.

–O que?

–Não vai me contar o motivo da sua felicidade?-Disse minha mãe sorrindo.

–Maria Claudia eu não vou te contar absolutamente nada.-Resumi com as mãos na cintura.

–Como quiser Lua Blanco.-Disse ela caminhando até a cozinha.

Eu já estava subindo as escadas quando ela gritou na cozinha:

–Tem alguma coisa haver com garotos?

–Talvez!-Eu respondi subindo as escadas.

Eu ouvi minha mãe rir na cozinha, ao chegar ao meu quarto eu tranquei a porta e me encostei-me a ela, só em pensar naquele beijo minhas pernas ficaram bambas e um arrepio percorreu minha espinha, eu deslizei pela porta até chegar no chão,eu sorria feito boba ao pensar em Arthur me beijando,só em pensar em seus lábios macios e quentes eu ficava anestesiada. Naquela noite eu dormira pensando nele, foi um erro.

Sonho:

Estava chovendo muito, trovões bombeavam no céu abrindo vários feixes de luz em meio as nuvens negras,minhas roupas estavam muito molhadas e eu estava com frio,eu me encontrava em um rua escura,algumas pessoas vestidas com trajes da época passavam por mim de guarda chuva e pareciam não me notar. As casas estavam todas com as luzes apagadas e as portas trancadas, passei pela igreja onde um padre cochichava algo no olvido de uma freira e com uma expressão muito seria ela concordava.

A alguns passos dali eu encontrei um grande orfanato feito de tijolos, havia uma placa de madeira que dizia: ”Orfanato Wolff para garotos, ” Era o único lugar onde havia algumas luzes acesas, eu bati na porta, mas ninguém abriu,então eu simplesmente entrei,havia muitas fotos antigas nas paredes, eram crianças com uniformes escolares, ao lado deles havia algumas freiras,eu caminhei pelo orfanato bem de vagar com passos lentos prestando atenção em tudo o que eu via,nas paredes alem de fotos havia muitos crucifixos pregados.

Andei mas um pouco e cheguei a um quarto onde havia varias camas enfileiradas com crianças dormindo em cada uma delas,na cabeceira da cama junto a um crucifixo pequeno tinha o nome dos garotos. Mas havia uma cama desocupada,quando olhei o nome na cabeceira meus olhos se arregalaram,estava escrito ‘’Arthur Aguiar.”

Logo depois eu ouvi um grito de criança vindo dos corredores do orfanato,as crianças que dormiam acordaram assustadas,passaram correndo por mim sem me perceber,eu era invisível para eles,todas as crianças ficaram na porta a espiar o que acontecia,de repente uma freira jovem e bonita apareceu na porta e mandou todas as crianças se ajoelharem ao pé de suas camas,logo estavam orando enquanto os gritos de crianças continuavam,eu segui os gritos que davam em um quarto cheio de crucifixos e imagens religiosas,havia muitas freiras ajoelhadas ao pé da cama de cabeça baixa enquanto uma outra sussurrava algumas coisas em uma língua desconhecida.

Na cama um garoto que aparentava ter uns 12 anos estava amarrado pelos calcanhares e pelos pulsos, ele se sacudia e gritado sem parar, aquelas palavras que a freira sussurrava parecia estar machucando o garoto de alguma forma. Quando a freira terminou de sussurrar aquelas palavras todas elas gritaram juntas:

–Durma demônio!

Foi quando percebi que o garoto era Arthur,e como se fosse mágica seus gritos se selaram,seus olhos foram se fechando lentamente até ele dormir.

–Conseguimos… -Disse uma freira mais jovem.

–Shiiiiiiii ele pode acordar novamente. -Disse uma freira idosa.

Desamarraram Arthur aos poucos e o levaram no colo até o porão, a porta parecia ser feita de uma camada grossa de metal,quando abriram a porta pude ver varias marcas de unha,”Como uma criança teria conseguido arranhar a porta daquele jeito?” Pensei.

Lá dentro era muito escuro, aquilo me deu um arrepio, depois de deixarem o garoto lá elas trancaram a porta com cinco cadeados e depois foram embora. Quando percebi já estava de manhã, eu conseguia ouvir choro de crianças vindo do porão, era Arthur,me deu um aperto no coração,de repente as freiras chegaram e abriram a porta bem de vagar,chamaram pelo seu nome e ele apareceu na porta,com cara de cansado e com o nariz vermelho de tanto chorar,as freiras abriram caminho para que ele passasse.

De repente o cenário mudou novamente, era uma tarde nublada e alguns moradores saiam para trabalhar com suas roupas da época, as mulheres tinham uma cinturinha fina e usavam grandes vestidos que chegavam a arrastar no chão. Um moço alto e bonito apareceu na porta do orfanato, sua pele era morena,seus olhos eram de um lindo castanho dourado,suas sobrancelhas eram grossas,ele usava paletó e gravata,tudo preto,na cabeça ele tinha um chapéu elegante e também preto. Uma freira apareceu na porta para atendê-lo e ele disse algo que eu não pude ouvir,ela assentiu com a cabeça e o levou até uma sala reservada onde Arthur esperava sentado na mesa,ele usava o típico uniforme do orfanato,camiseta branca e um short azul e um tênis também azul,seus cabelos castanhos estavam penteados de lado,e seus olhos não eram castanho esverdeado eram só castanhos,já naquela época Arthur era lindo de morrer,em seu pulso havia algumas marcas roxas,provavelmente de tanto amarrarem ele na cama. O moço lhe deu um pirulito,Arthur deu um sorriso e o homem fez o mesmo,eles começaram a conversar e de repente o sorriso dos dois se apagaram a conversa parecia ser bem seria,alguns minutos se passaram e quando o tempo dos dois acabou a freira foi buscar Arthur,antes do homem ir embora ele deu a Athur uma agenda preta,e depois se virou e saiu caminhando lentamente pela porta.

De uma hora para outra o cenário mudou novamente, agora eu estava no jardim do orfanato onde as crianças corriam e brincavam sem parar,menos Arthur que se encontrava sentado em um banco escrevendo em sua agenda,um garoto gordo e cheio de sardas no rosto apareceu e arrancou a agenda de suas mãos,o garoto tentava fazer com que Arthur corresse atrás dele mais Arthur não se movia,apenas o fuzilava com os olhos. O garoto corria de um lado para o outro como um idiota balançando a agenda no alto da cabeça.

–Idiota. -Resmunguei.

E mais que depressa Arthur me encarou.

–Você pode me ver?-Perguntei.

Ele apenas disse que sim com a cabeça.

–Porque não tenta pegar sua agenda de volta?

Ele apenas me encarou e disse que não com a cabeça.

–Ele é um idiota.-Resmunguei novamente.

Arthur apenas me encarou por um estante e depois voltou a encarar o garoto que roubara sua agenda.

–Você me conhece?-Perguntei.

É ele apenas disse que não com a cabeça.

–Porque não diz nada?

E Arthur deu de ombros.

De repente o garoto começou a rasgar as folhas da agenda, Arthur se levantou furioso e caminhou em direção ao garoto,que correu para cima de uma grande árvore e gritou:

–Aqui você não me pega… Na,na,na,na,na…

Arthur me lançou um olhar maligno e eu sacando o que ele ia fazer gritei:

–Não faça isso Arthur. Não faça!!!

Mas ele não me ouviu,Arthur encostou a mão na arvore que foi secando lentamente,todas as outras crianças pararam de brincar para ir ver o que estava acontecendo,a arvore secava vagarosamente,suas folhar verdes foram ficando amarelas e depois cinzentas,seus galhos foram secando e secando até ficarem parecendo com garras de monstro.

–Pare Arthur!!-Gritei mais uma vez.

Era tarde de mais,o galho onde o menino estava sentado secou e quebrou ao meio,o garoto caiu lá do alto e bateu a cabeça no chão. As crianças entraram em desespero, Arthur agora tinha uma expressão de susto,o garoto estava caindo no chão sangrando,quando as freiras viram a cena correram para o jardim e agarraram Arthur pelo braço e o arrastaram para o porão enquanto ele gritava sem parar e chorava desesperadamente.

–Não. Por favor!!-Ele implorava mas elas continuavam a arrasta-lo.

Eu corri atrás delas mas entraram no porão e se trancaram lá dentro.

–Não. Não!!!-Ele gritava.

–Não o machuquem!!-Eu gritei enquanto tentava abrir a porta.

Eu ouvi um barulho de chicote e logo depois os gritos dele novamente,eu tentava tapar o ouvido e acordar mas não adiantava eu continuava dormindo, o barulho do chicote era alto,os gritos de agonia e dor de Arthur ecoavam pelos corredores do orfanato,as crianças que passavam por ali tampavam os ouvidos e corriam.

–Parem de machuca-lo por favor!!-Eu implorava, mas continuava a ouvir o barulho do chicote bater com força nas costas de Arthur.

Ele chorava alto e implorava mas elas não paravam,eu tampei os ouvidos e comecei a chorar como uma criancinha. De repente a porta do porão se abriu e as freiras saíram de lá todas com cara de cansaço,a última carregava o chicote,ele estava ensanguentado, a freira já cansada de tanto bater em Arthur arrastava o chicote no chão,por onde ele passava deixava para traz um rastro de sangue.

Eu entrei no porão e desci as escadas correndo, Arthur estava deitado no chão nu e encolhido,ele já havia parado de chorar,agora ele só soluçava e tremia. Suas costas estavam completamente cortadas, eram cortes profundos,eu toquei em seu ombro e ele se encolheu mais ainda. Eu não aguentei e me ajoelhei no chão e comecei a chorar e soluçar novamente,eu me sentia culpada por não ter o ajudado,ele então se jogou em meus braços me abraçando e em seguida começou a chorar também,eu acariciei seus cabelos negros e fechei os olhos. Foi quando eu ouvi passos descerem a escada e ele sussurrou em meus ouvido:

–Você precisa ir agora…

–Não vou te deixar sozinho com elas!

–Eu vou ficar bem… Você pode ir…-Disse ele ainda me abraçando.

–Mas…

–Hora de acordar…-Ele sussurrou em meu ouvido.

E eu imediatamente acordei.

Créditos: Cecília

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